Anderson Gomes, especial para o Blog de Jamildo
No início de 2013, o então Governador Eduardo Campos apresentou um balanço de ações e deixou claro no evento: “Juntos, vamos ganhar 2013!”.
O resultado do IDEB 2014 (medido em 2013), comprovou esta afirmativa para a Educação. É claro que há muito a fazer, mas é inegável o que foi feito e que Pernambuco está no caminho certo na Educação Básica.
Este resultado, para os que acompanham e querem o melhor para os estudantes pernambucanos, era esperado e uma questão de tempo. Porque na educação precisa-se de tempo adequado para os resultados aparecerem. O IDEB é uma prova nacional e realizada nos anos finais do Fundamental e Médio, em escolas selecionadas por amostragem.
Para que Pernambuco desse esse salto, um conjunto de ações aconteceram, tanto no ensino fundamental mas principalmente no ensino médio. No caso do ensino médio, que continua sendo um gargalo na educação básica do País – demonstrados, infelizmente, pelos resultados nacionais do IDEB 2014 – Pernambuco já implantou a parte estruturante da solução: o ensino em tempo integral! São 300 escolas no nosso estado.
Com os estudantes e professores o dia todo na escola, e com as condições necessárias, o resultado aparece. Os estudantes que fizeram a prova de 2013, cursaram o primeiro e segundo anos em 2011 e 2012, e nesse período já haviam cerca de 200 escolas de tempo integral e semi-integral em pleno funcionamento – os alunos desde o primeiro ano o dia todo na escola!
Também em 2011 e 2012, foi implantado o Pacto pela Educação, com a participação fundamental da Secretaria de Planejamento, gestores das gerências regionais, diretores, professores, técnicos, dentre outros.
Neste programa acontece o planejamento e acompanhamento da área pedagógica das escolas. E foram feitos investimentos essenciais. Os resultados passaram a ser acompanhados de perto, principalmente para português e matemática, para correção imediata. No mesmo período, as escolas – leia-se professores e estudantes – passaram a ter maior acesso a tecnologias para uso educacional – programa aluno conectado – com conteúdo digital além do analógico já disponível através dos livros didáticos, e programas especiais como o Ganhe o Mundo, Cine-Cabeça e outros, que estimulam os estudantes a gostarem da escola.
Dos alunos que fizeram a prova em 2013, vários estiveram em escolas no exterior e retornaram para concluir o ensino médio. Tudo isso, com a participação fundamental dos professores, fez a diferença e os resultados apareceram. Caso o processo não fosse por amostragem e a prova fosse aplicada só em escolas de tempo integral, nosso resultado seria melhor ainda.
Os indicadores do IDEB confirmam nossos comentários. Em 2011, quando saiu o resultado do IDEB, o então Governador comentou comigo: é, Anderson, ainda não deu tempo pra reação, mas esses meninos vão chegar lá”. Estão chegando, Governador! Essa turma que ajudou Pernambuco a ganhar 2013 na educação, está saindo melhor que as anteriores, mais bem preparados para a vida, e as próximas estarão melhor ainda.
Nos dois anos em que estive à frente da Secretaria de Educação, rapidamente compreendi a realidade de que, se a educação básica no País não ocorrer em tempo integral desde o Fundamental I, o País vai levar muito tempo para reverter o quadro atual na educação.
E como a educação é a base de tudo, vai demorar para reverter tudo mais: economia, desenvolvimento social, etc. Mas colocando os professores e estudantes em escolas de tempo integral e com as condições adequadas, currículo moderno, professores com salários competitivos e plano de carreira estimulante, o País vira este jogo. Mas tem que iniciar.
O exemplo de Pernambuco deixa isto muito claro. Num momento de escolhas de prioridades, não há dúvidas de que um dos ingredientes indispensáveis na educação é a universalização da escola de tempo integral! Parabenizo os professores, técnicos e todos os colaboradores da educação no estado por ajudar Pernambuco a ganhar 2013 na educação. Se tem uma turma que não desiste, são vocês!
Anderson Gomes foi Secretário de Educação de Pernambuco em 2011-2012. É Professor do Departamento de Física da UFPE.