Robson Meriéverton
Exceto as greves que acontecem todos os anos, fazendo com que as correspondências sejam entregues fora do prazo, a população que depende dos Correios tem motivos de sobra para reclamar dos serviços prestados. É que, a entrega de boletos e demais correspondências, ao menos em alguns bairros da cidade, anda totalmente desregulada. O questionamento por parte das pessoas é se o efetivo de funcionários é o suficiente para atender a demanda da cidade. Enquanto nada se resolve, cada um vai se virando como pode para pagar as contas em dia.
Morador do bairro Maurício de Nassau, o vendedor autônomo Marcos Santos, é uma dessas pessoas prejudicadas pela entrega dos Correios, ou melhor dizendo, falta dela. “A irregularidade na chegada das correspondências e boletos bancários vêm de meses atrás. Agora em janeiro, por exemplo, foi o mês que mais demorou, em relação ao vencimento dos títulos. Espero correspondências com vencimento entre os dias 5 e 10 de cada mês. Porém, elas só chegaram aqui em casa, 10 dias após o vencimento”, relata.
Para não ser prejudicado devido aos atrasos, Marcos recorre a outras alternativas, como a impressão dos boletos via internet. “Se estivesse esperando as correspondências chegar pelos Correios, certamente iria arcar com os juros das contas. Ou seja, o único prejudicado continuaria sendo eu”, desabafa. Ele não é o único a reclamar dos serviços da empresa. Outra prejudicada é a terapeuta Paula Ângela, moradora do bairro Indianópolis. Ela também recorre à internet para fugir dos atrasos nas entregas. “Se for esperar pelas correspondências entregues pelos Correios, em alguns casos, além de ter o serviço cortado, como é o caso da internet, vou ter de pagar juros”.
A corretora de imóveis Rafaela Lilian, moradora do bairro Boa Vista I, diz que encontrou outras alternativas para não depender única e exclusivamente dos Correios. “Para pagar as contas em dia, muitas das empresas mandam os boletos por email, ou número do protocolo via mensagem de celular. Em alguns casos, também efetuo o pagamento diretamente nas casas lotéricas, com o número do CPF”. Em média, o atraso nas entregas segue a média do apresentado pelas outras pessoas, de 10 a 15 dias.
Através da assessoria de imprensa, os Correios explicaram que “os atrasos precisam ser analisados de forma pontual, pois eles não são generalizados. A distribuição em Caruaru tem recebido reforço, como a realização de mutirões no fim de semana”. Quanto ao número de carteiros que atuam na cidade, a empresa diz que são 67, divididos em dois centros de distribuição domiciliária.
A partir da reclamação das pessoas apresentadas na reportagem, sobretudo em relação de demora na entrega, a empresa justificou como variável, “de acordo com a distância das cidades e o tipo de postagem”. Quando questionada sobre a possibilidade de realizar concurso público para o aumento do efetivo, os Correios se limitaram a dizer que “estão cumprindo determinação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que suspendeu, temporariamente, a ampliação do quadro de efetivo”. Pelo visto, a população terá de continuar se virando para pagar suas contas em dia.