Linha de Ônibus terá alteração temporária de rota nesta sexta (27) no bairro Cidade Jardim

A Autarquia de Mobilidade, Trânsito e Transportes de Caruaru (AMTTC) informa que, nesta sexta-feira (27) um trecho da avenida Quinze, no bairro Cidade Jardim, estará fechado para realização da Caravana da Saúde e Cidadania. O trecho que será bloqueado, compreende à frente da ETI Rubem de Lima Barros.

Os ônibus que trafegam pelo local, deverão fazer um desvio de rota, operando pela avenida Gonçalo Nunes de Oliveira, José Mendes Sobrinho, rua Everaldo Cordeiro de Souza, Maria Antonieta, Cícero Cassimiro da Silva e Avenida Água Branca. Os ônibus retornarão ao trajeto original logo após o fim da Caravana.

Arquitetos de Serra Talhada estarão presentes na CasaCor Pernambuco 2023

Entre os dias 22 de setembro a 5 de novembro, acontece, na cidade do Recife, a CasaCor Pernambuco. A mostra de arquitetura e design, que já está em sua 36ª edição, reúne espaços e produtos criados por profissionais brasileiros. São 26 projetos assinados por jovens talentos e nomes consagrados da arquitetura e do design.

O evento acontece no Edifício Chanteclair, no bairro do Recife. Nesta edição, a programação tem como tema “Corpo e Morada – um entendimento de casa como uma extensão do corpo”.

Para prestigiar a mostra, o Grupo Cristal, em parceria com o Grupo Premocil e Camel Eletricidade, de Serra Talhada, estarão levando arquitetos da região. Passando por Caruaru, o grupo sai da cidade de Serra, na próxima sexta-feira (27), e retorna sábado (28).

Kerlany Andrada, CEO do Grupo Cristal, que inclui as lojas Cristal Móveis e Exclusiva, esta última conhecida por suas peças distintas e desenvolvidas por designers, falou um pouco da importância de se estar presente em um evento como a CasaCor: “Eu estou no mercado de móveis há mais de 25 anos, já estive presente em diferentes eventos do ramo, e a CasaCor, pela sua dimensão nacional e também internacional, consegue trazer tendências e exclusividades que não encontramos em outros eventos.” Sobre a ação de levar os arquitetos, ela pontua: “O Grupo Cristal possui um clube chamado ‘Clube Cristal Decor’, onde reunimos periodicamente arquitetos parceiros da nossa região para uma troca de conhecimento e novidades. Esses arquitetos estarão conosco na CasaCor, agregando ainda mais e trazendo referências para a nossa região”.

Anderson Correia volta a cobrar da Compesa regularidade e cumprimento do calendário de abastecimento

Sempre pleiteando as dificuldades da população junto à Compesa, o vereador Anderson Correia (PP) voltou a cobrar da companhia a regularidade e o cumprimento do abastecimento de água, que continua falhando para com os caruaruenses. Diante da suspensão recente do abastecimento para diversos bairros de Caruaru, devido à pane elétrica ocorrida em uma estação elevatória (sistema de bombeamento) pertencente ao Sistema Jucazinho, o edil solicitou uma posição da entidade.

Por meio de uma proposição, Correia pediu que a Compesa traga para a população um novo calendário de abastecimento de água para Caruaru, e que explique o porquê de diversos bairros não estarem sendo abastecidos regularmente, mostrando como está sendo feito a distribuição do calendário, fazendo cumprir Princípio da Publicidade e Eficiência, da Administração Pública, conforme o Art. 37 da Constituição Federal.

“Precisamos urgente de um posicionamento da Compesa. Não é só criar o calendário, mas cumpri-lo, fazendo valer o que rege nossa Constituição Federal acerca do Princípio da Publicidade e Eficiência, da Administração Pública. São muitas famílias que necessitam todos os dias de água em suas casas e não tem o serviço de abastecimento há meses em alguns bairros. A cobrança segue firme por aqui, pois somos a voz do povo e as coisas precisam mudar diante desta situação que só piora, com direito a suspensão do serviço como aconteceu essa semana. Isso não pode acontecer e esperamos uma resposta na prática por parte da Compesa”, destacou Anderson.

Prefeitura de Caruaru lança Caravana da Saúde e Cidadania

A Prefeitura de Caruaru, em uma ação intersetorial, realiza, nesta sexta (27), a primeira Caravana da Saúde e Cidadania. O projeto, encabeçado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), junto com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru (SDSDH), conta com o apoio das demais secretarias municipais para chegar mais perto da população com a oferta de serviços gratuitos, começando a temporada pelo Bairro Cidade Jardim. A ação acontecerá em frente à ETI Professor Rubem de Lima Barros, que fica na Avenida 15, a partir das 08h. Nesta primeira ação, a caravana contará também com a parceria da TV Asa Branca.

Serão disponibilizados diversos serviços de saúde e cidadania, como: atendimento odontológico, mamografia, dermatologista, controle de arbovirores e de roedores, aconselhamento e testagem para Sífilis e HIV, atendimento do CadÚnico (Bolsa Família), Atendimento do Sistema de Benefícios (Sibec), agendamento para emissão de RG, emissão da Carteira do Idoso, Balcão de Acolhimento à Mulher (serviços psicossociais e jurídicos), simulação de aposentadoria de servidores efetivos, castramóvel (cães e gatos), atendimento do Procon Caruaru, orientações da URB para regularização de imóveis, entre muitas outras.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, George Veloso, a escolha da localidade tem como base a identificação de demandas reprimidas por determinados serviços. “Será uma ação da Secretaria de Saúde, em parceria com as demais secretarias do município, para que a gente consiga ampliar e facilitar o acesso dos moradores da região aos serviços, de uma forma mais progressiva, priorizando as áreas de atendimento. É uma ação que dá continuidade às Caravanas da Saúde, que a gente vem fazendo desde o período do Pré-São João, agora de forma ampliada, não só com os serviços de saúde, mas também de cidadania, para que a população local possa ter acesso mais próximo da sua residência”, enfatizou George.

“A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos atua todos os dias para garantir o direito dos caruaruenses e nesta caravana, em especial, iremos trabalhar para levar os serviços sociais à população, numa ação intersetorial que quem ganha são os moradores, tanto do Cidade Jardim, quanto da redondeza, e tudo isso de forma gratuita”, destacou a secretária da SDSDH, Dayse Silva.

Vereadores de Caruaru criticam Compesa pela falta d’água em 19 bairros

Na Sessão Ordinária desta quinta-feira (26), o Poder Legislativo de Caruaru tratou de temas relacionados à acessibilidade, educação e abastecimento de água no município. O problema do abastecimento irregular foi o tema principal dos vereadores Nelson Diniz (CIDA), Mano do Som (União), Anderson Correia (PP) e Bruno Lambreta (PSDB), que pediram esclarecimento à rede de distribuição.

Mano do Som leu uma nota enviada pela Compesa informando que o problema se deve à queima de equipamentos em Jucazinho e a um vazamento na barragem do Prata. A previsão era de que o fornecimento voltasse ao normal no fim da tarde desta quinta-feira.

Anderson Correia se pronunciou sobre o tema declarando que levantará uma ação de improbidade administrativa contra a companhia. O vereador afirmou que o calendário não está sendo seguido, enganando toda a população que fica sem água em suas casas e precisa comprar de carros-pipa.

O Presidente da Casa mencionou que se encontrou com o Gerente Regional da Compesa e cobrou para que a infraestrutura seja ampliada e melhorada. Bruno também citou a expectativa positiva com os investimentos na Adutora do Agreste e Adutora de Serro Azul, que vão garantir água para a região. “O desafio é melhorar a infraestrutura e a distribuição da Compesa, compromisso que a Governadora, Raquel Lyra, está trabalhando para cumprir”, declara.

Sobre a escassez de água na zona rural, Nelson Diniz comentou que com o início do verão, os quatro distritos de Caruaru sofrem com a falta do líquido. Mano adicionou ao debate ao pontuar que os Sítios Encanto e Torres, são áreas que agora fazem parte da zona urbana da cidade e, por isso, não recebem mais o abastecimento através de caminhões pipas e não estão integrados na rede de abastecimento da Compesa.

Acessibilidade

O cadeirante Michel Expedito relatou para os parlamentares as dificuldades na acessibilidade no centro da cidade, meios de transporte, equipamentos públicos e serviços de saúde. A vereadora Perpétua Dantas (PV) reforçou a importância da criação do Censo Inclusão, para mapear os portadores de deficiências e construir políticas públicas mais inclusivas. Anderson Correia acrescentou na discussão ao comentar sua proposta para a criação de uma Comissão Permanente de Mobilidade Urbana.

Educação

O gestor, professores e alunos da Escola Paulino Monteiro estiveram presentes na sessão para receber o voto de aplausos da vereadora Perpétua Dantas, pelo trabalho desenvolvido pela instituição e pelos estudantes que tem se destacado na prática esportiva. “Escola pública que além de incentivar o ensino humanizado, investe no esporte como ferramenta emancipatória”, afirma a vereadora.

TSE julga Bolsonaro por uso da máquina pública no Bicentenário da Independência

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Sessão plenária do TSE - 26.10.2023

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, votou, nesta quinta-feira (26), pela inelegibilidade por oito anos do ex-presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, pela prática de abusos de poder político e econômico nos eventos comemorativos do Bicentenário da Independência do Brasil, ocorridos em Brasília e no Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 2022.

Pelo voto do ministro, a sanção deverá ser cumprida a partir do pleito do ano passado. O julgamento das Aijes  0600972-43 e  0600986-27 e RepEsp 0600984-57 teve início na terça-feira (24) e deve ser concluído na próxima terça (31).

Além da pena de inelegibilidade, o ministro votou por aplicar multa de R$ 425.640 a Bolsonaro e de R$ 212.820 a Walter Braga Netto, que foi vice na chapa do candidato à reeleição, devido à conduta vedada pelo uso de bens e serviços públicos nos eventos do Bicentenário, em desrespeito aos incisos 1º e 3º do artigo 73 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97). No voto, Benedito Gonçalves isentou Braga Netto da sanção de inelegibilidade, por entender que sua participação nos atos não teve gravidade que levasse à punição.

Após o voto do relator, os ministros Raul Araújo e Floriano de Azevedo Marques se manifestaram. O primeiro votou pela improcedência dos pedidos formulados nas Aijes e na representação especial. Já o segundo votou por estender a inelegibilidade também a Braga Netto e manter as multas por conduta vedada dos candidatos, nos moldes do voto de Gonçalves.

Logo após os votos dos três ministros, o julgamento foi suspenso pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, para ser retomado na próxima terça-feira (31). Faltam votar, pela ordem: o ministro Ramos Tavares, a ministra Cármen Lúcia (vice-presidente do Tribunal), o ministro Nunes Marques e, por último, o presidente da Corte.

Confira como votou o relator e os ministros que se manifestaram nesta quinta (26):

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Sessão plenária do TSE - 26.10.2023

  • Benedito Gonçalves

No voto, o relator, ministro Benedito Gonçalves, afastou as preliminares levantadas pelos envolvidos, seguindo para a análise do mérito. Para ele, pelas provas contidas nos processos, é possível afirmar que houve desvio de finalidade eleitoreiro por parte de Jair Bolsonaro nos eventos em comemoração ao Bicentenário da Independência, envolvendo bens públicos materiais e imateriais, inclusive de valor simbólico, e serviços públicos e prerrogativas decorrentes do exercício do cargo. De acordo com o ministro, isso caracteriza conduta vedada prevista no artigo 73 da Lei das Eleições (Lei n° 9.504/97).

Além disso, segundo Benedito Gonçalves, tal conduta, a depender do vulto dos bens simbólicos e dos valores investidos, tem a capacidade de configurar abuso de poder político e econômico, o que, para ele, ocorreu nos episódios relatados. “Assim, pode-se inferir que o candidato beneficiado estava ciente da conduta vedada e foi conivente com os desvios praticados”, disse o relator.

Benedito detalhou o roteiro feito por Bolsonaro nos eventos de 7 de setembro de 2022 e destacou que houve nas comemorações da data, uma mescla entre atos de campanha e eventos oficiais. Segundo o ministro, isso fez com que todo o aparato público envolvido, inclusive bens móveis, imóveis e simbólicos, além de servidores da Administração Pública Federal e do estado do Rio de Janeiro, fossem usados em benefício da campanha de Bolsonaro à reeleição a presidente da República.

Apesar de somente aplicar multa e afastar a sanção de inelegibilidade a Braga Netto, o ministro afirmou que Braga Netto teve ciência da realização dos eventos em Brasília e no Rio de Janeiro, da alteração do local do desfile militar, no Rio, para Copacabana e inclusive da questão orçamentária envolvida. “As condutas vedadas contaram com a conivência e ocasional participação do segundo investigado [Braga Netto] o que é suficiente para aplicar a multa a ambos, ainda que em menor percentual para o segundo investigado”, disse o magistrado.

Para o relator, restou comprovado que a mudança de local, do centro da cidade do Rio de Janeiro para o Forte de Copacabana, foi determinada pelo Ministério da Defesa, que atendeu aos interesses diretos de Bolsonaro, que já havia anunciado em atos eleitorais o inédito desfile em Copacabana e seu desejo de fazer da data do Bicentenário da Independência um grande momento de mobilização de suas bases e de congraçamento com as Forças Armadas.

Entre outros pontos citados, Benedito afirmou, ainda, que os vídeos divulgados sobre os eventos do 7 de setembro de 2022 deixam claro o objetivo do então candidato de se promover, usando a data cívica para conectar motes eleitorais e explorar, com finalidade eleitoral, a referência aos eventos. O relator lembrou que o discurso continha “instigação a um combate decisivo de algo imaginário: a luta do bem contra o mal”. O ministro ressaltou, também, que a militância convocada para a celebração, no curso do período eleitoral, “recebeu como missão mostrar a força da candidatura” do então presidente da República.

No final do voto, Benedito Gonçalves propôs a imediata comunicação da decisão à Corregedoria-Geral Eleitoral (CGE), para que, independentemente de publicação de acórdão, haja a inclusão de Jair Bolsonaro no cadastro eleitoral como inelegível. E também a comunicação imediata à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), para análise de eventuais providências na esfera penal, e ao Tribunal de Contas da União (TCU), uma vez que foi comprovado desvio de finalidade eleitoreira de bens, recursos e serviços públicos empregados pelo então candidato nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Sessão plenária do TSE - 26.10.2023

  • Raul Araújo

Segundo a votar, o ministro Raul Araújo divergiu do entendimento do relator. Para ele, os desfiles militares ocorridos em Brasília e no Rio de Janeiro e os comícios eleitorais tratam de dois eventos distintos e, portanto, não houve abuso de poder nem nenhuma conduta vedada capaz de vislumbrar a gravidade suficiente e pleiteada pela legislação eleitoral.

De acordo com o ministro, os autores das ações tentaram confundir e misturar os eventos oficiais e os atos de campanha, que foram ações claramente distintas. “Não vejo como tentar caracterizar qualquer conduta vedada. Trata-se de eventos claramente distintos, facilmente identificados e nitidamente autônomos, até os comícios foram custeados com recursos privados”, afirmou Araújo.

Ao julgar improcedentes os pedidos nas Aijes e na representação especial, o ministro ressaltou que qualquer candidato pode, após um ato oficial, realizar um ato de campanha. “A campanha estava em andamento [em setembro de 2022]. Não há desigualdade. Qualquer um poderia realizar o ato”, disse ele.

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Sessão plenária do TSE - 26.10.2023

  • Floriano de Azevedo Marques

Em seguida, votou o ministro Floriano de Azevedo Marques, que acompanhou integralmente o entendimento do relator, ressaltando que os acontecimentos – desfiles militares (públicos) e, em seguida, participação de Jair Bolsonaro, na condição de candidato, em comícios (atos de campanha) – foram certamente “contínuos de um evento único, cênica, temporal e espacialmente planejado para conectar o tradicional desfile militar com comícios eleitorais”.

Para ele, ficou claro o casamento dos eventos, que implicou uma combinada utilização das comemorações do Bicentenário da Independência com os motes de campanha, patriotismo, cores verde e amarelo, nacionalismo, militarismo e a força representada pelas armas com o contexto do comício em proveito eleitoral. “Exemplo típico de abuso de poder político”, afirmou Floriano de Azevedo Marques.

As ações

Apresentadas pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e pela então candidata à Presidência no pleito do ano passado Soraya Thronicke, as Aijes apontam o uso ilegal de bens materiais, imateriais e de servidores da União, caracterizando desvio de finalidade eleitoreiro, nas comemorações realizadas em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ), no dia 7 de setembro de 2022. As Aijes solicitam a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e Braga Netto, e a representação especial pede a condenação de ambos ao pagamento de multa no valor de cinco a cem mil UFIRs.

Histórico do julgamento

O julgamento das Aijes e da representação teve início na terça-feira (24), com a leitura do relatório conjunto pelo ministro Benedito Gonçalves. Em seguida, ocorreram as sustentações orais feitas pelos representantes dos autores das ações e da defesa de Bolsonaro e Braga Netto. Logo após, a PGE opinou pela inelegibilidade apenas de Bolsonaro, bem como pela aplicação de multa em razão do uso de bens e de pessoal da Administração Pública durante os eventos. Nesta quinta, o julgamento conjunto foi retomado com o voto do relator e de dois ministros.

STF derruba censura de reportagens sobre morte de Mãe Bernadete

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu decisões da Justiça da Bahia que haviam determinado a retirada de reportagens do site Intercept Brasil sobre o assassinato da ativista quilombola Mãe Bernadete em agosto deste ano.

As matérias jornalísticas envolvem a empresa Naturalle, de propriedade de Vitor Loureiro Souto, com os títulos “Mãe Bernadete e Binho do Quilombo lutavam contra empresa de filho de ex-governador da Bahia antes de serem mortos” e “Mãe Bernadete: o filho do ex-governador quer controlar a narrativa. Um juiz acatou”. O proprietário conseguiu na Justiça estadual decisões para retirar do ar o conteúdo jornalístico.

Censura prévia

Ao conceder liminar na Reclamação (RCL) 63151, ajuizada pelo site, o ministro Luiz Fux lembrou que o STF, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 130, posicionou-se de forma veemente em favor da proteção da liberdade de expressão e contra a possibilidade de censura prévia.

Segundo o relator, o entendimento do Supremo é no sentido de que, no conflito entre o direito à liberdade de imprensa e os direitos da personalidade, como a privacidade e a honra, o primeiro deve preponderar no momento inicial, impedindo a censura prévia a quaisquer conteúdos ou opiniões que possam ter, ainda que indireta e remotamente, interesse público.

Momento posterior

O ministro apontou que a defesa dos direitos da personalidade pelo Judiciário em casos como o dos autos deve ocorrer em um momento posterior, mediante a garantia de direito de resposta e de eventual responsabilização penal e civil decorrente de abusos.

Informações públicas

Em uma análise preliminar, o relator não verificou situação que possibilite a excepcionalíssima intervenção do Judiciário para a remoção de conteúdo jornalístico. Isso porque os dados veiculados nas reportagens são públicos e se relacionam ao assassinato de Mãe Bernadete, ao seu histórico de ativismo e à disputa pelo terreno do quilombo Pitanga dos Palmares.

De acordo com o ministro Luiz Fux, o conteúdo eventualmente injurioso ou calunioso das publicações será apurado na via judicial cabível e poderá gerar a responsabilização penal ou civil posterior, “nada justificando sua censura de plano”.

STF começa a julgar validade de norma que autorizou divórcio direto

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta quinta-feira (26) a constitucionalidade da emenda constitucional que criou o divórcio direto. Com a medida, ficou estabelecido que o casamento civil pode ser dissolvido pela solicitação do divórcio, sem separação judicial. 

O caso chegou ao Supremo por meio do recurso de um cônjuge que contesta o mecanismo de divórcio direto, estabelecido pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010. Antes da emenda, o divórcio só era efetivado após a separação judicial por um ano ou a comprovação do fim do relacionamento conjugal há pelo menos dois anos.

Até o momento, quatro ministros se manifestaram a favor do divórcio direto. No entanto, há divergências sobre a extinção da separação judicial após a aprovação da emenda.

Para o relator, ministro Luiz Fux, a separação judicial foi extinta do ordenamento jurídico e não é mais requisito prévio para o divórcio. O entendimento foi seguido pelo ministro Cristiano Zanin.

“Casar é direito, e não dever, o que inclui manter-se ou não casado”, afirmou o relator.

Os ministros Nunes Marques e André Mendonça também votaram pela validade da emenda constitucional, mas entenderam que o mecanismo da separação judicial continua em vigor.

O julgamento será retomado no dia 8 de novembro.

Custo da cesta básica cai em todas as regiões do país em setembro

Produtos, supermercado, cesta básica

Em setembro, o custo da cesta básica Abrasmercado, composta por 35 produtos de largo consumo, caiu em todas as regiões do país, informou, nesta quinta-feira (26), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A queda foi de 1,72% na comparação com agosto.

Segundo a Abras, nesse período, o preço médio da cesta recuou de R$ 717,55 para R$ 705,22. A maior queda foi registrada na Região Sul (-2,19%), seguida pelas regiões Nordeste (-1,69%), Sudeste (-1,51%), Centro-Oeste (-1,16%) e Norte (-0,71%).

Quando se considera a cesta de alimentos básicos, com 12 produtos, a queda foi de 1,93% em setembro em relação a agosto, com o preço médio saindo de R$ 305,00 para R$ 299,10.

Já o item consumo nos lares brasileiros manteve-se em setembro no patamar de crescimento de agosto, em torno de 0,80%. Na comparação com setembro do ano passado, o crescimento foi de 1,10%. No ano, a alta é de 2,62% em relação a 2022.

“O consumo se mantém firme e tende a seguir nesse ritmo até o final do ano, uma vez que passamos a compará-lo com uma base forte de crescimento. Há de se recordar que foram injetados cerca de R$ 41,2 bilhões na economia com a PEC [proposta de emenda à Constituição] dos Benefícios no ano anterior, que impulsionou o consumo no segundo semestre. Neste ano, os recursos escalonados e mais previsíveis movimentam a economia e sustentam o consumo no domicílio, assim como as quedas consecutivas nos preços dos alimentos ”, disse, em nota, o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

SP: mortes provocadas por PMs em serviço aumentam 86% no 3º trimestre

Secretário da Segurança Pública, Derrite, Delegado Geral, Dr. Artur Dian e Comandante Geral da PM, Coronel Cássio, participam da “Operação Escudo”, no Guarujá. Foto: Polícia Civil de SP/Twitter

Entre julho e setembro deste ano, as mortes cometidas por policiais militares em serviço, no estado de São Paulo, cresceram 86% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (26) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), no terceiro trimestre de 2023, o estado registrou 106 mortes provocadas por policiais militares que estavam em serviço, contra 57 no ano passado. Esse período corresponde aos meses da Operação Escudo, deflagrada na Baixada Santista após a morte do policial Patrick Bastos Reis, integrante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), no dia 27 de julho no Guarujá. Na operação, que foi alvo de muitas críticas, 28 civis foram mortos.

O aumento ocorre também em um momento em que a secretaria diminuiu os investimentos no Programa Olho Vivo, que prevê a instalação de câmeras corporais nos uniformes dos policiais. Essas câmeras começaram a ser usadas pela Polícia Militar paulista em 2020 e, segundo estudos, ajudaram a reduzir a letalidade policial nos últimos anos.

“Certamente a Operação Escudo impulsionou o aumento das mortes decorrentes de intervenção policial no período, mas, mesmo após o seu encerramento, a letalidade policial seguiu aumentando. Acompanhamos nos últimos anos, no estado, a implementação bem-sucedida do uso de câmeras corporais pelos policiais por meio do Programa Olho Vivo. As declarações recentes do secretário de Segurança Pública [Guilherme Derrite] sobre a não continuidade de compras de câmeras deve ser observada com preocupação”, disse Mayra Pinheiro, pesquisadora do Sou da Paz, em entrevista à Agência Brasil.

A secretaria, no entanto, nega que tenha deixado de investir no programa de câmeras corporais. “A SSP reforça que o programa de câmeras corporais segue em operação na PM, com 10.125 em funcionamento em todos os batalhões da capital e região metropolitana de São Paulo, assim como em algumas unidades de Santos, Guarujá, Campinas, Sumaré e São José dos Campos”, diz a pasta, ressaltando que tem feito estudos para expandir o programa para outras regiões do estado.

Terceiro trimestre

As mortes provocadas por policiais militares em serviço também cresceram no ano, levando-se em consideração o período entre os meses de janeiro e setembro: o aumento foi de 45% em relação ao ano passado, com 261 notificações. No mesmo período de 2022, foram registradas 180 mortes.

Além disso, as estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança de São Paulo mostraram elevação no número de mortes provocadas por policiais militares em folga, que passaram de 29 registros para 33 no terceiro trimestre de 2023. No ano, no entanto, houve queda: foram 79 mortes provocadas por policiais em folga contra 86 no ano passado.

Também aumentou no número de policiais mortos em serviço, que passou de um para quatro no terceiro trimestre. Considerando-se todo o ano de 2023, nove policiais militares foram mortos em serviço, contra cinco no ano passado.

Em entrevista à TV Brasil, o coordenador de relações institucionais da Rede Nossa São Paulo, Igor Pantoja, disse que esses aumentos também refletem uma política do governo atual de reforço do confronto. “Temos visto que a política estadual de segurança acabou sendo direcionada para uma política de confronto. E o exemplo da Operação Escudo mostra muito isso, onde o governo estadual direcionou a tropa para quase uma espécie de vingança em relação ao assassinato do policial. O fato também de não se ampliar o programa das câmeras corporais acaba enfraquecendo o controle do uso de força policial.”

As mortes provocadas por policiais civis em serviço também cresceram no terceiro trimestre: foram seis ocorrências, contra cinco no ano passado. No ano, houve 22 mortes cometidas por policiais civis em serviço, contra 15 no ano passado.

Medidas para reduzir letalidade

Em nota à imprensa, a SSP informou que a causa das mortes decorrentes de intervenção policial vem “não da atuação da polícia, mas sim da ação dos criminosos que optam pelo confronto”.

A pasta informou que tem investido no treinamento das forças de segurança e em políticas públicas para reduzir as mortes em confronto e que uma comissão de mitigação de não conformidades tem analisado as ocorrências de mortes por intervenção policial e se dedicado a ajustar procedimentos e revisar os treinamentos.

A secretaria informou ainda que as 283 mortes decorrentes de intervenção policial em serviço (considerando-se as mortes provocadas tanto por policiais civis quanto militares) são investigadas, encaminhadas para análise do Ministério Público e julgadas pelo Poder Judiciário.

A pesquisadora do Sou da Paz defende o fortalecimento das políticas públicas já em andamento para diminuir a letalidade policial. “Há uma série de medidas adotadas pelo estado nos últimos anos que devem ser fortalecidas para evitar que retrocedamos em relação à letalidade policial como, por exemplo, a criação das comissões de mitigação de não conformidades, a continuidade do Programa Olho Vivo, a adoção de armas não letais e a ampliação do Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar.”

Em nota conjunta enviada à imprensa, as organizações Comissão Arns, Conectas, Instituto Igarapé, Instituto Sou da Paz e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) alertaram sobre o risco de desmonte da política de uso de câmeras corporais pela polícia de São Paulo, que levaram a uma queda de 62,7% na letalidade policial entre os anos de 2019 e 2022.

“Não apenas as gravações tendem a apaziguar os ânimos durante as abordagens, o que diminui os casos de agressão contra policiais, mas ainda servem como evidências contra acusações injustas, trazendo segurança para os agentes e para a corporação como um todo”, diz a nota conjunta.

Para as organizações, o atual governo de São Paulo “tem trabalhado para a desconstrução da política de controle do uso da força”, congelando o cronograma de implementação das câmeras e cortando o orçamento para a manutenção dos equipamentos.

“O sucesso de políticas de redução do uso da força letal, como o projeto Olho Vivo [de câmeras corporais], depende de uma série de fatores, como a supervisão do Comando da Polícia Militar, o apoio político do governador e do secretário de Segurança Pública e a atuação de mecanismos externos e internos de controle. Quando o governador tira a prioridade das câmeras corporais, ele ignora as evidências científicas e aponta para um horizonte de políticas de segurança pública baseadas meramente na violência policial”, concluem as organizações.