Comerciantes querem aproveitar demanda do Dia de Finados

Por PEDRO AUGUSTO
Do Jornal VANGUARDA

Em tempos de crise, qualquer data comemorativa tem sido bastante aguardada pelos mais variados setores do comércio. Dois em especial, mais precisamente as floriculturas e as vidraçarias, estão depositando no Dia de Finados – celebrado nesta segunda-feira (2), em todo o país – as suas fichas para dar uma incrementada no faturamento a dois meses do término de 2015. Durante a manhã da última terça-feira (27), a equipe de reportagem do VANGUARDA esteve circulando por alguns estabelecimentos especializados na venda de produtos temáticos e as estimativas repassadas pelos comerciantes não foram nada otimistas. Mesmo assim, a intenção é aproveitar ao máximo a demanda extra tradicionalmente contabilizada.

Proprietária de quatro bancos na Feira de Flores do Parque 18 de Maio, no centro de Caruaru, a autônoma Terezinha Souza espera vender cerca de 10% a menos em relação ao Dia de Finados do ano passado, porém está fazendo questão de não reclamar. “Diante dessa crise em que todo o comércio vem atravessando, todo movimento extra já é muito bem-vindo. Se provavelmente não iremos vender mais em comparação a 2014, ao menos deveremos observar uma procura maior pelas flores em relação às semanas anteriores. As vendas estão tão fracas que neste ano encomendamos uma quantidade menor de produtos”, avaliou Terezinha.

Sua concorrente, a também autônoma Sueli Rodrigues, mostrou-se um pouco mais animada em comparação a Terezinha. Ela está apostando no poder da tradição da data.

“O Dia de Finados costuma mobilizar um grande volume de pessoas, que fazem questão de visitar os túmulos de seus parentes com buquês e arranjos de flores, e neste ano não deverá ser diferente. É claro que com essa crise elas irão procurar por produtos mais baratos, porém não acreditamos que as vendas irão diminuir, pelo menos no meu banco. Dentre as flores que deverão ser mais procuradas, destaque para as rosas, lírios, monsenhores e gladíolos.”

Na Vidraçaria Oliveira, onde nesta época há geralmente uma extensa demanda por molduras, quadros e imagens de santos, a projeção de vendas não se encontra tão otimista. Pelo contrário. De acordo com a proprietária Josefa Lina, a expectativa em 2015 é comercializar 15% a menos em relação ao Dia de Finados do ano passado. “Em 2014, o movimento já não tinha sido lá essas coisas, imagine agora com a intensificação dessa crise?

Em 32 anos de comércio, nunca tínhamos passado por dificuldades tão grandes conforme estamos atravessando atualmente. Sendo assim, nossas expectativas não são as melhores, porém esperamos vender um pouco mais neste fim de semana com a proximidade da data”, pontuou.

Especializado na venda de arranjos de flores, capelas e demais artigos religiosos, o feirante Sebastião Ferreira trocará mais uma vez, interinamente, as calçadas do Parque 18 de Maio pelas do Cemitério Dom Bosco, no bairro Maurício de Nassau. O objetivo é comercializar novamente o maior número de itens possível durante a visitação no local. “Qualquer apurado que conseguir já será bom, haja vista a falta de dinheiro que o povo está passando. A situação está difícil para todo mundo”, comentou o vendedor.

Por conta do feriado, as atividades da Sulanca só irão acontecer a partir das 6h da próxima terça-feira (3).

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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