O atual cenário de instabilidades políticas e incertezas frente à aprovação de reformas consideradas essenciais para reequilibrar as contas públicas e destravar a economia já reflete na confiança do micro e pequeno empresário. Dados do levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito mostram que o Indicador de Confiança marcou 64,1 pontos em março, uma queda de 1,4 pontos ante fevereiro — embora ainda se mantenha acima do nível neutro. Na comparação com março de 2018, quando o indicador estava em 55,3 pontos, houve um avanço de 16%. Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que, acima de 50 pontos, reflete confiança desses empresários e, abaixo dos 50 pontos, reflete desconfiança com os negócios e com a economia.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o recuo da confiança pode ser explicado em grande parte pelas incertezas políticas, principalmente quanto à aprovação da reforma da previdência. “É preciso que as intenções da nova equipe econômica se traduzam em medidas concretas, que mesmo não surtindo tantos efeitos no curto prazo terão grande peso sobre as expectativas. A reversão desse quadro de baixa confiança exige ações que tragam estabilidade macroeconômica e estimulem o crescimento do PIB, o que deve encorajar os micro e pequenos empresários a investirem e, por consequência, incentivar a geração de empregos”, explica o presidente.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos empresários sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.