Como R$ 20 mil emprestados se transformaram em R$ 15 milhões em apenas seis anos

Imagine começar um negócio com R$ 20 mil emprestado por um banco em 2012 e faturar R$ 15 milhões em 2018, um crescimento de 35% na comparação com 2017. É essa a síntese da história da Primee, que atua na terceirização de serviços com sede em Curitiba e atendimento em todo o Brasil. O portfólio de serviços conduzidos atende pequenas, médias e grandes empresas tanto em áreas tradicionais da terceirização (limpeza, segurança e recepção) até projetos personalizados, que envolvem áreas produtivas, de logística e de engenharia.

O olhar frio dos números, contudo, não mostra as dificuldades superadas pelos empresários Igor Marçal e Elder Shiguematsu, idealizadores e sócios da empresa. “Nós trabalhávamos em uma empresa de terceirização, analisamos as carências do mercado, quais eram as falhas e como a Primee poderia seguir um caminho contrário ao dos concorrentes. Tomamos R$ 20 mil emprestados, sem um plano de negócios detalhado e apenas uma certeza: de que o atendimento neste mercado era falho e poderíamos crescer”, lembra Marçal.

Os diferenciais

Aos poucos, as dificuldades iniciais foram sendo superadas, especialmente a busca por conquistar a confiança dos primeiros clientes com uma estrutura pequena. “Por que um cliente vai confiar em um negócio novo e não com o concorrente que está consolidado e tem mais estrutura? Nós mostramos que tínhamos um plano de crescimento: éramos pequenos, mas pensávamos grande”, questiona Marçal, buscando compreender o ponto de vista dos contratantes.

A partir desse primeiro contrato, o cuidado no relacionamento com os clientes se tornou um diferencial. “Atendimento é o principal quesito para ter um negócio bem-sucedido: por isso, nos preocupamos em atender de forma personalizada”, reforça. Não à toa, de acordo com Marçal, muitos dos clientes cresceram em conjunto com a Primee, o que simplificou o processo de expansão geográfica da empresa, já que algumas delas estão em todo o país.

No mercado de atendimento de serviços terceirizados, as respostas precisam ser rápidas e criativas. “Todo cliente que vai contratar um serviço quer a solução de problemas: nosso foco é encontrar a solução”, diz. O desafio para o futuro é continuar com as estratégias operacionais e comerciais bem definidas. “Mais do que o resultado, não podemos deixar a empresa perder o lado humano”, afirma.

Terceirização irrestrita

Os negócios ganharam um empurrão em 2017, com a promulgação da Lei da Terceirização (13.429/2017) e autorização de seu funcionamento pelo Supremo Tribunal Federal, no ano passado. Anteriormente, as companhias podiam terceirizar apenas as atividades-meio (setores não relacionados à atuação da companhia), caso de segurança, limpeza e tecnologia da informação. Com esse novo contexto, o planejamento da Primee prevê um crescimento ainda maior do que o obtido no ano passado: de 40% em 2019.

Em 2015, estimava-se que 25% dos cerca de 47 milhões de empregos do país eram terceirizados, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Há estudos que mostram que, com o aval do STF, a chamada terceirização irrestrita, é possível haver uma alteração nesta pirâmide, o que pode fazer com que os contratados por empresas terceirizadas se tornem maioria no mercado de trabalho. “Com a flexibilização da lei, estamos expandindo as operações dos nossos próprios clientes e, também, geograficamente no Brasil. Ela nos permitiu desbravar o território nacional, onde já estamos presentes em cidades como Porto Alegre, Florianópolis, Belém e São Luís, além de aumentar o leque de serviços oferecidos”, completa Igor Marçal.

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