A população de Pesqueira, na região Agreste, voltou a receber água da Transposição do Rio São Francisco. Graças a uma força-tarefa, que envolveu mais de 50 profissionais e serviços ininterruptos, nos últimos 15 dias, ontem (12) à tarde, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) conseguiu retomar o abastecimento de água na cidade por meio da Adutora do Agreste, ainda em fase de testes. Neste momento, estão sendo atendidos os bairros do Prado, Pitanga, Cohab I e II, e Dr. Lídio Paraíba, e a previsão é abastecer, dentro dos próximos 15 dias, o restante da cidade – que estava sem receber água pela rede de distribuição, desde outubro deste ano. Para a outra parte da cidade, que corresponde a cerca de 30% de Pesqueira, o fornecimento de água é feito pela Barragem de Ipaneminha, único dos seis mananciais do município que resistiu ao período de seca. As barragens de Pedra D´água, Afetos, Santana, Rosas e Pão de Açúcar estão em colapso.
Para chegar à Estação de Tratamento de Água (ETA) Afetos, em Pesqueira, a água da Transposição do São Francisco percorre um longo caminho, com cerca de 130 quilômetros de extensão, pela Adutora do Moxotó integrada à Adutora do Agreste. A cidade ganhou uma contribuição de 85 litros de água, por segundo, volume que possibilitou dobrar a oferta de água para mais de 56 mil pessoas. “Em novembro, a gente tinha conseguido colocar água em Pesqueira pela Adutora do Agreste, mas como se trata de um sistema muito complexo, ainda estamos realizando ajustes nessa fase de pré-operação, como a substituição de trechos de tubulação, até que o abastecimento seja estabelecido de forma contínua para a cidade”, explica Artur Correia, gerente de Obras da Compesa, acrescentando que frequentes interrupções no fornecimento de energia elétrica também prejudicaram o andamento dos testes nesse trecho da adutora. Ainda de acordo com o gerente, a companhia planeja aumentar gradativamente a vazão de água para Pesqueira por meio da Adutora do Agreste.
Em setembro deste ano, a Adutora do Moxotó entrou em operação para dar funcionalidade às tubulações assentadas da Adutora do Agreste e atender nove cidades do Agreste e mais Arcoverde, no Sertão, beneficiando 400 mil pessoas. Arcoverde já está recebendo água da Transposição – captada no distrito de Rio da Barra, em Sertânia – e, nos últimos três meses, a Compesa vem empenhando esforços para transportar a água de Arcoverde para Pesqueira, ao longo de uma distância de 50 quilômetros. Duas frentes de trabalho também atuam para colocar em operação o trecho da Adutora do Agreste até Belo Jardim – o que permitirá atender ainda Tacaimbó, São Bento do Una e Sanharó.