Pedro Augusto
As fortes chuvas que caíram em Caruaru e na região no último fim de semana acabaram esfriando as vendas na Feira da Sulanca. Mesmo com a proximidade do início dos festejos juninos na Capital do Forró – o São João começará já neste sábado (3) -, o que tradicionalmente costuma atrair um quantitativo bastante elevado de compradores até o Parque 18 de Maio, onde é realizada a Sulanca, na última segunda-feira (29), o fluxo de pessoas que esteve circulando no local à procura de mercadorias para consumir ou revender terminou ficando abaixo do esperado. De acordo com a estimativa da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, na data citada somente 30 mil clientes percorreram os setores da feira, o que, na prática, representou uma queda substancial no volume de consumidores em se tratando da força motriz da economia caruaruense.
Como não poderia ser diferente, devido à circulação menor em relação às feiras anteriores, a sulanqueira Marília Alves Silva acabou contabilizando uma diminuição nas vendas de 40%. “Se não tivesse chovido daquela forma, conforme observamos principalmente no último sábado (20), teríamos superado com facilidade as vendas das semanas anteriores, haja vista que estamos prestes a vivenciar o São João 2017. Por causa dos temporais, vários municípios vizinhos ficaram alagados e milhares de compradores deixaram de vir até a Feira da Sulanca porque tiveram medo de sofrer acidentes ou coisas do tipo. Esperamos que São Pedro dê uma trégua nas chuvas para que possamos comercializar bastante nas próximas semanas”, disse.
Outra sulanqueira que lamentou o pequeno fluxo de clientes na última Feira da Sulanca foi Rosemere Neves. Proprietária de um banco no antigo terreno da Funase, ela creditou a queda na movimentação não só aos temporais, mas também a um segundo aspecto importante: o dia de realização da feira. “Com a chegada dos festejos juninos, a feira do Parque das Feiras, em Toritama, está sendo realizada atualmente aos sábados e muitos consumidores de outros estados não têm permanecido na região para comprar também na nossa Sulanca. Então, além do atrapalhos das fortes chuvas, também estamos tendo de lidar com esse problema. Hoje mesmo (última segunda) não vendi nada. Praticamente toda a minha mercadoria ficou encalhada”, avaliou.
Concorrente de Rosemere, Oméris Feliciano, também citou outro fator que certamente influenciou na queda nas vendas do Parque 18 de Maio. “Tem cliente que é antigo, ou seja, compra na Sulanca há vários anos e sabe que, quando chove muito em Caruaru, aqui no antigo terreno da Funase praticamente não há condições de se circular para escolher mercadorias. Resultado: deixam de vir. Preferem se deslocar para Santa Cruz do Capibaribe ou Toritama, onde contam com estruturas físicas mais adequadas. Os poucos clientes que vieram nesta segunda até o meu banco para comprar alguma coisa reclamaram bastante das poças de águas e do lamaçal que tomou conta das ruas daqui. Lamentável!”
Diferentemente dos feirantes entrevistados, o presidente da Associação dos Salunqueiros de Caruaru, Pedro Moura, avaliou o desempenho da Sulanca da última segunda-feira de forma positiva. “Diante de tudo que Caruaru passou no final de semana, grande parte dos feirantes que conversei acreditava que não haveria nem feira nesta semana. Então, apesar do fraco movimento, temos de analisar de forma positiva o resultado desta Sulanca, haja vista que ocorreram vendas em todos os setores. Não temos dúvidas de que a partir desta semana, com o pontapé inicial do São João, a comercialização de produtos será ainda maior no Parque 18 de Maio. Temos de pensar positivo, até porque os sulanqueiros estão precisando bastante dessa demanda redobrada proporcionada pelos festejos.”
De acordo ainda com Pedro, a partir desta semana a Feira da Sulanca deverá receber a visita de pelo menos 50 mil compradores oriundos de todas as regiões do país. “Além de todos os fatores já citados, a feira desta semana não foi tão boa para a maioria dos sulanqueiros, porque aconteceu no final do mês, quando grande parte dos consumidores encontra-se com pouco dinheiro. Mas agora, com todo mundo recebendo, a expectativa é de desempenhos ainda melhores nas próximas semanas”, complementou o presidente.
Diagnóstico aponta o que necessita ser feito
Imbuída desde o início da sua gestão para propiciar melhorias na infraestrutura do Parque 18 de Maio, a prefeita Raquel Lyra passará a contar com um aliado importante nas realizações das ações necessárias. Em conjunto com as entidades que integram o Comando Presente, como a CDL, o Sindloja e a Acic, a Prefeitura de Caruaru elaborou um diagnóstico sobre o local que norteará as medidas a serem colocadas em prática. Foi o que destacou a gerente do Departamento Municipal de Feiras e Mercados, Jéssica Larissa.
“Fizemos juntamente com todas essas entidades um levantamento identificando todos os problemas do Parque no que se refere à pavimentação, à estrutura física dos prédios, aos estacionamentos, aos banheiros, dentre outros pontos, para, em seguida, fazermos um estudo de quais ações a serem colocadas em prática. Não podemos ainda apontar um prazo para o início das obras, mas a prefeita Raquel está ciente de todos os problemas a serem resolvidos e se encontra bastante disposta para resolvê-los. Sabemos que todas essas dificuldades atrapalham o desempenho dos nossos sulanqueiros, mas estamos trabalhando para oferecermos melhores condições de operação para todos eles.”
Segundo o presidente da Acic, Pedro Miranda, o relatório passou a ser elaborado no último mês de fevereiro. “Durante as nossas reuniões, acabamos discutindo alguns fatores relacionados ao Parque, como a infraestrutura, a mobilidade, a organização, dentre outros. Para chegarmos até as medidas a serem empregadas, visitamos todos os setores do local a fim de identificarmos todas as dificuldades. Acreditamos que, após a utilização desse diagnóstico, o Parque 18 de Maio passará a contar com uma realidade melhor.”