Diante da violência escolar que vem ganhando espaço nos noticiários e causando preocupações a pais e educadores, é necessário que escolas e famílias adotem medidas com o objetivo de amenizar esse cenário. Nesse sentido, a presença de um psicólogo educacional dentro da escola é uma grande aliada para a mediação emocional e psíquica de crianças e jovens. Isso porque a psicologia escolar, mais do que mediar conflitos e favorecer o engajamento social, é capaz de construir um espaço de desenvolvimento e validação de emoções, resultando em uma vivência mais pacífica e harmônica dentro das escolas.
Diante de uma construção social favorável, considerando aspectos emocionais organizados e adequados dentro dos limites éticos de relacionamento, a psicóloga do Colégio GGE, Milena Lucena, avalia que os aprendizados socioemocionais construídos em espaço escolar não só podem, como devem ultrapassar os limites físicos da instituição. “É preciso que esses aprendizados façam parte da forma de relacionamento daquela própria criança ou adolescente em seu meio familiar”.
“O aluno que aprende a negociar, perder, ganhar, se esforçar para conquistar uma boa nota, desenvolver rotina de estudos, compreender as regras escolares, respeitar a hierarquia e os funcionários dentro de uma instituição de ensino, certamente, desenvolverá relações mais equacionadas em espaço familiar e vice-versa”, pontua.
Teoria também pode ser usada em casa pelos pais
A teoria das cinco linguagens do amor, trabalhada nas aulas de socioemocional do Colégio GGE – unidades Recife, pela professora de Educação Socioemocional Emanuella Lima, também pode ser aplicada em casa pelos pais, pois essa ferramenta ajuda a entender melhor as crianças e aprimorar o diálogo e a convivência familiar. Adaptar e entender a linguagem de amor de cada filho é uma forma de fortalecer os laços familiares e garantir uma relação mais saudável.
“Ao conhecer as linguagens do amor, você começa a observar as pessoas que estão ao seu redor e, consequentemente, melhorar a sua comunicação. Isso evita atritos familiares, pois muitas vezes os relacionamentos se desgastam porque os envolvidos não compreendem a demonstração de amor do outro”, pontuou Emanuella.
De acordo com a professora, existe um universo de possibilidades nessa teoria que podem ser aplicadas não apenas de pais para filhos, mas também no sentido inverso. Inclusive com os filhos identificando a própria linguagem dos pais, o que retorna em atitudes de compreensão e colaboração no ambiente domiciliar.
A professora contou ainda que, recentemente, realizou a prática com uma turma específica onde um aluno não só reconheceu, entre os 5 tipos de linguagens do amor, o seu próprio estilo, como, imediatamente, sinalizou uma aceitação melhor ao seu jeito de ser e se relacionar com os outros.
As 5 linguagens do amor, criadas pelo conselheiro Gary Chapman, são: atos de serviço, dar presentes, toque físico, tempo de qualidade e palavras de afirmação.
Dicas para manter um bom diálogo entre crianças, jovens e pais:
1 – Validar os sentimentos das crianças e adolescentes em relação àquilo que vivenciam em termos de conflitos ou dilemas emocionais;
2 – Construir um nível de vínculo que permita a troca construtiva dos episódios que ocorrem na vida cotidiana da criança ou jovem. É preciso que haja assunto entre pais e filhos que possam ir além das tarefas a serem cumpridas e obrigações a serem realizadas;
3 – Dedicar tempo de qualidade para realização de tarefas que possam ser de agrado dos filhos, concomitantemente, dos pais;
4 – Desenvolver uma escuta ativa por parte dos pais, para que possam entender, ainda que nas entrelinhas, o que está sendo dito pelos filhos;
5 – Estabelecer uma relação de ajuda, firmeza e companheirismo, sem perder de vista a importante realização da função materna e paterna, de orientação e verticalização das relações. É parte da relação familiar a necessidade de hierarquia, sendo ela afetivamente construída em prol da ótima orientação e construção significativa das capacidades sociais e psicológicas dos filhos.