Convocado pela CPI da Petrobras por requerimento do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o ex-diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto da Costa, depôs por mais de quatro horas em uma sessão na qual ele negou que exista uma organização criminosa dentro da empresa, como afirma parte da oposição. Segundo o ex-diretor, a estatal é “extremamente séria e extremamente competente” e os órgãos de investigação “podem fazer auditoria de 50 anos que não vão achar nada de errado” na empresa. Foi a primeira vez que Paulo Roberto falou publicamente sobre a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que resultou para ele em 59 dias de prisão.
Ao fim da sessão, o líder do PT avaliou que as respostas dadas pelo ex-diretor de Abastecimento foram satisfatórias. “Vamos agora confrontar o que ele disse aos documentos que começam a chegar e avaliar se há brechas ou pontos não esclarecidos no depoimento”, argumento Humberto. “O importante é que a CPI do Senado está avançando rapidamente nos trabalhos.”
De acordo com Humberto Costa, a CPI da Petrobras deverá convocar, proximamente, o doleiro Alberto Youssef, apontado pela PF como o principal operador do esquema de lavagem de mais de R$ 10 bilhões.
O ex-diretor da Petrobras iniciou o depoimento fazendo um breve histórico da sua carreira na empresa. Sobre Pasadena, disse que não participou das negociações para a compra da refinaria no Texas (EUA), mas que acreditava que a aquisição da unidade, naquele momento, foi um bom negócio para a Petrobras.
Em relação à Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, assegurou que não houve superfaturamento e sobrepreço em relação aos custos da obra, como apontou o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, o que houve foi um erro da Petrobras ao divulgar o valor do empreendimento ainda na fase inicial, sem projeto e licitação.