As contratações realizadas por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine) aumentaram 36,7% em 2017, em relação ao ano anterior. Os números são de um boletim do Observatório do Trabalho da Secretaria de Políticas Públicas (SPPE) do Ministério do Trabalho (MTb) e mostram que, em todo o ano passado, 577,2 mil trabalhadores cadastrados no Sine conseguiram emprego, enquanto em 2016 foram 422,4 mil colocados.
Segundo o boletim, apresentado no final de março durante reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), do total de admissões intermediadas pelo Sine em 2017, 12,7% foram de trabalhadores requentes do Seguro Desemprego. Em 2016, esse percentual foi de 12,1%. “São números que mostram a importante contribuição do Sine para a dinâmica do mercado de trabalho no Brasil”, diz o ministro do Trabalho, Helton Yomura.
Essa contribuição se revela também pela razão entre o total de colocados pelo Sine e o número de admitidos no mercado de trabalho formal, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do MTb. No quarto trimestre de 2017, na média nacional, 5,3% das admissões registradas no Caged foram intermediadas pelo Sine. “Vale ressaltar que esses números do quarto trimestre de 2017 representam o melhor desempenho da intermediação da mão de obra para o mercado de trabalho formal pelo Sine”, destaca o secretário-executivo do MTb e presidente do Codefat, Leonardo Arantes.
O melhor índice até então era o do quarto trimestre de 2016, quando 4,7% das admissões foram intermediadas pelo Sine. Depois, houve queda nos trimestres seguintes, chegando a 2,6% no terceiro trimestre do ano passado, índice próximo aos registrados entre o primeiro trimestre de 2015 e o terceiro de 2016, quando a participação do Sine nas admissões se mantinha entre 2,2% e 2,6%.
Estados – O levantamento indica que houve diferenças significativas entre os estados nas admissões via Sine. Dez deles ficaram acima da média nacional, com destaque para Alagoas, onde a intermediação de mão de obra pelo Sistema representou 27,6% do total no último trimestre de 2017. “O estudo constatou que o grande responsável por esse ótimo desempenho de Alagoas foi a intermediação de mão de obra no setor de fabricação de açúcar, que respondeu por 10,6 mil das 11,6 mil colocações no período”, explica Arantes. O Ceará, com 17,5%, e o Paraná, com 14,2%, também tiveram desempenhos diferenciados no trimestre.
Quanto ao perfil dos trabalhadores, há diferenças entre requerentes do Seguro Desemprego e os que buscaram o Sine diretamente à procura de vaga. Dos requerentes do benefício, 56,1% eram homens, principalmente nas faixas etárias de 18 a 24 anos (27,2%) e 30 a 39 anos (26,8%), a maioria com ensino médio completo (50,8%). Já entre não requerentes, predomina o sexo feminino (54,2%), na faixa etária de 18 a 24 (52,7%), com ensino médio completo (41,8%). “Nesse cenário, destaca-se a procura de emprego no Sine especialmente pelos mais jovens”, salienta Arantes.
Setores – O relatório também aponta que a maioria das vagas de emprego oferecidas pelo Sine no quarto trimestre de 2017 era no setor de serviços (47,6%), seguido pelo comércio (23,5%) e indústria (19,7%). As principais ocupações das vagas oferecidas foram de Alimentador de Linha de Produção, Vendedor de Comércio Varejista e Faxineiro.
O documento do Observatório do Trabalho vai auxiliar no monitoramento, avaliação e tomada de decisão dos gestores em relação a políticas públicas e ações do Sine. “É uma publicação estratégica para a Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, o Codefat, órgãos e entidades executoras dessas políticas, porque apresenta informações e pesquisas que vão subsidiar o gerenciamento e a implementação das políticas públicas de emprego, trabalho e renda”, diz o presidente do Conselho