Com a Selic em 8,25%, Copom se aproxima do fim do ciclo de cortes de juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central diminuiu, esta semana, a Selic de 9,25% para 8,25% ao ano, o menor patamar desde 2013. O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) considera a decisão positiva para potencializar a retomada da economia brasileira.

“Apesar da surpresa positiva dos dados de atividade econômica desde a última reunião, em julho, a economia permanece com ociosidade elevada e sem recuperação sólida dos dados de consumo, crédito e serviços”, explica Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil. “A isso se somam os dados de inflação significativamente abaixo da meta, o que abre espaço para que a política monetária intensifique o ciclo expansionista.”

Para Pellizzaro, vale ressaltar que o Copom está próximo do fim do ciclo de cortes de juros, o que implica em desaceleração do ritmo de cortes nas próximas reuniões. “Com o corte atual, os juros se aproximam do mínimo histórico de 7,25% entre o final de 2012 e o início de 2013. A autoridade monetária tem inclusive espaço para atingir este patamar ou chegar muito próximo dele”, avalia.

“O que temos que perceber e avaliar são as principais diferenças entre aquela época e o momento atual”, alerta o presidente. “O que se vê agora é ociosidade muito mais elevada, dados de atividade mais fracos, inflação ancorada e uma crise fiscal bem mais séria. Por conta disso a evolução do ajuste fiscal e a votação de reformas são variáveis relevantes para entendermos o comportamento dos juros daqui para frente.”

Mudança na regra da poupança

Com a nova taxa de juros, haverá mudança no rendimento da poupança. Quando a taxa Selic estava acima de 8,50% a.a., a remuneração da poupança era feita da seguinte forma: 0,5% ao mês + a remuneração da Taxa Referencial (TR), o que somava um pouco mais de 7,0% ao ano.

Com a Selic igual ou abaixo de 8,5%, como é o caso agora, a remuneração da poupança será de 70% da Selic. Isso significa uma remuneração de cerca de 5,8% ao ano. Com isso, ainda que esteja 3 pontos percentuais acima da inflação, a modalidade fica bem menos interessante que os investimentos ligados à Selic, como CDBs e o Tesouro Selic.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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