Câmara aprova auxílio-aluguel para vítimas de chuvas

Na noite da terça-feira (21), o Poder Legislativo de Caruaru aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 9501/2023, de autoria do Poder Executivo, que prevê o pagamento de auxílio-aluguel para as famílias em vulnerabilidade social. O pagamento de R$ 500 será realizado durante os 180 dias da situação de emergência, decretada devido às fortes chuvas que atingiram o município, de acordo com o Decreto Municipal nº 20/2023. Durante a sessão, os parlamentares elogiaram a iniciativa, além de discutir outras problemáticas referentes à situação ambiental de Caruaru.

Riacho dos Mocós

A região do Riacho dos Mocós, uma das mais atingidas no último sábado (18), foi tema dos discursos dos vereadores, que se solidarizaram com os moradores. Leonardo Chaves (PSDB) diz que já apresentou requerimento para a limpeza do canal, que se encontrava repleto de terra e capim. O vereador denuncia que o serviço foi realizado em apenas um trecho, o que se mostrou insuficiente dado o volume de água que o canal recebe.

Maurício Caruaru (Podemos) falou sobre a construção do condomínio Alphaville na nascente do riacho, que ocasionaria o bloqueio das águas e a enxurrada de lama no período chuvoso. Maurício lembrou que, anteriormente, existia na área um açude que funcionava como contenção da água.

Irmão Ronaldo (PROS) também relatou a situação do bairro Severino Afonso e o trabalho da Secretaria de Serviços Públicos na limpeza das casas atingidas. O vereador acrescentou que os canais deveriam ter mais profundidade para comportar o volume de água. Anderson Correia (PP) realizou uma indicação solicitando a ajuda do Ministério das Cidades para amparar a população afetada pelas chuvas.

Avenida Brasil

As inundações no bairro do Salgado também foram tema do debate no plenário. Nelson Diniz (Cidadania) denunciou a situação na Avenida Brasil e grande acúmulo de lixo no Riacho do Salgado. Carlinhos da Ceaca (MDB) complementou, citando as oficinas e ferros-velhos que ali depositam seus dejetos. Em sua fala na tribuna, Edmilson do Salgado (PSDB) relatou a situação do bairro, frisando a necessidade da construção de uma ponte na avenida Brasil.

Meio Ambiente

Aline Nascimento (Cidadania) defendeu a criação de uma comissão na Câmara para debater o planejamento urbano, de forma atrelada às mudanças climáticas. Na tribuna, a vereadora Perpétua Dantas (PSDB) destacou o pedido de informação à Defesa Civil, onde, segundo ela, atuam apenas três técnicos com deficiência de equipamentos.

Cabo Cardoso (PP) denunciou a situação do loteamento Amilson Afonso, onde, de acordo com ele, são jogados dejetos provenientes do condomínio Quintas da Colina I. Em sua fala na tribuna, Jorge Quintino (SD) complementou o tema, citando a situação de irregularidade no loteamento e riscos de intoxicação e explosões, devido à construção ter sido feita em cima de um lixão. O vereador também discorreu sobre outros problemas da cidade e defendeu a criação de um código ambiental que priorize a população de Caruaru, e não as grandes construtoras.

Na sessão, os parlamentares também deram as boas-vindas a Wagner do Santa Rosa (Republicanos), empossado na manhã de terça-feira (21). Em seu discurso, Wagner falou sobre a sua trajetória e a vontade de trabalhar pela população. O vereador também citou as chuvas e a necessidade de investimentos a longo prazo na infraestrutura da cidade.

Fagner Fernandes (PDT) denunciou a situação ocorrida com uma criança do espectro autista no atendimento do INSS, solicitando a capacitação dos servidores do órgão. Os parlamentares também citaram a revisão do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) dos professores, matéria que será tema de Audiência Pública na próxima semana.

Acompanhe as atividades do Poder Legislativo através da TV Câmara, canal 22.2 e das redes sociais. Também confira o andamento de todas as matérias que tramitam na Casa pelo Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL): https://sapl.caruaru.pe.leg.br/.

“A Feira é Delas” será realizada no pátio da feira da Boa Vista, neste fim de semana

“A Feira é Delas”, uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Caruaru, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), será realizada nos dias 25 e 26 de março, sábado e domingo, das 8h às 12h, no pátio da feira da Boa Vista I e II. Nesta edição, “A Feira é Delas” conta com a parceria da Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade (Sesp).

A Feira é Delas, que faz parte do programa Mulheres Empreendedoras da SPM, visa fomentar a economia, além de conseguir que essas empreendedoras criem conexões de mercado, ganhando mais visibilidade para seus trabalhos. Nesse formato de feira, as mulheres podem, mensalmente, comercializar seus produtos, além de obter renda extra e a troca de experiências com outras mulheres a fim de incentivar o empreendedorismo feminino, autonomia econômica e a geração de renda das mulheres de Caruaru.

As interessadas em participar do programa “Mulheres Empreendedoras’’ devem comparecer, presencialmente, a sede da SPM, localizada na rua dos Expedicionários, Nº 30, no Centro de Caruaru, e fazer sua inscrição.
Outras informações: (81) 9.8384-2954.

Serviço
_“A Feira é Delas”
Data: 25 e 26 de março de 2023
Horário: 8h às 12h
Local: Feira da Boa Vista I e II

União Beneficente de Caruaru oferece aulas gratuitas de karatê

A União Beneficente dos Artistas e Profissionais de Caruaru (UBAPC) está sendo palco de aulas gratuitas de karatê. Ministradas pelo ex-karateca e atualmente professor José Adeilson, as aulas vêm ocorrendo nas segundas, quartas e sextas-feiras, no horário das 19h.

Inscrições podem ser realizadas na sede da UBAPC, que fica localizada na Rua 13 de Maio, número 82, no Centro, e mais informações podem ser adquiridas pelo telefone: 992682202. Idade mínima para participação: 4 anos.

José Adeilson já foi campeão brasileiro, norte-nordeste e pernambucano de karatê. Atualmente é faixa preta, quarto dan e faz parte da Federação de Karatecas de Caruaru.

Dia Mundial da Água: saiba como o recurso pode ser preservado

Dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil em 2020 revelam que o Brasil desperdiça 40% de toda água potável que é captada. Isso quer dizer que o país não utiliza de forma eficiente este recurso natural que é tão importante para a sobrevivência humana e para a manutenção do planeta. Com o intuito de alertar a população sobre a importância do uso consciente deste bem, o dia 22 de março é instituído como o Dia Mundial da Água.

Sem a água o ser humano não consegue realizar atividades simples do dia a dia, como cuidar da higiene pessoal e preparar alimentos. A ingestão desse líquido também é fundamental para a manutenção das funções corporais dos seres vivos, como hidratação, circulação sanguínea e equilíbrio da temperatura. Além disso, os setores agropecuárias e industriais utilizam a água para manter o funcionamento da cadeia produtiva, porém esse uso pode ser altamente prejudicial para a qualidade da água. “As atividades que geram muitos resíduos como agricultura e indústria são altamente prejudiciais, a falta de cuidado com o descarte destes resíduos é o grande problema”, comenta Klaudia Tenório, professora de Biomedicina e Farmácia da Wyden.

“As empresas devem ter seus planos de gerenciamento de resíduos, desenvolver tecnologias de reaproveitamento de água, bem como podem tratar suas águas contaminadas. Além disso, devem fazer o descarte correto e instituir dentro da empresa uma equipe para cuidar das questões ambientais”, orienta a professora.

Segundo a especialista, atividades domésticas e cotidianas também podem comprometer a qualidade da água, e por isso a conscientização da população sobre o desperdício é essencial. “Atitudes simples como a redução no tempo de banho, escovação dos dentes com a torneira desligada, reduzir as lavagens de roupas, reutilização da água sempre que possível, não jogar óleo e remédios dentro da pia e descartar corretamente o lixo podem ajudar”, ressalta Klaudia. A professora ainda destaca que a ação não deve partir apenas do cidadão e das empresas, o poder público também deve fazer a sua parte. “A poluição gera doenças, aumentando o número de atendimentos em hospitais, consequentemente isso gera gastos para o Governo, o que poderia ser evitado com a educação ambiental, com fiscalização e preservação”.

Embora o uso seja em grande escala, a água não é um recurso infinito e abundante. Mesmo o planeta sendo coberto por 70% de água, apenas 0,77% desse total está disponível para o consumo humano, o que torna o recurso ainda mais precioso. “Quando se procura vida em outros planetas, procura-se água, ou seja, ou cuidamos da nossa água ou muito breve não haverá mais vida na Terra. Vamos nos conscientizar que a água é um bem coletivo, e a natureza tem um limite. Não só pelo futuro das próximas gerações, mas também pela nossa”, finaliza Klaudia.

Vacinação bivalente é ampliada para grupos prioritários em Caruaru

A partir desta quarta-feira (22), Caruaru amplia a aplicação da vacina bivalente contra a Covid-19 nos grupos descritos como prioritários pelo Ministério da Saúde (MS).

São considerados grupos prioritários: Idosos de 60 anos ou mais de idade; Pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos (ILP e RI) e seus trabalhadores; Pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos de idade; Indígenas, ribeirinhos e quilombolas (a partir de 12 anos de idade); Gestantes e puérperas; Trabalhadores da saúde; Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos de idade); População Privada de Liberdade e Adolescentes em Medidas Socioeducativas e Funcionários do Sistema de Privação de Liberdade.

Para receber o imunizante é preciso ter completado o esquema primário com as monovalentes, respeitar um prazo mínimo de quatro meses desde a última dose recebida e comprovar fazer parte de um dos grupos citados.

A vacina está disponível no posto de vacinação da Via Parque, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h e das 17h às 19h30. Aos sábados, o horário é das 8h às 13h e nas Unidades Básicas de Saúde (conforme cronograma), das 8h às 16h.

Confira o cronograma da vacinação bivalente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS):

Segunda-feira

– Serranópolis
– Rendeiras I
– José Liberato I
– Salgado III
– Doutor Antônio Vieira

Terça-feira

– Salgado IV
– Morro Centenário
– Xique-xique I e II
– Cipó
– Salgado I e II
– Maria Auxiliadora I e II
– Santa Rosa II, III e IV
– São João da Escócia I, II e III
– Agamenon Magalhães II
– Ame Maria Lyra
– Vassoural I, II e III
– Indianópolis

Quarta-feira

– Morro São Francisco
– Nova Caruaru
– Cedro
– Barra De Taquara
– Doutor Antônio Vieira
– Centenário
– AME Pedro Justino
– Residencial Luiz Bezerra Torres
– AME Fernando Lyra
– Vassoural I, II e III

Quinta-feira
– Caic
– Jardim Liberdade
– Salgado I e II
– José Liberato II
– Cidade Jardim
– Severino Afonso
– Maria Auxiliadora I e II
– Caiuca II
– Sinhazinha I e II
– Ana Rodrigues
– Santa Rosa I
– AME Maria Lyra
– João Mota
– José Carlos de Oliveira II e III
– Agamenon I e Encanto da Serra
– Residencial Alto do Moura

Sexta-feira
– Cajá
– Jardim Panorama
– Vila Kennedy I
– Alto do Moura
– Caiuca I
– Demóstenes Veras e Novo Mundo
– Agamenon I e Encanto da Serra
– José Carlos de Oliveira I
– Doutor Antônio Vieira

*Segunda a Sexta-feira
– Boa Vista

Prefeitura de Caruaru celebra Dia Internacional da Floresta com plantio de 120 árvores no Parque Natural Municipal Professor João Vasconcelos Sobrinho

Foto: Jorge Farias

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade (SESP), celebrou o Dia Internacional da Floresta realizando o reflorestamento de uma área de aproximadamente 1,5 hectare afetado pelo último incêndio ocorrido em janeiro deste ano, no Parque Natural Professor João Vasconcelos Sobrinho.

O plantio das 120 mudas de árvores das espécies Ipê, Pau-Brasil, Castanheira e Jenipapo foi realizado na manhã desta terça-feira (21) por representantes da prefeitura, da Câmara de Vereadores, da Compesa e do Rotary Club. Na ocasião, também foi realizada uma trilha de 2km pela área de mata nativa. O passeio foi acompanhado por guias turísticos e os participantes puderam conhecer um pouco mais sobre a história do parque.

“Uma excelente oportunidade para que a gente, enquanto poder público municipal, possa mostrar a importância de valorizar e preservar a área, bem como de difundir a história do parque municipal que agora em julho completará 40 anos”, afirmou a gerente de Sustentabilidade, Priscila Oliveira.

Dia Mundial da Infância e da Pessoa com Síndrome de Down: governadora participa de roda de diálogo e reafirma compromisso de fortalecer inclusão no Estado

Em alusão ao Dia Mundial da Infância e da Pessoa com Síndrome de Down, a governadora Raquel Lyra reuniu, nesta terça-feira (21), jovens com síndrome de down e com deficiência diversas para uma roda de conversa. No encontro, realizado na sede da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude, Prevenção à Violência e às Drogas, no bairro de Santo Amaro, no Recife, a chefe do Executivo reafirmou o seu compromisso de fortalecer as políticas estaduais de inclusão.

“Iniciamos uma agenda no governo que visa enxergar a todos, sem deixar ninguém para trás. Essa conversa é importante para traçarmos juntos políticas que visam uma educação inclusiva, a qualificação profissional e o acesso à saúde especializado”, destacou Raquel Lyra.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção à Violência e às Drogas, Carolina Cabral, será criado um grupo de trabalho pela pasta para que o Estado possa fortalecer políticas de inclusão. “Estamos trabalhando de forma transversal com outras pastas, a exemplo da Saúde, Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo, Educação e Esportes, e a Cultura, para que possamos construir juntos uma política que garanta a autonomia desses jovens”, ressaltou a secretária.

Nicholas Filinkoski, de 27 anos, tem síndrome de down e trabalha como fotógrafo e atendente em uma farmácia na Região Metropolitana do Recife. Ele faz parte do Grupo Down +, que participou da reunião. “Foi um encontro muito legal porque falamos sobre a nossa vida com a governadora e esse já é um passo importante de inclusão”, afirmou. Também estiveram presentes jovens que integram o Projeto Inclusão do Amor e o Clube dos Girassóis.

Foto: Hesíodo Góes/ Secom

Dia Mundial da Água: Cerrado pode perder quase 34% da água até 2050

Nascer do Sol no Cerrado

O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22) é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.

A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.

“Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata”, disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.

Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.

“O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral”, detalhou.

Chuvas

Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.

“A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco”, comentou.

Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.

PAA: agricultores contam como melhoraram a renda e combateram a fome

Agricultores familiares fazem colheita manual de feijão-caupi

Com injeção orçamentária prevista de R$ 500 milhões este ano, o governo federal relança nesta quarta-feira (22) o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que havia mudado de nome e perdido verba nos últimos anos. O evento será realizado na cidade do Recife (PE), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Criado no início do primeiro mandato de Lula, ainda em 2003, o PAA era parte da ação conhecida como Fome Zero e foi instituído para incentivar a agricultura familiar sustentável por meio do estímulo ao consumo da produção do setor, principalmente através de compras feitas por órgãos públicos, realizadas com dispensa de licitação.

A iniciativa também contribuía para a formação de estoques públicos, ajudando a evitar a disparada dos preços dos principais alimentos, além de incentivar hábitos alimentares saudáveis. “O programa, sem sombra de dúvida, foi fundamental para tirar o Brasil do Mapa da Fome no passado e tem potencial para reverter de novo a fome no país, que atualmente atinge mais de 33 milhões de pessoas”, analisa Vânia Marques Pinto, secretária de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

“O programa original mudou de nome, passou a se chamar Alimenta Brasil no governo passado, perdeu orçamento e tirou linhas importantes, como a questão da compra e distribuição de sementes aos agricultores”, acrescenta.

Um dos antigos beneficiários atingidos pela mudança foi Eudes Vilela Agripino, 37 anos, de Presidente Médici, município do interior de Rondônia, a 420 km de Porto Velho. Ele preside uma associação de 28 famílias de agricultores que, desde 2019, não consegue mais acessar o programa. Ele lembra como o PAA mudou a vida das pessoas. “A gente tinha aquela segurança para quem vender nossa produção. Isso deu uma qualidade de vida, muitos conseguiram juntar dinheiro pra comprar uma moto ou até um carrinho”.

A produção de alimentos como mandioca, inhame, maxixe, mamão, limão, maracujá e mexerica, entre outros, era distribuída para nove instituições da região, incluindo escolas públicas e municipais, hospitais, creches e abrigos. “Meu sobrinho comia nas escolas. Meu próprio irmão, minha irmã, todos se alimentavam dos produtos que vinham da nossa produção”.

Programa completo

Agricultora familiar em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, norte de Mias Gerais, Maira do Carmo Gonçalves, de 55 anos, também se orgulha de produzir alimentos adquiridos pelo Programa de Aquisição de Alimentos. Para ela, trata-se de um dos programas mais completos que existem. “O PAA é muito eficaz porque ele beneficia tanto quem produz quanto quem recebe a cesta de alimentos. É um programa completo”.

No Vale do Jequitinhonha, segundo Do Carmo, como é conhecida, cerca de 80 municípios são abrangidos pelo programa, atendendo diretamente famílias vulneráveis ou abastecendo instituições públicas, como escolas e hospitais. Sua produção é focada em hortaliças, frutas e mandioca.

Novidades

Entre as novidades do novo PAA, que serão anunciadas hoje, estão o aumento no valor individual que pode ser comercializado pelas famílias de agricultores, a facilitação do acesso a indígenas e quilombolas e a priorização das mulheres e assentados da reforma agrária. Outra novidade é a retomada da participação da sociedade civil na gestão do programa, por meio do Gestor do Programa de Aquisição de Alimentos (GGPAA) e do Comitê de Assessoramento do GGPAA.

Outro colegiado que será reinstalado é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), além da criação o Programa de Organização Produtiva e Econômica de Mulheres Rurais.

“Após sucessivos cortes orçamentários, o programa foi extinto, em 2021, passando a se chamar Programa Alimenta Brasil que, a despeito de manter a estrutura muito parecida com a do PAA, extinguiu o Comitê Consultivo, instância de controle social do Programa, e necessita de ajustes importantes no desenho, de modo a garantir segurança jurídica aos executores e maior efetividade na sua execução”, informou o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), em nota enviada à reportagem.

“Convém ressaltar, por fim, que mesmo com outro nome, o Programa continuou sendo conhecido como PAA entre os executores e beneficiários, o que justifica retornarmos à nomenclatura original”, acrescentou a pasta.

Desde quando foi criado, o PAA já executou mais de R$ 8 bilhões na compra de alimentos, beneficiando mais de 500 mil agricultores familiares e direcionando alimentos a mais de 8 mil entidades atendidas anualmente.

Combate à fome

Central na estratégia de combate à fome no país, o PAA deve focar na distribuição de alimentos para as populações com maior situação de vulnerabilidade, apontadas conforme indicadores sociais.

“Nossa ideia é focar o PAA cada vez mais nas famílias do Cadastro Único e a distribuição para que ela chegue cada vez mais para quem está passando fome, com as famílias com maiores indicadores de desnutrição e equipamentos que ofertem refeições nas periferias das grandes cidades”, explica Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).

A secretária também conta que o programa, a partir de agora, retomará as parcerias com organizações e cooperativas de produtores, que haviam sido deixadas de lado no governo anterior. “Nos últimos anos, o programa deixou de ser operado com as cooperativas de agricultores familiares e concentração da operação nas prefeituras e agricultoras pessoas físicas. Vamos manter a operação com os entes federados, mas queremos ampliar a estratégia de fomentar o cooperativismo”..

Líder uma associação de agricultores em Rondônia, Eudes Agripino se emociona ao lembrar do impacto causado pelo programa em pessoas que ele sequer conhecia. “Soube de um dos alunos de uma escola que recebia nossas cestas. E mesmo no dia que não tinha aula, por ser feriado, ele ia até a escola comer a merenda, porque não tinha comida em casa, e ele gostava muito do alimento que era oferecido ali”.

Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 3

A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (22) a parcela do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 3. Essa é a primeira parcela com o adicional de R$ 150 a famílias com crianças de até 6 anos.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 669,93. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 21,1 milhões de famílias, com um gasto de R$ 14 bilhões.

Com a revisão do cadastro, que eliminou principalmente famílias constituídas de uma única pessoa, 1,48 milhão de beneficiários foram excluídos do Bolsa Família e 694,2 mil famílias foram incluídas, das quais 335,7 mil com crianças de até 6 anos.

Desde o início do ano, o programa social voltou a se chamar Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, que permitiu a utilização de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões destinados a custear o benefício.

O pagamento do adicional de R$ 150 só começou neste mês, após o governo fazer um pente-fino no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para eliminar fraudes. Em junho, começará o pagamento do adicional de R$ 50 por gestante, por criança de 7 a 12 anos e por adolescente de 12 a 18 anos.

Calendário do Bolsa Família
Calendário do Bolsa Família – Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Auxílio Gás

Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que beneficia famílias inscritas no CadÚnico. Como o benefício só é pago a cada dois meses, o pagamento voltará em abril.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.