Segundo levantamento da Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento, os brasileiros movimentaram R$ 580 bilhões com cartões de crédito e débito no 1º semestre de 2017, crescimento de 6,3% em relação aos seis primeiros meses de 2016. Os cartões de crédito registraram R$ 354 bilhões (alta de 5,1%), e os cartões de débito, R$ 226 bilhões (alta de 8,4%).
Ainda no 1º semestre, o número de transações com cartões foi de 6,4 bilhões, crescimento de 7,1%. Com 3,5 bilhões de transações, os cartões de débito foram mais usados pelos consumidores que os cartões de crédito, que tiveram 2,9 bilhões de transações.
O uso dos cartões de crédito e débito continua mais concentrado na região Sudeste, que detém 60,5% do volume financeiro movimentado. Além de ter a maior participação, a região foi também a que apresentou o maior crescimento, de 6,2%, seguida por Nordeste (5,5%), Sul (5%), Centro-Oeste (4,3%) e Norte (3,5%).
As capitais do País foram responsáveis por 50,6% de todo o valor movimentado por meio de cartões de crédito no período. Já em relação às compras realizadas com cartões de débito, as cidades do interior tiveram a maior participação, com 57,9%. Nas duas modalidades, o interior tem ganhado cada vez mais representatividade nos últimos anos, devido à ampliação da infraestrutura de aceitação e emissão de cartões, gerando maior inclusão financeira e formalização da economia.
No exterior, as compras realizadas com cartões de crédito por brasileiros cresceram 20,3% no período, totalizando R$ 13 bilhões. Por outro lado, os gastos de estrangeiros no Brasil recuaram 16,6%, chegando a R$ 7,4 bilhões.
Substituição de meios de pagamento
Os pagamentos com cartões representaram 28,5% do consumo das famílias no final do 2º trimestre do ano, contra 27,9% no mesmo período de 2016. O aumento de participação ocorre devido ao processo de substituição de meios de pagamento, já que o brasileiro tem adotado cada vez mais os cartões em detrimento de dinheiro e cheque.
Outro fator que influencia o aumento da penetração dos cartões no consumo é o crescimento das compras não presenciais, principalmente as transações no e-commerce, feitas com cartões de crédito, que somaram R$ 73,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano, alta de 21% em relação ao 1º semestre de 2016. Esse tipo de transação já representa 20,7% de todas as compras feitas por meio do cartão de crédito.
Taxa de juros
Desde abril, com a mudança na regra que limitou o prazo de permanência do cliente no crédito rotativo para até, no máximo, o vencimento da próxima fatura, a taxa média de juros da modalidade caiu sistematicamente e chegou a 9,6% ao mês – ou 200,4% ao ano – em agosto. Em março, período anterior à determinação, o juro praticado era de 15,5% a.m. ou 466,4% a.a. Ao todo, nos últimos cinco meses, a taxa anual já acumula uma redução de 57%.
De acordo com pesquisa da Abecs realizada pelo Datafolha, no entanto, o universo de pessoas que usam o rotativo para financiar a fatura é de apenas 5% entre os usuários de cartão de crédito. Por outro lado, 86% das pessoas fazem o pagamento integral de suas faturas e, portanto, não recorrem a nenhum tipo de financiamento, o que demonstra que o brasileiro tem usado o cartão de forma consciente. Outros 7% optam pelo parcelamento da fatura.