OPINIÃO: Nossos coliseus

Por MENELAU JÚNIOR

Maior e mais famoso símbolo do Império Romano, o Coliseu era reservado para combates entre gladiadores ou entre esses homens e animais selvagens. Sua construção começou em 72 d.C., e as obras levaram oito anos para serem concluídas.

Afirma-se que “os primeiros combates disputados para comemorar a conclusão do Coliseu duraram cerca de 100 dias e se estima que, só nesse período, centenas de gladiadores e cerca de 5 mil animais ferozes tombaram mortos em sua arena”.
As lutas e jogos levavam o público ao delírio, público este que chegava a mais de 50 mil pessoas. O Coliseu funcionou como o principal palco de lutas da cidade até o ano 404, quando o imperador Flávio Honório proibiu os combates entre gladiadores.

O Brasil construiu ou reformou 12 Coliseus para a Copa do Mundo. As obras duraram 7 anos e ainda não estão acabadas. Durante 30 dias, 31 seleções sucumbirão até que uma sobreviva nestas arenas superfaturadas. As lutas levarão sempre mais de 50 mil pessoas às arenas e serão vistas por milhões ao redor do mundo.

Hoje, apesar de estar em ruínas,  o Coliseu ainda guarda sua majestade. Está localizado bem no centro da capital italiana, cercado por largas avenidas, e recebe, anualmente, mais de 3 milhões de visitantes, que pagam algumas dezenas de euros para poder caminhar dentro dele.

Em breve, muitos dos coliseus brasileiros, construídos em estados sem nenhuma representatividade no futebol, estarão em ruínas também. A diferença é que ninguém vai pagar em euros para entrar nestes templos do desperdício do dinheiro público.

Os romanos adoravam o pão e circo oferecido pelos imperadores no Coliseu. O brasileiro adora o pão e circo oferecido nas arenas da Copa. Os romanos falavam latim. Nossa língua veio do latim. Nossa principal religião é romana. Herança é algo fantástico.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br

 

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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