Com honras militares, velório da major Aline aconteceu em batalhão no bairro da Madalena

Na manhã desta quinta-feira (22), familiares, amigos e colegas de profissão foram ao Batalhão de Choque Mathias de Albuquerque, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, para prestar as últimas homenagens à major Aline Maria Lopes dos Prazeres de Luna, de 42 anos.

Aline foi uma das três vítimas fatais do soldado Guilherme Barros, que, após matar a esposa grávida no Cabo de Santo Agostinho, se dirigiu ao 19° Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), no bairro do Pina, no Recife, e atirou contra colegas de trabalho. Além da major, o tenente Wagner Souza também morreu no ataque. Outros dois agentes ficaram feridos.

O corpo da major chegou por volta das 10h10 no Batalhão de Choque e foi recebido com honras militares. Três granadas de efeito sonoro sem gás foram disparadas e a sirene do Choque foi acionada. Apenas policiais militares mulheres realizaram o transporte do caixão até a área reservada para as homenagens. A pedido da família, o velório foi fechado à imprensa.

Carros da Polícia Militar de Pernambuco e do Corpo de Bombeiros estiveram no local.

Após o velório no Batalhão de Choque, o corpo da major seguiu, às 14h, para o Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. No local, haverá um momento apenas da família. O sepultamento está previsto para as 16h, também restrito aos familiares.

A major Aline trabalhava para a PMPE desde os 18 anos. Ela iria se aposentar em 2023. Casada e mãe de uma menina de 6 anos, a major já trabalhou no BPChoque, 6° BPM, 11° BPM e CIATur. No 19° BPM, major Aline era subcomandante.

Além de oficial da PM, Aline era psicóloga graduada pela Faculdade Integrada do Recife no ano de 2010 e havia feito uma pós-graduação em Gestão Pública pela Universidade Maurício de Nassau, em 2016.

“Ela começou, fez o concurso e passou para a PM aos 18 anos. Ela ia agora se aposentar e não chegou nem a se aposentar, foi embora, tiraram a vida dela”, relatou Maria Augusta da Paz Paixão, prima de Aline, presente ao velório.

Bastante abalada e emocionada, Maria Augusta afirmou que a Aline era uma pessoa maravilhosa e sempre estava com a família. “Aline era uma pessoa maravilhosa não digo isso porque ela morreu, mas ela era uma pessoa muito boa, boa mãe, tem uma filhinha de 6 anos, boa filha, e os meus tios são pessoas maravilhosas. Ela como mulher chegou onde ela estava, então realmente eu só tenho tristeza dessa pessoa ter feito isso com a minha prima que eu tanto amo. Eu estou arrasada”, disse.

O Comandante Geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel José Roberto de Santana, destacou a trajetório da major na Polícia Militar.

“A major Aline era uma oficial de carreira da Polícia Militar. A ligação dela é muito antes dela entrar na academia, ela frequentou o Colégio da Polícia Militar. Depois do colégio, ela entra na Academia da Polícia Militar do Paudalho, se forma no ano de 2000 e ingressou na corporação em 1998, que o curso é de 3 anos. Ela tinha 24 anos de efetivo serviço na instituição com um futuro promissor e serviu em várias unidades. Ela era uma oficial de referência para os policiais militares masculinos e femininos da corporação”, afirmou.

“Ela era uma referência por causa da carreira que ela teve, uma carreira ilibada, passando por diversas unidades da instituição, além disso o amor que ela tinha a causa policial militar, um trabalho dedicado diariamente. As mulheres só em elas aceitarem servir na Polícia Militar já têm o nosso respeito, a nossa admiração, porque precisa de muita garra para servir na instituição, principalmente sendo mulher”, acrescentou.

Ainda de acordo com o coronel, a major Aline conduzia projetos sociais no 19º Batalhão da Polícia Militar, e também realizou ações do tipo quando trabalhava no Batalhão de Choque.

A professora Celice Vieira Rocha e mais duas docentes foram ao velório representando a Escola Professor Solano Magalhães, do Pina. Ela contou que a major Aline Maria deu todo o suporte e apoio para a realização de atividades para crianças com deficiência da unidade escolar no 19° Batalhão da Polícia Militar. As atividades aconteceram em dois dias durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.

“Ela nos deu total apoio, eu senti na presença dela na sala que ela gostou muito desse projeto porque trouxe alegria para o batalhão. Ela ficava super emocionada, inclusive nos convidou novamente para que nós pudessemos participar elaborando um novo projeto com as crianças da Escola Solano Magalhães, onde as crianças iriam interagir com os cães e com a cavalaria”, disse a professora.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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