Pedro Augusto
Na semana passada, o Comando Presente anunciou a intenção de se promover a abertura da Feira da Sulanca, no Parque 18 de Maio, em Caruaru, no período de dois dias – aos domingos e nas segundas-feiras – no decorrer dos próximos meses de novembro e dezembro. Para se chegar à tal pretensão, a entidade, através da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, realizou pesquisas, bem como fez assembleia ouvindo feirantes dos mais variados tipos de setores do local. Em sua maioria, os sulanqueiros se mostraram a favor das datas propostas, mas em relação aos consumidores, o que eles acharam da possível mudança? Com o objetivo de obter opiniões, VANGUARDA circulou, na manhã da última segunda-feira (11), pelas áreas da antiga Fundac e da Brasilit.
Dos dez clientes consultados pelo periódico, sete se posicionaram a favor da medida. Dentre eles, o autônomo Fábio Lima. “O Parque 18 de Maio ainda está longe de oferecer as melhores condições em termos de infraestrutura para nós compradores, mas acertou na medida em que passará a funcionar em dois dias neste fim de ano. Até porque, nos meses de novembro e de dezembro, o volume de clientes circulando por aqui é gigantesco, o que acaba gerando alguns transtornos para quem vem até ao Parque à procura de mercadorias, como a falta de estacionamento adequado e as dificuldades de locomoção. Caso esta proposta seja realmente concretizada, com certeza virei por mais vezes até a Sulanca em comparação com os últimos anos”, comentou.
Assim como Fábio, o autônomo Márcio Oliveira também reside no Recife e vem frequentemente ao Parque 18 de Maio à procura de vestuários para consumir. Ele foi outro a destacar a importância de se realizar a feira no período de dois dias. “Em minha opinião, ficará até mais cômodo para os consumidores fazerem as suas compras tendo duas datas disponíveis para circular pelo local. O problema é que quando a Sulanca é realizada em apenas um dia e nos últimos anos somente nas segundas-feiras, o caos sempre acaba tomando conta da mesma, porque na época de fim de ano o número de pessoas consumindo é muito grande. Ou seja, com duas datas haverá uma distribuição no fluxo e a visita aos bancos ficará mais tranquila.”
Proprietárias de uma loja de moda infantil em Pombos, na Zona da Mata do Estado, mãe e filha, respectivamente, Eloísa e Elida Ribeiro, aprovaram a execução das duas datas desde que a mudança seja amplamente divulgada. “Não adianta fazer a modificação sem avisar com antecedência a nós consumidores, até porque já estamos acostumados em realizar as nossas compras aos domingos em Santa Cruz do Capibaribe e em Toritama. Damos preferência às mercadorias da Sulanca em relação às outras feiras, porque a qualidade dos produtos daqui é melhor, e se essa ideia for mesmo para frente, nem nos deslocaremos neste fim de ano para o Moda Center (Santa Cruz) e o Parque das Feiras (Toritama)”, pontuaram as empreendedoras.
Para o consumidor alagoano Walber Silva, a abertura da Feira da Sulanca no período de dois dias também deveria ser empregada durante o período junino. “No São João, o movimento aqui também é muito grande, então por que não adotar os dois dias no mês de junho? Não teria problema algum de passar mais um dia hospedado em Caruaru, até porque o custo-benefício que as mercadorias da Sulanca costumam proporcionar para o meu negócio na época de fim de ano acaba valendo a pena”, opinou.
Em reunião promovida na semana passada, na sede do Sindloja, no Bairro São Francisco, os integrantes do Comando Presente definiram as seguintes propostas: realização da Feira da Sulanca nos dias 26 e 27 de novembro, 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, além de 24 de dezembro; horário de execução de atividades (compra e venda de produtos) se estendendo das 5h até as 13h; aumento nos quantitativos de efetivos lançados pelas polícias Civil e Militar para garantir a segurança do local; atuação redobrada de equipes da Destra para possibilitar uma maior fluidez do trânsito no entorno do Parque 18 de Maio, além do acréscimo no montante de fiscais da PMC com operação em todos os setores do Parque.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Caruaru não havia se posicionado oficialmente se irá acatar ou não as medidas enviadas pela entidade.