Pedro Augusto
A Polícia Civil de Pernambuco instaurou inquérito esta semana para apurar a morte do técnico de equipamento odontológico, Francisco Cavalcante do Amaral, o Chico, de 67 anos. O idoso faleceu na madrugada da última segunda-feira (5), a caminho de um hospital particular do Recife, após ter discutido com o filho Ivison do Amaral, de 38 anos, em frente da sua casa, que fica localizada na Rua Aracati, no Bairro Maurício de Nassau. Informações que circularam pelas redes sociais deram conta de que Chico teria sido morto pelo próprio filho em uma sequência de agressões físicas.
Bastante ferida, a vítima foi socorrida para uma unidade hospitalar de Caruaru e, devido à gravidade de seu quadro, precisou ser transferida, porém morreu a caminho do segundo hospital. Uma vizinha, que teria escutado toda confusão, confirmou a versão divulgada nas redes. “Meu sobrinho e minha sobrinha correram, quando escutaram os barulhos e verificaram que se tratava mesmo de uma agressão. Lamentável! Inclusive, o agressor ficou urrando em pleno desespero, quando se deu conta da gravidade do que havia feito”, disse.
O suposto agressor não foi mais localizado após a morte do pai. De acordo com o advogado de Ivison, Elmo Monteiro, ele iria se apresentar, posteriormente, à Polícia Civil com data não divulgada à imprensa. Em entrevista à TV Asa Branca, o advogado do suspeito contestou a versão de homicídio. “A viúva da vítima informou que o pai e o filho tiveram uma discussão, mas não houve vias de fato. Quando o pai foi entrar no carro já na saída de casa, se desequilibrou e acabou batendo com a cabeça no chão. O filho foi quem o levou até ao hospital. Informações oficiais do IML confirmam que houve traumatismo craniano proveniente da queda.”
O corpo de Francisco do Amaral foi sepultado na manhã da última terça-feira (6), no Cemitério Parque dos Arcos, em Caruaru. Para a polícia, a sua morte ainda constava, até o fechamento desta editoria, como a esclarecer, haja vista que diligências permaneciam sendo feitas no sentido de apurar todos os fatos. A previsão é de que o laudo conclusivo do exame tanastocópico (corpo) feito pelo IML saia no prazo máximo de 30 dias.
Mais mortes
A violência anda comendo solta, neste início de mês, em Caruaru. Para se ter ideia, além do caso envolvendo pai e filho, no intervalo da última sexta-feira (2) até a segunda-feira (5), seis pessoas foram assassinadas na Capital do Agreste. Os crimes de morte ocorreram nos bairros São Francisco, Cedro e Petrópolis, bem como nas comunidades do Sítio Juá e de Cachoeira Seca, na zona rural. Os corpos das vítimas foram encaminhados para o Instituto de Medicina Legal local.
A primeira vítima fatal da nova série de mortes foi o funcionário público, José Paulo Pereira da Silva, o Juca, de 50 anos. De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, ele estava bebendo na noite da última sexta-feira (2), no Bar do Aílton, que fica na esquina da Rua Capitão Gregório de Vasconcelos com a Travessa Capitão Dandinho, quando acabou sendo baleado com dois disparos de arma de fogo. Juca já havia cometido um homicídio.
Na madrugada do último sábado (3), o ex-presidiário Odair Manoel da Silva, de 25 anos, foi morto a tiros na Rua do Campo, no Sítio Juá. De acordo com informações também repassadas pela PM, a vítima encontrava-se dormindo em casa, quando acabou sendo surpreendida com a chegada de um criminoso, que efetuou vários disparos. Odair já havia sido preso duas vezes por causa de seu envolvimento com assaltos. Ele era suspeito de integrar a uma quadrilha.
Ainda no sábado, mas já pela manhã, o servente de pedreiro Arnaldo Marcelino Pessoa, de 38 anos, foi assassinado a tiros no Distrito de Cachoeira Seca. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, ele estava como passageiro de um Toyota, que havia saído de Taquaritinga do Norte, no Agreste, com destino até Caruaru, quando acabou reagindo a uma tentativa de assalto. A vítima foi baleada com dois disparos e morreu a caminho do Hospital Regional do Agreste. Arnaldo só foi identificado pela família dois dias depois no IML de Caruaru.
No mesmo dia, a autônoma Ligivânia Maria da Conceição, de 31 anos, foi morta na Rua Nova, também no Distrito de Cachoeira Seca. Segundo informações repassadas por testemunhas, ela estava trafegando a pé na via, quando acabou sendo surpreendida com a chegada de três criminosos em um automóvel de cor preta. Na tentativa de fuga, a vítima foi executada com três disparos de arma de fogo. Familiares da autônoma disseram que ela tinha acabado de chegar de um bar.
Já no início da noite do último domingo (4), o adolescente Lucas Antonio da Silva Santos, de 17 anos, foi assassinado também a tiros, nas imediações do Bar Hermanos, no Bairro do Cedro. De acordo com informações repassadas por familiares, ele estava retornando de um bloco carnavalesco na companhia de um amigo, quando acabou sendo abordado por um homem que afirmou ser policial. Assustado, o menor correu juntamente com o amigo e acabou sendo baleado com três tiros. Ele morreu no local, enquanto o outro jovem não foi atingido.
Na tarde da última segunda-feira (5), o autônomo Marcos André da Silva, o Paulista, de 40 anos, foi morto a facadas na Travessa Adélia Leal, no Bairro Petrópolis. De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, ele teria sido morto na porta de casa pelo suspeito Wellington Gomes dos Santos, de 21 anos, que foi preso em flagrante. Este último estava numa bicicleta já no Bairro Indianópolis, quando foi localizado. Em seguida, acabou sendo encaminhado para a Delegacia de Plantão.