Comoção, dor e tristeza marcaram o último adeus ao cantor Gabriel Diniz (1990-2019), nesta terça-feira (28), em João Pessoa/PB, onde o sul-mato-grossense morou desde a adolescência. Desde as primeiras horas do dia, familiares, amigos e fãs encheram o ginásio O Ronaldão, no bairro do Cristo Redentor, onde o corpo de GD, como era conhecido, foi velado.
Com aparência firme durante todo o velório, o pai de Gabriel, Francisco Diniz, fez memória do filho e elogiou sua iniciativa no mundo musical. “O objetivo [do GD] era mostrar para pessoas que você pode fazer música de uma forma diferente e alcançar seus objetivos se você trabalhar por isso”.
Durante a missa de corpo presente que ocorreu no final do velório, o padre Luiz Carlos, que celebrou a encomendação do corpo de Gabriel, relembrou as marcas deixadas pelo cantor na música nacional e em seus fãs. “Não sou muito de redes sociais, mas vi vídeos do Gabriel com muita energia e alegria. Hoje resta a saudade no coração dos pais, dos amigos. Saudade é o amor que fica, a recordação”, afirmou o sacerdote.
Muito emocionado, o cantor Wesley Safadão, que era padrinho musical de GD, fez um breve discurso após a missa. “Muito triste você estar ao lado de uma pessoa e, de repente, acontecer algo tão triste assim”, disse ao público presente, que o aplaudiu.
Por volta das 15h30, o caixão seguiu em cortejo pela cidade em cima de uma viatura do Corpo de Bombeiros. Em todo o percurso, aplausos e lágrimas das milhares de pessoas que acompanhavam a despedida do cantor. Os principais acessos ao bairro José Américo, onde o cemitério Parque das Acácias fica localizado e o corpo de Gabriel Diniz foi sepultado, precisaram ser fechados por agentes do Batalhão de Trânsito local. Um forte esquema de segurança envolvendo as forças militares locais foi montado.
Entre os milhares de presentes, uma das amigas do cantor, Mikaelle Freitas, moradora de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste pernambucano, contou à reportagem da Folha de Pernambuco como recebeu a notícia da morte. “Eu soube por telefone. Depois comecei a assistir aos noticiários e tudo foi se confirmando por rede social. Então entrei em desespero”, relembrou.
“O Gabriel não tinha medo do ridículo e viveu o extraordinário. Sempre foi sorriso, tinha a espontaneidade dele e uma presença de palco boa. Ele vai fazer muita falta. Essa tragédia foi, um pouco, para abalar as nossas estruturas e mostrar que a gente tem que acordar pra vida”, disse Janaína Quirino, também amiga de Gabriel Diniz.
“É uma perda muito grande. Era uma pessoa muito querida no convívio tanto dos famosos quanto da família. Ele sempre me tratou com a alegria e sua irreverência. Só tenho a agradecer por tê-lo conhecido, pois quando me via me tratava bem, com alegria, dando risadas”, lamentou Paulo Júnior, outro amigo do cantor.
O sepultamento do corpo de Gabriel Diniz ocorreu já no final da tarde em uma cerimônia restrita a familiares e amigos. Horários e locais de outras homenagens ao cantor, como a missa de sétimo dia, serão informados posteriormente.
O acidente aéreo que matou Gabriel Diniz e dois tripulantes que seguiam de Salvador/BA para Maceió/AL, mas caíram com o avião em Estância/SE, ocorreu na segunda-feira (27). Aos 28 anos e no auge da carreira, GD estourou no cenário musical nacional com o hit “Jenifer”, uma das músicas mais tocadas do Carnaval 2019. Bastante querido principalmente no Nordeste, a sua precoce morte abalou o País.