OPINIÃO: ‘Sou inocente…’

Por MAURÍCIO ASSUERO*

O que mais se ouve nas entrevistas feitas dos envolvidos nos escândalos (escolha qualquer um) é a frase “sou inocente, não há provas contra mim”. Quem usa desse bordão esquece, deliberadamente, que o fato de não ter provas não significa, nem significará nunca, presunção de inocência. Não ter provas pode ser fruto de um trabalho bem feito. Ser inocente é não cometer qualquer crime, qualquer ação à margem da lei. A falta de provas pode, realmente, livrar um acusado da cadeia, basta ver no caso do mensalão onde alguns foram condenados por formação de quadrilha e, devido aos embargos infringentes, foram inocentados porque as provas eram insuficientes, mas isso não dá a nenhum deles o direito de proclamar inocência. Foi uma interpretação da corte sobre o que, de fato, seria uma quadrilha e, por conta dessa interpretação, alguns tiveram suas penas reduzidas.
O fato mais lamentoso desse imbróglio todo é que o Congresso, na sua maioria, esqueceu o povo e, no afã de tomar medidas que prejudicam o governo, acaba prejudicando o povo. É, no mínimo, incoerente líderes de partidos criticarem os desmandos da Petrobras, o governo do PT etc. e fazerem conchavos para manter o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, no exercício do seu poder. Sob esta ótica, se ele pode, Dilma também pode, porque roubalheira não é uma questão relativa, ou seja, é bobagem dizer que fulano é mais ladrão do que sicrano. Tanto faz roubar R$ 1 como R$ 1 milhão.

O fato é que ninguém demonstra mais preocupação em salvar empregos. O programa de manutenção do emprego, até o momento, não disse a que veio. Baixar taxa de juros dos bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil) para empresas que se comprometam a não demitir é fumaça para os olhos da população. No caso do Banco do Brasil, a instituição possui ações no mercado financeiro e os acionistas querem lucros, que não virão com essa política medíocre. Os juros altos existem por conta da necessidade de combater a inflação. Então, resolvendo a inflação, fica mais simples trabalhar com taxas de juros que atendam a expectativa do mercado. Isso não vai funcionar por decreto ou pela vontade absoluta do governo.

O governo fez a sua opção por políticas sociais (eleitoreiras), ao invés de implantar políticas favoráveis ao crescimento econômico. Incentivando a economia, haveria recursos para apoiar o social, agora não tem como mexer no social sob pena de causar um estrago ainda maior. Por essa razão, fornecedores de produtos e serviços do governo estão sem dinheiro para arcar com suas obrigações. A maioria deles é, de fato, inocente.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE.

Coluna de quinta: Papa Francisco- um revolucionário da fé.

Por Hérlon Cavalcanti

13 de março de 2013, o mundo todo parou para assistir a posse do chefe da igreja católica o primeiro Papa Latino nascido na Argentina d. Jorge Mario Bergoglio o Papa Francisco. Com uma coragem incrível, e uma simplicidade no olhar, o Papa Jesuíta começou seu papado imprimindo seu modelo de gestão que vem chamando atenção do mundo todo  como lema ”O amor gratuito de Deus por nós”.

Seu primeiro questionamento como chefe da igreja Católica foi não usufruir de bens materiais, nem do luxo que o cerca. Ele começou a visitar refugiados no Sul da Itália e foi visto por varias vezes circulando na área pobre da periferia de Roma, ou mesmo almoçando junto aos trabalhadores do luxuoso Vaticano.

Na linha por mudanças, o papa criou o grupo de oito cardeais escolhidos para representar as diferentes realidades eclesiais no mundo. O chamado “Conselho de Cardeais”, que começou a elaborar a Reforma da Igreja, ou a reforma da Cúria Romana. O Papa defende o caráter sinodal, a ideia do caminhar juntos. Seu jeito de querer de fato uma reforma profunda na igreja começou a gerar incômodos dentro da cúpula do Vaticano quando ele criou a Secretaria da Economia para vigiar o Banco do Vaticano sobre todas as atividades econômicas e administrativas da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano, para evitar a lavagem de dinheiro de alguns padres, bispos, monsenhor e cardeais.

O Papa mostra aos 78 anos, que pretende acabar com as indulgências, um movimento que gerou objeto de compra e de venda e geraram enormes lucros para os Papas, para os cardeais e para os cofres vaticanos, uma espécie de bônus que facilita o perdão dos pecados e a entrada do pecador no paraíso.  Essa prática gerou a ruptura do teólogo e frade agostiniano Martinho Lutero com o papa Leão X. Se o papa conseguir acabar com as indulgencias entrará para a história do Cristianismo, em favor da unidade das igrejas cristãs.

Outro fato marcante do seu papado é quando traz para si a responsabilidade de abrir o debate que os homossexuais podem comungar nas missas e explica sua atitude dizendo: a Igreja condena o pecado, mas ama o pecador. Em seu documento “Evangelii Gaudium”, o grande pecado denunciado pelo papa é explorar o pobre, colocar o lucro acima da pessoa!

Outra grande polemica é os escândalos de pedofilia e a condenação dos padres pedófilos A Igreja indica “tolerância zero” para os religiosos pedófilos ele considera que eles devem responder por seus crimes junto à Justiça de seus países, como qualquer cidadão.  E o que dizer do celibato dos padres e a ordenação das mulheres casadas? Pois bem são pontos que vão mexendo com a estrutura física e moral da igreja católica.  O celibato vem desde século XII como obrigação para todos os padres. A ordenação das mulheres, o Papa diz que: “É necessário se fazer uma reflexão sobre o papel da mulher na Igreja. Na prática, ao longo da história, muitas mulheres agiram com autoridade dentro da Igreja, influenciando papas e redefinindo os rumos da história”.

O papa Francisco quebra paradigmas e abre o debate dentro da igreja com a ordenação de homens casados como acontece nas Igrejas Católicas Orientais e indo mais além com a intenção permitindo que os Padres se casem, e os homens casados em segunda união possam comungar livremente. O papa manda um recado direto para essas pessoas: a Igreja também é para você, venha e ocupe seu lugar;

O Papa marca a história mundial com adesão das Igrejas Católica Romana, Luterana e Anglicana, permitindo um acordo para o reconhecimento mútuo dos sacramentos do Batismo, da Eucaristia e do Matrimônio. Isso vai permitir que servo católico que se batizar na sua Igreja e depois converter-se à Igreja Anglicana, não precisará mais batizar-se em sua nova confissão. Uma revolução da força de um homem na tentativa da unificação da igreja católica que vem ao longo do tempo em todo mundo perdendo milhares de fieis.

E no campo da politica o Papa Francisco mostra ao mundo sua força na condução de aproximar dois países que durante 50 anos romperam ligações diplomáticas Cuba e EUA. O Papa Francisco preocupado com essa situação conversou com Barack Obama e Raúl Castro para tentar acabar com esse embargo econômico, e o mundo recentemente assistiu a um encontro histórico entre os dois presidentes que vão aos poucos se alinhando politicamente.

Por esses tantos motivos, o chefe da Igreja católica o Papa Francisco, marca a história como um grande revolucionário da fé.

Coluna de quinta: Papa Francisco- um revolucionário da fé

Por Hérlon Cavalcanti

13 de março de 2013, o mundo todo parou para assistir a posse do chefe da igreja católica o primeiro Papa Latino nascido na Argentina d. Jorge Mario Bergoglio o Papa Francisco. Com uma coragem incrível, e uma simplicidade no olhar, o Papa Jesuíta começou seu papado imprimindo seu modelo de gestão que vem chamando atenção do mundo todo  como lema ”O amor gratuito de Deus por nós”.

Seu primeiro questionamento como chefe da igreja Católica foi não usufruir de bens materiais, nem do luxo que o cerca. Ele começou a visitar refugiados no Sul da Itália e foi visto por varias vezes circulando na área pobre da periferia de Roma, ou mesmo almoçando junto aos trabalhadores do luxuoso Vaticano.

Na linha por mudanças, o papa criou o grupo de oito cardeais escolhidos para representar as diferentes realidades eclesiais no mundo. O chamado “Conselho de Cardeais”, que começou a elaborar a Reforma da Igreja, ou a reforma da Cúria Romana. O Papa defende o caráter sinodal, a ideia do caminhar juntos. Seu jeito de querer de fato uma reforma profunda na igreja começou a gerar incômodos dentro da cúpula do Vaticano quando ele criou a Secretaria da Economia para vigiar o Banco do Vaticano sobre todas as atividades econômicas e administrativas da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano, para evitar a lavagem de dinheiro de alguns padres, bispos, monsenhor e cardeais.

O Papa mostra aos 78 anos, que pretende acabar com as indulgências, um movimento que gerou objeto de compra e de venda e geraram enormes lucros para os Papas, para os cardeais e para os cofres vaticanos, uma espécie de bônus que facilita o perdão dos pecados e a entrada do pecador no paraíso.  Essa prática gerou a ruptura do teólogo e frade agostiniano Martinho Lutero com o papa Leão X. Se o papa conseguir acabar com as indulgencias entrará para a história do Cristianismo, em favor da unidade das igrejas cristãs.

Outro fato marcante do seu papado é quando traz para si a responsabilidade de abrir o debate que os homossexuais podem comungar nas missas e explica sua atitude dizendo: a Igreja condena o pecado, mas ama o pecador. Em seu documento “Evangelii Gaudium”, o grande pecado denunciado pelo papa é explorar o pobre, colocar o lucro acima da pessoa!

Outra grande polemica é os escândalos de pedofilia e a condenação dos padres pedófilos A Igreja indica “tolerância zero” para os religiosos pedófilos ele considera que eles devem responder por seus crimes junto à Justiça de seus países, como qualquer cidadão.  E o que dizer do celibato dos padres e a ordenação das mulheres casadas? Pois bem são pontos que vão mexendo com a estrutura física e moral da igreja católica.  O celibato vem desde século XII como obrigação para todos os padres. A ordenação das mulheres, o Papa diz que: “É necessário se fazer uma reflexão sobre o papel da mulher na Igreja. Na prática, ao longo da história, muitas mulheres agiram com autoridade dentro da Igreja, influenciando papas e redefinindo os rumos da história”.

O papa Francisco quebra paradigmas e abre o debate dentro da igreja com a ordenação de homens casados como acontece nas Igrejas Católicas Orientais e indo mais além com a intenção permitindo que os Padres se casem, e os homens casados em segunda união possam comungar livremente. O papa manda um recado direto para essas pessoas: a Igreja também é para você, venha e ocupe seu lugar;

O Papa marca a história mundial com adesão das Igrejas Católica Romana, Luterana e Anglicana, permitindo um acordo para o reconhecimento mútuo dos sacramentos do Batismo, da Eucaristia e do Matrimônio. Isso vai permitir que servo católico que se batizar na sua Igreja e depois converter-se à Igreja Anglicana, não precisará mais batizar-se em sua nova confissão. Uma revolução da força de um homem na tentativa da unificação da igreja católica que vem ao longo do tempo em todo mundo perdendo milhares de fieis.

E no campo da politica o Papa Francisco mostra ao mundo sua força na condução de aproximar dois países que durante 50 anos romperam ligações diplomáticas Cuba e EUA. O Papa Francisco preocupado com essa situação conversou com Barack Obama e Raúl Castro para tentar acabar com esse embargo econômico, e o mundo recentemente assistiu a um encontro histórico entre os dois presidentes que vão aos poucos se alinhando politicamente.

Por esses tantos motivos, o chefe da Igreja católica o Papa Francisco, marca a história como um grande revolucionário da fé.

OPINIÃO: Quem não deve…

Por MAURÍCIO ASSUERO*

Temos duas crises no país: uma econômica e outra política. A primeira, dificilmente, se resolverá se não houver uma definição sobre a segunda. Vi, esta semana, inúmeros comentários políticos e todos atribuíam ao PT a culpa pelo que estava acontecendo no Brasil. É lamentável, pela proposta que este partido tinha, admitirmos que isso é verdadeiro. O pior é que, ao invés de admitir que errou, o partido continua falando de perseguição e de crime político quando, a cada dia, se descobrem mais e mais coisas de enriquecimento pessoal.

Agora, a questão em pauta é transformar o ex-presidente Lula em ministro. Isso tem dois objetivos e cada um de nós pode escolher o que achar mais factível: o primeiro é dar a Lula o tão desejado terceiro mandato. O segundo é livrá-lo do alcance do trabalho de investigação comandado pelo juiz Sérgio Moro. Ora, Dilma foi escolha de Lula e foi apresentada ao país quatro anos atrás como a melhor opção de continuar com os ganhos econômicos e sociais que o país havia obtido. Agora não presta mais? No segundo caso, a nomeação de Lula como ministro faria com que ele adquirisse foro especial e fosse julgado por uma corte (com todo respeito) na qual o presidente Ricardo Lewandowski é amigo de Lula (inclusive a imprensa já falou sobre os mecanismos que o levaram ao STF).

Diz o velho ditado que “quem não deve não teme” e é nisso que o homem simples se baseia para acordar que há muita coisa errada. Lula estaria com medo de ser preso. Por quê? José Dirceu tentou, por três vezes, um habeas corpus preventivo para não ser preso. Por quê? Sua empresa faturou R$ 39 milhões e ele fez uma “vaquinha” para angariar R$ 960 mil para pagar a multa imposta pelo STF. Por quê? São perguntas simples que deveriam ter respostas simples, mas não é assim. Enquanto isso, o país vai afundando num lamaçal de ingovernabilidade porque a presidente não mandou o ministro da Justiça controlar a Polícia Federal… Enquanto isso, Levy, vamos ser bastante específicos, Joaquim Levy, tem buscado cumprir ponto por ponto de uma proposta que pode fazer o país sair da crise econômica e, lamentavelmente, “suas excelências” votam contra o governo porque não conseguiram indicação para cargos, por exemplo.

No meu entender, o povo precisa de emprego, de renda, de casa, independentemente de quem esteja na presidência. No meu entender, os esforços deveriam ser para resolver a crise econômica. A política se resolve na Polícia Federal.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE.

Artigo: Multiculturalismo corporativo: como lidar (e se beneficiar) com as diferenças nas organizações

Por Arley Ribeiro

O mundo muda constantemente, em uma velocidade fantástica. As mudanças não são apenas tecnológicas, mas também sociais e políticas e exercem grande influência em nosso dia-a-dia. Adaptar-se ou rejeitá-las é uma questão individual e, ainda hoje, existem pessoas que preferem se manter distante do mundo tecnológico sem deixar de interagir com quem é extremamente “plugado”.

Esse tipo de escolha não pode ocorrer no mundo dos negócios. Ou a empresa se adapta rapidamente às mudanças, ou simplesmente se acaba.

Embora os planos de cada corporação dependam de uma série infinita de fatores diretamente ligados ao seu ramo de atuação, existe uma particularidade que facilita a adaptação: o multiculturalismo corporativo. Pessoas de diversas culturas, credos, gêneros e idades podem contribuir com diferentes pontos de vista quando diante de uma mesma questão. Assim, com a visão mais geral possível, o executivo principal tem uma base sólida para tomar decisões com maior probabilidade de acerto.

Mas, existe o outro lado da moeda: consolidar as ideias de pessoas com diferentes formações e opiniões transformando-as em um ponto de vista válido é uma tarefa complexa. Comunicar suas ações para superiores de culturas diversas, também é um desafio.

Sempre gostei de trabalhar com equipes multiculturais, que me ajudaram muito na obtenção de resultados e me exigiam bastante empenho para gerenciá-las. Ao mesmo tempo, quase sempre tive que me reportar para pessoas de culturas muito diferentes da minha e adaptar minhas repostas e ações para que fossem perfeitamente compreendidas. Essa é uma virtude que consegui após certo esforço.

Eu me lembro da minha primeira apresentação para executivos europeus, quando trabalhava numa empresa alemã. Eles ouviram compenetrados e quietos toda minha explanação, sem apresentar a mínima reação. Quando terminei, eles começaram organizadamente a fazer perguntas detalhadas e acabaram aprovando todos os meus planos.

Algo diferente ocorreu com minha primeira experiência com executivos indianos. Eles sinalizavam com a cabeça “negativamente” o tempo inteiro e mesmo quando as minhas respostas pareciam estar corretas continuavam sinalizando negativamente. Logo depois o término de minha explanação, com poucos reparos nos meus planos, que me disseram que o movimento do “sim” indiano corresponde ao nosso “não”.

O mais complexo é “aglomerar” as ideias da equipe de forma a facilitar a tomada de decisões. Há alguns anos, trabalhava em uma empresa química nacional e os técnicos descobriram um produto que secava muito rápido e que permanecia flexível depois de seco. Eu passei a questão para as diversas áreas envolvidas no processo e não encontramos uma aplicação prática para esta fórmula. Até que um dia, em uma reunião com pessoal da linha da produção acabei mencionando este produto como um ideia ainda sem aplicação. Um operário já de certa idade, recém-contratado, levantou e disse: “Moço, isto aí para colar solado de sapato deve ser bom demais”. E foi mesmo. Desenvolvemos um produto para sapateiros que trabalhassem em lugares muito frios, como na região Sul do País, pudessem ter agilidade em seu trabalho.

Muitas vezes, a “cultura” necessária para uma decisão não vem só da formação da equipe, mas sim de experiências que estas pessoas tiveram. Este senhor já havia trabalhado como sapateiro e, mesmo sem ter cursado nenhuma faculdade, resolveu um problema que outras pessoas não haviam conseguido.

Assim, a multicultura é a melhor forma de uma empresa ter sucesso em um ambiente extremamente mutável, e também para enfrentar períodos de retração econômica. Ao mesmo tempo, todo executivo precisa também estar aberto para entender a diversidade tanto da sua equipe, quanto das pessoas acima e à volta dele, tirando proveito da diversidade de ideias e opiniões geradas por pessoas muito diferentes.

* Arley Ribeiro é executivo e Engenheiro Químico, com experiência no setor de adesivos de consumo e industrial em países da América do Sul, México, EUA, Europa e Índia.

OPINIÃO: Um corpo sem cérebro

Por MAURÍCIO ASSUERO*

No momento atual, creio que esta é a melhor analogia que pode ser feita à combalida economia brasileira. É sempre muito triste vir aqui para falar sobre os péssimos cenários que nos envolvem, com uma perspectiva de encaminhamento bastante improvável. Nossa economia parece um cano furado em vários pontos e uma pessoa tentando conter o vazamento com os dedos. Vai faltar dedo para tanto buraco.

Crescimento econômico já era; desemprego caminha para um nível delicado; taxa de juros em 14,25% ao ano; e a inflação sem cair (agora as projeções indicam 9,23% ao ano e, em várias ocasiões, eu já dei a entender que ela já passou a barreira dos dois dígitos). A esperança se apoia no resgate da credibilidade para atrair investimento externo, mas, para que isso aconteça, as medidas, por mais impopulares que elas são, precisam ser aprovadas. O governo tinha como meta economizar 1,12% do PIB com o superávit primário e, em função da queda de arrecadação, reduziu para 0,15% do PIB. Isso foi uma decisão tecnicamente necessária, mas terrível para as pretensões de um programa econômico que precisa apresentar seriedade. Mas o pior ainda estava por vir e veio da forma mais desastrosa possível.

Em recente pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff disse: “Não vamos colocar uma meta, nós vamos deixar a meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”. Um comunicado desse, sem pé nem cabeça, assusta pelo significado decorrente dele. O governo, simplesmente, abandonou o compromisso com o superávit primário. Esperava-se, antes, cerca de R$ 60 bilhões; caiu para R$ 8,7 bilhões e agora… Bem, agora é o que der. Se houver superávit, qualquer que seja o valor, este será a meta! Se o governo conseguir R$ 10 de superávit, então este valor foi a meta. Vamos dobrar!

O governo pode botar o país de volta aos trilhos do crescimento, mas não será capaz de convencer ninguém por conta da simbiose que existe entre governos e as figuras enroladas com mensalão, petrolão e, agora, eletrolão. Sem contar os casos do Ministério da Saúde, a questão envolvendo as ONGs via Ministério do Trabalho etc. São duas frentes de atuação para o governo. Não adianta priorizar uma em detrimento da outra. O fato é que 2015 é um ano perdido e, sem ações mais decisivas, 2016 será pior. Economia não é cassino: não dá para apostar as fichas e contar com a sorte.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE

OPINIÃO: Apoio ao emprego

Por MAURÍCIO ASSUERO*

Com a taxa de desemprego se aproximando dos dois dígitos, o governo correu para implantar um programa de manutenção do emprego a partir da flexibilização dos salários, ou seja, reduz o salário mediante a redução da jornada de trabalho. Parece uma mediada necessária para combater este fantasma assustador. A ideia é boa, mas peca em alguns princípios, dentre os quais as limitações que o governo impõe para que a empresa seja beneficiada (por exemplo: demonstrar que está em real dificuldade financeira).

Ora, um setor industrial que, notadamente, perde 30% de vendas e mantém seus custos altos, me parece trivial se enquadrar. Assim, antes de flexibilizar as regras do emprego, deveriam ser flexibilizadas as exigências. Faz sentido, por exemplo, exigir que a empresa beneficiária não pode demitir durante um ano, que é o prazo do programa. Agora, essa demonstração de dificuldade deveria ser algo mais livre.

O grande entrave desse programa não é a postura de alguns juízes do trabalho que já emitiram opinião contrária, muito embora haja concordância dos trabalhadores e dos empregados. O gargalo está no fundo que irá complementar o salário do trabalhador. Na verdade, a empresa paga uma parte do salário do trabalhador e o governo complementa as horas reduzidas. O problema é que este recurso vem do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

O FAT é um fundo vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego que tem como base de arrecadação o PIS/Pasep. O BNDES toma dinheiro emprestado ao FAT para financiar seus programas e, o mais interessante, é que no bimestre maio-junho de 2014 o FAT arrecadou R$ 2,8 bilhões, enquanto que nestes dois meses de 2015 a arrecadação foi de R$ 1,2 bilhão, ou seja, uma queda de 53,93%.

Como se sabe, o PIS e Cofins são impostos calculados sobre o faturamento das empresas e, diante da crise, tais recursos estão diminuindo e comprometendo o desempenho do fundo. De acordo com a demanda, o governo terá que escolher entre manter a esperança de crescimento econômico via operações do BNDES (que, diga-se de passagem, não tem projetos com capacidade para dinamizar a economia) ou manter os trabalhadores nos seus empregos. A escolha é difícil.

No bojo de tudo isso, o que se lamenta é a forma como o governo está decidindo suas políticas. Ações intempestivas, de curto alcance, longe de uma política estruturadora. Até parece que ninguém se preocupou em analisar a situação do FAT para anunciar o programa e o mais interessante: o programa vem do governo e não do ministério. Dito de outra forma, foi totalmente pensado no âmbito da sustentação econômica do governo (Banco Central, Fazenda e Planejamento). Ao ministro do Trabalho, coube apenas a incumbência de explicar como será.

Nós precisamos torcer, apesar da forma estabanada com que as coisas estão sendo feitas, para que tudo dê certo. Queremos o Brasil crescendo, mas não como banana no carbureto.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE

Opinião: Coaching de Carreira: uma necessidade (e não uma moda)

Por Maurício Sampaio

Hoje vivemos em um país e em um mundo nos quais o índice de insatisfação com o trabalho chega a números assustadores. Parece que um desânimo geral tomou conta. São pesquisas atrás de pesquisas desvendando o que já é possível ver a “olho nu”: o descontentamento geral em relação à profissão e à carreira.

Um levantamento recente realizado pelo ISMA (International Stress Management Association), orgão sem fins lucrativos e que estuda o stress no ambiente de trabalho, revelou que 80% da população brasileira ativa está infeliz.

Muitos querem mudar de emprego para melhorar a qualidade de vida, alguns desejam crescer na própria empresa e não sabem como fazer isso… E há também os vários que querem ter o próprio negócio e não conseguem ver qual é o caminho certo. Tudo isso sem contar os diversos que já estão se aposentando e não têm a menor ideia do que fazer depois.

Agora veja essa estatística, que é a mais assustadora de todas: cerca de 90% dos trabalhadores no mundo estão infelizes, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup.

O que era um bate-papo de corredor ou em bares, com os amigos, se transformou em posts em redes sociais também. Carreira virou um tema expressivo no mundo virtual, segundo análise feita pela Gauge. A consultoria especializada em comunicação digital apontou que 12% das citações da palavra “carreira” se referem a questões profissionais dos próprios usuários de mídias sociais.

Entre os que discutem o assunto na rede, 21% procuram dicas para conseguir um emprego. O salário representa 17% e, pessoas indecisas com a profissão, 8%. A busca de informações e soluções para essas e outras questões é cada vez maior.

As bruscas mudanças dos últimos anos nas relações globais, impulsionadas pelo desenvolvimento acelerado da tecnologia e da internet, fizeram surgir várias opções de desenhar uma carreira, escolher uma profissão desejada e de empreender. Nos tornamos seres globais!

Essa modificação acabou criando um leque de opções e desejos por parte da população profissional. Um exemplo: para quem sempre sonhou trabalhar fora do país, nunca ficou tão simples como hoje. Por outro lado, quem sonhava com apenas um chefe, hoje possui mais de três, em diferentes cantos do planeta.

Apesar de o processo de coaching ser praticado há mais de 20 anos, o Coaching de Carreira avançou apenas mais recentemente, com seus experimentos e práticas, principalmente no Brasil. A metodologia, que serve para ajudar pessoas a atingirem seus objetivos na carreira e desenvolverem competências e habilidades específicas profissionalmente, vem se tornando mais popular agora!

E por que está ganhando espaço? Porque as pessoas buscam mais liberdade para o estilo de vida que desejam, e contam com mais opções na hora de escolher suas profissões, desenhar suas carreiras e planejar a vida a médio e longo prazo.

Muitos são os problemas relativos quando o assunto é carreira. Eles começam na escolha de uma profissão – que se inicia dentro do ambiente escolar, mais especificamente no Ensino Médio -, passam pela etapa de desenvolvimento e chegam ao pós-carreira, a aposentadoria.

São várias as fases em que o Coaching de Carreira e um coach especializado no tema podem contribuir:

– Coaching Vocacional (para a escolha profissional)
– Coaching de Carreira para Universitários
– Coaching para busca de emprego
– Coaching para o primeiro emprego
– Coaching para empreendedores
– Coaching para Transição de Carreira
– Coaching para Desenvolvimento de Carreira
– Coaching para Descarrilamento de Carreira
– Coaching para Expatriados
– Coaching para Aposentadoria
– Coaching para Esportistas

Vale lembrar que lidar com a carreira de um ser humano é algo de extrema importância. Um coach de carreira deve estar devidamente habilitado para exercer seu ofício, só assim o processo será um sucesso para todos: coach e coachee.

Maurício Sampaio é coach de carreira, palestrante, escritor e fundador do InstitutoMS de Coaching de Carreira.

OPINIÃO: Comparações

Por MAURÍCIO ASSUERO*

A situação da Grécia não foi um fato instantâneo. Há alguns anos, a economia grega se divide entre a brasa e o espeto. O que ocorreu nos últimos dias, incluindo plebiscito, troca de ministros, limitação dos saques diários a € 60 (R$ 208,80), é fruto de um processo lento e gradual que afetou a economia europeia como um todo, a partir de 2008. Alguns países europeus tiveram enormes dificuldades (Espanha, Portugal, Grécia, França etc.), mas superaram com a ajuda do Banco Central Europeu, que despejou bilhões de euros na região.

Comparativamente, o Brasil está distante da Grécia? Temos algumas semelhanças – por exemplo, a economia combalida – e grandes diferenças, porque, ao contrário da Grécia, não temos quem nos socorra num caso de urgência, além, claro, do FMI (Fundo Monetário Internacional), cujo auxílio seria bom dispensar. O que nos assusta é que nossa situação é preocupante e generalizada e o relacionamento entre Congresso e governo ajuda, dia a dia, a deixar um pouco mais limitada nossa esperança.

Se a gente for analisar as previsões dos economistas, vai se notar que o ponto de interseção é sempre o lado ruim da história, ou seja, a falta de crença no desempenho da economia em 2015 e a baixa expectativa para 2016. Não há indicativo de que 2016 seja melhor. Podemos fazer inúmeras conjeturas, dentre as quais a saída de Dilma da Presidência. Ganharemos alguma coisa com isso? Não se trata apenas de dizer sim ou não. Temos que considerar uma situação econômica complicada sem uma estratégia, ou uma política, que aponte passos para sair do buraco. O governo tem condições de apontar esse caminho? Até o momento, não – e com 7,7% de aprovação, jamais. Agora, o que está ruim pode ficar um pouco pior. Refiro-me à situação dos Estados e municípios e vamos falar de Pernambuco.

O Governo do Estado divulgou o pagamento de uma parcela do 13º salário já para este mês. Ótimo! Por outro lado, alterou o cronograma de pagamentos, ou seja, o salário de julho, que deveria ser pago no final deste mês, vai ser pago em agosto. Está claro que temos um grave problema de caixa e, no caso do governo, fica difícil entender o desequilíbrio, dado que o governador teve nas mãos a chave das finanças do Estado. No mínimo, parece um erro de estratégia. Por outro lado, o Estado e a Prefeitura do Recife montaram uma boa estrutura para renegociar débitos tributários que, segundo as estimativas, poderão chegar à casa dos R$ 100 milhões.

Trata-se de uma ação válida, mas insuficiente. A atração de investimentos externos foi a mola propulsora do crescimento do Estado e, se perder esta linha, ficará muito difícil falarmos de crescimento econômico. O governo precisa centrar seus esforços para consolidar o projeto de voos nacionais e internacionais do grupo Latam (conhecido como hub), que é uma junção da TAM com a chinela LAN. Se conseguir, Pernambuco terá um instrumento formidável para voltar a crescer. Senão, vai continuar em busca de inadimplentes dos impostos.

*Maurício Assuero é economista e professor da UFPE.

ANÁLISE: Com anúncio, Joaquim Levy encolhe no cargo

Por IGOR GIELOW
Da Folha de S. Paulo

Se no mercado financeiro já havia sérias dúvidas sobre a capacidade de o ministro Joaquim Levy salvar a lavoura da economia com o ajuste que propôs até aqui, o anúncio deste começo de noite de quarta (22) parece enterrar de vez qualquer percepção neste sentido.

Politicamente, Levy sai derrotado triplamente. Dourando ou não a pílula ao sacar o argumento da credibilidade de previsões, o fato é que ao baixar a meta da economia que o governo vai fazer ele basicamente admite que seu ajuste não está funcionando.

Segundo, viu adicionada à receita uma espécie de gatilho de permissividade: se medidas que dependem de um Congresso conflagrado não forem aprovadas, a regra permite que um resultado ainda pior seja aceito.

Soa mais como desculpa antecipada do que “construção de expectativas”.

Por fim, a tesourada no Orçamento, que mesmo o Planalto via como essencial há poucas semanas para dar a sinalização sobre a seriedade das intenções do governo, ficou abaixo da metade do que Levy gostaria. Ponto para Nelson Barbosa (Planejamento), eterno opositor do aperto no cinto.

Com isso, Levy sai menor desta nova rodada de anúncios econômicos, ainda que venda a concordância com tudo o que foi anunciado. O PT vai comemorar a gradual debacle de seu antípoda “empoderado” a contragosto por Dilma Rousseff _já que ela nunca teve afinidade ideológica ou econômica com o ministro.

Sobe assim a cotação de Barbosa no governo, algo bem distantes de agradar os agentes econômicos neste momento. Se o PT conseguir emplacar mudanças na coordenação política do governo, aí a “retomada” terá sido completa, com um previsível agravamento na agenda de crise.

Além de criticar o ajuste proposto por Levy, setores do PT próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também gostariam de ver um nome como do petista Jaques Wagner (ora ministro da Defesa) na coordenação política do governo.

Aa equação aqui é mais complexa pois melindraria ainda mais o PMDB. O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) foi colocado na função justamente para azeitar a relação com o partido, particularmente para facilitar a aprovação do ajuste no Congresso.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já rompeu publicamente com Dilma, e Renan Calheiros (PMDB-AL) presidiu o Senado no primeiro semestre como um adversário do Planalto a maior parte do tempo.

Com Cunha enfraquecido após ser acusado no âmbito da Operação Lava Jato, foi significativo ontem ver Levy visitar Renan e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) antes da entrevista coletiva sobre o corte. E citar nominalmente a “presidência do Senado” como fator de apoio aos esforços do governo.

Tais agrados fazem parte de uma tentativa do Senado em apaziguar a relação com Renan, mas tal movimento já ocorreu sem sucesso em outros momentos.