O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou o comandante da Polícia Militar e chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda, por ato de indisciplina. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23/8) e é do jornalista Lauro Jardim, do jornal Estado de S.Paulo.
A decisão ocorre após o servidor publicar, em suas redes sociais, mensagens de convocação para a manifestação bolsonarista que ocorrerá no dia 7 de setembro.
No dia 20, Lacerda publicou mensagem com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o coronel, “nenhum liberal de talco no bumbum” consegue “derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil”. “Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete”.
Em outra publicação, o militar postou uma foto do ministro Alexandre de Moraes como Adolph Hitler. Lacerda fechou sua página na rede social após as publicações repercutirem na imprensa.
Movimentação de militares em apoio a Bolsonaro
A movimentação para atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro continuam a ganhar força. Em grupos bolsonaristas, vaquinhas arrecadam fundos para a manifestação. Neste domingo (22/8), o coronel da reserva da Policia Militar de São Paulo e atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, divulgou um vídeo nas redes sociais em que convoca policiais militares a se unirem em apoio ao ato.
De acordo com a PM, o conteúdo será avaliado pela corregedoria. Por lei, a Polícia Militar deve se manter neutra em relação a apoios partidários.
“Não podemos, nesse momento em que o país passa por essa crise, em que nós percebemos o comunismo querendo entrar de forma lenta, trabalhada ao longo dos anos, eles vêm implantando, mudando o ensino, querendo mudar o nosso país. E vejo que nós, a Polícia militar de São Paulo, a força pública, nós devemos nos unir“, afirmou.
Araújo foi indicado pelo presidente Bolsonaro para assumir a presidência da Ceagesp, uma das principais empresas estatais de abastecimento do Brasil, em outubro de 2020. O Clube Militar, entidade formada por oficiais militares da reserva, também anunciou em seu site apoio ao movimento pró-Bolsonaro.
Correio Braziliense