O Recife acordou na manhã desta segunda-feira (30), mais uma vez, com a instalação do caos que virou rotina para a população nos últimos anos. Com as chuvas registradas nas últimas horas, as vias foram tomadas pelas águas e pelo lixo, além de prejuízos de diversas ordens, como pessoas desalojadas por deslizamento de terra, fechamento do comércio por causa dos alagamentos, o trânsito ainda mais complicado e os serviços indisponíveis pela falta de profissionais, além de órgãos públicos sem atendimento e da suspensão de aulas em diversas instituições escolares.
Para o deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), os transtornos são consequência direta da irresponsabilidade da atual gestão no que se refere às ações estruturadoras no município. “Infelizmente, o que observamos é a absoluta falta de planejamento e de manutenção da cidade. O prefeito Geraldo Júlio, em vez de priorizar iniciativas como conservação de galerias, limpeza dos canais e canaletas e a construção de sistemas para a contenção de alagamentos, como os adotados em São Paulo e no Rio de Janeiro, prefere prometer grandes obras que não são executadas. Enquanto a Prefeitura gastou mais de R$ 80 milhões em publicidade, bem menos da metade disso foi empregado em intervenções para a contenção de alagamentos e cuidados nos mais de três mil pontos de risco nos morros”, compara.
O parlamentar destaca que o que está acontecendo no Recife nos últimos três anos e meio é reflexo da gestão de um prefeito que não cuida da cidade. “Com todas as tecnologias preventivas já existentes no Brasil e no mundo, o Recife não pode ficar refém de questões climáticas. Quando candidato, o prefeito Geraldo Júlio comprometeu-se a acabar com 32 pontos críticos de alagamento no município, mas pelo que foi registrado diante das recentes chuvas, do pouco que alega ter feito, nada surtiu o efeito prometido”, destaca.
Silvio enfatiza a necessidade de ações proativas no Recife. “É inadmissível que a população fique à mercê de uma gestão com viés exclusivamente reativo. A cidade precisa de iniciativas concretas que evitem os problemas e não de gabinetes de maquiagem, que só funcionam esteticamente e apenas enxugando gelo, sem dar aos seus cidadãos as melhorias necessárias. Precisamos de saneamento integrado, drenagem e microdrenagem eficientes, contenção de encostas, moradias dignas, limpeza periódica de rios, canais, galerias e canaletas, acessibilidade assegurada e, principalmente, respeito à vida de toda à população”, detalha.