Retirado do projeto original no final do ano passado, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ramal Salgueiro-Suape da Transnordestina voltou ao centro do debate, em Pernambuco, ontem (15), durante reunião realizada na Assembleia Legislativa (Alepe). O encontro foi proposto pela frente parlamentar montada na Casa de Joaquim Nabuco em defesa da ferrovia. Na ocasião, deputados estaduais e a bancada pernambucana na Câmara Federal avaliaram as possibilidades relacionadas à construção do traçado no estado.
Na última semana, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, já havia levado o assunto à Assembleia. À época, o representante do governo Raquel Lyra (PSDB) destacou o interesse do atual governo pela continuidade do plano que contempla o estado. “Estamos fazendo uma defesa muito forte e irredutível do trecho que liga Salgueiro, no Sertão, ao Porto de Suape. Temos ciência de todos os caminhos e possibilidades, e vamos agora defender aquilo que é melhor para Pernambuco”, observou.
Ontem, durante o encontro entre parlamentares pernambucanos, o deputado federal Túlio Gadelha (Rede) defendeu a integração das tratativas políticas sobre o assunto. “Esse é um projeto fundamental para o desenvolvimento social e econômico de Pernambuco, mas precisamos unir apoios. Vejo que podemos construir um movimento único com a bancada estadual, federal e os senadores. Precisamos retomar as obras e os investimentos”, destacou.
De acordo com a deputada federal Maria Arraes (SD), o assunto teria sido abordado e debatido junto ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo ela, chegou a defender a conclusão da obra em sua totalidade. “No final do ano passado, fomos surpreendidos com a retirada do trecho de Pernambuco e ficamos preocupados com os problemas que isso traria para a economia do nosso estado. Mas na primeira reunião que tivemos, o presidente mostrou a importância de dar continuidade e afirmou que não aceitaria uma obra inacabada. Vamos continuar buscando essa articulação junto ao governo federal”, informou.
Apesar da defesa dos parlamentares, representantes da sociedade civil pediram uma ampliação do debate. “Muitas famílias são impactadas e algumas delas sequer receberam indenização por suas casas. Defendemos que o desenvolvimento venha para todos. E, por isso, pedimos que coloquem nossas demandas no projeto. Queremos ser incluídos”, afirmou Lenivaldo Lima, representante da Comissão de Justiça e Paz da Diocese de Palmares.
Nova reunião
Com foco na ampliação do debate, a Frente Parlamentar em Defesa da Transnordestina na Alepe, que é coordenada pelo deputado estadual João Paulo (PT), explicou que deverá se reunir novamente no próximo dia 29. A expectativa é que outros representantes da sociedade civil e parlamentares sejam ouvidos.