Pedro Augusto
De acordo com o último levantamento do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), do dia 1º de janeiro até a segunda-feira (7), o índice pluviométrico de Caruaru estava girando na casa dos 351 milímetros. Número este superior à média histórica – 286 mm – referente à Capital do Agreste, que, assim como as demais cidades da região, vem se beneficiando bastante com as quedas constantes da chuva. Um bom exemplo disso diz respeito à redução em alguns valores de verduras, legumes e frutas, que têm sido praticados no complexo da feira do Parque 18 de Maio, no Centro. Como a produção agrícola aumentou no município, em relação a épocas anteriores, a oferta de vários itens alimentares se encontra maior no espaço, o que vem propiciando compras mais avolumadas.
Foi o que percebeu a dona de casa Maria Betânia Silva. “Realmente o chuchu, o pimentão, o pepino, a alface e o coentro se encontram mais baratos em comparação com o mês passado. Por outro lado, os valores do tomate, da cebola e da batata inglesa não estão tão atrativos como eu gostaria. Mas, mesmo assim, deu para dar uma economizada legal. Espero que continue chovendo bastante não só em Caruaru, mas também em todo o Agreste para que os preços permaneçam diminuindo. Sabendo pesquisar dá, sim, para comprar um pouco mais e foi o que fiz”, disse.
O engenheiro agrônomo do IPA, Fábio César, confirmou a queda nos valores de alguns itens motivada pela produção alta na agricultura local. “Caruaru possui uma gama considerável de pequenos plantadores voltados para as produções de chuchu, alface, cebolinha, couve, ou seja, de alguns tipos de verdura e legume, bem como de feijão, milho e macaxeira, que também vêm sofrendo diminuições nos seus respectivos preços devido aos altos índices de chuva que têm sido registrados. Em paralelo, os consumidores locais ainda estão se beneficiando com as elevadas colheitas que vêm sendo feitas em municípios circunvizinhos e que costumam abastecer a cidade. Os preços desses itens só não se encontram mais baixos porque os custos dos fornecedores com combustível têm crescido de forma gradativa”, afirmou.
Feirante no Parque 18 de Maio, Cícera Santos destacou ao VANGUARDA as diferenças de valores observadas em alguns alimentos. “Cheguei a vender a unidade do coentro por R$ 2 e agora está R$ 1. O pé da alface não é mais R$ 3 e, sim, R$ 2, sem falar no pimentão, na macaxeira, no chuchu, no maxixe, na cenoura, que também estão saindo mais baratos tanto para nós feirantes, que costumamos comprá-los na Ceaca (Central de Abastecimento de Caruaru), como também para o consumidor final. Por outro lado, algumas verduras e legumes tiveram aumento, mas em termos gerais não foi muito alto. Espero que continue chovendo muito para todo mundo lucrar.”
De acordo com Genaro Souza, que também atua como feirante no Parque 18 de Maio, não só verduras e legumes se encontram com os preços mais baixos no local, mas também diversas frutas. “Acerola, maracujá, uva, umbu, siriguela, melão, ou seja, todas essas frutas tiveram os seus valores reduzidos por causa do grande número de chuvas. Está dando para os clientes comprarem em quantidades maiores e para faturarmos ainda mais, o que é muito bom numa época dessa de crise. Chuva só traz prosperidade!”, comentou. Grande parte dos alimentos comercializados na feira do Parque 18 de Maio é adquirido na Ceaca.
Milho
Até agora, ou seja, a poucas semanas do início do São João 2018, os preços das mãos de milho – composta por 50 espigas – têm girado na casa dos R$ 25 a R$ 35, na tradicional Feira do Milho, também no Parque 18 de Maio. De acordo com os comerciantes do local, que foram entrevistados esta semana pelo VANGUARDA, os valores praticados têm seguido o ritmo habitual da época, contudo poderão até diminuir conforme a oferta do grão se intensifique nas próximas semanas.
“Este ano as colheitas de milho não só em Caruaru, mas também em toda região serão maiores, haja vista que choveu bastante no período de plantação. Desta forma, os preços das mãos poderão até cair ou não deverão sofrer grandes aumentos na época de festa, até porque a oferta do grão, com certeza, será maior em relação há anos anteriores. Embora estejamos a poucas semanas do início do São João, a procura pelo milho ainda se encontra tímida”, frisou o feirante Amaro Antônio.
Concorrente de Amaro, Josival Silva revelou a origem do milho comercializado no local. “Tradicionalmente somos abastecidos por cultivadores de municípios como Passira, Bonito, Camocim de São Félix, ou seja, daqui da região mesmo. Sem falar nos agricultores da zona rural de Caruaru, que também fornecem o grão para todos nós. Apesar de o movimento ainda não ter aumentado, acreditamos que deveremos vender bem neste São João, até porque milho é o que não irá faltar”, afirmou.