A CPI da Covid ouviu nessa quinta-feira (26) mais uma importante peça do seu quebra-cabeça. O depoente José Ricardo Santana, ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial responsável pela regulação econômica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que teve seu sigilo quebrado pela comissão, foi questionado a respeito da participação em diversos encontros informais e trocas de mensagens com investigados pela CPI, entre eles Francisco Maximiano e José Roberto Dias.
As respostas de Santana, em grande maioria, foram o silêncio, o que resultou na comissão decidir passá-lo de testemunha a investigado. José Ricardo está envolvido no episódio do pedido de propina da oferta de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca pela empresa americana Davati, mesmo com a exoneração do seu cargo no órgão regulador.
Além disso, há comprovação de que o empresário foi à Índia para tratar da negociação da venda das vacinas Covaxin. Ao ser indagado sobre a segunda acusação, o empresário preferiu permanecer em silêncio, repetindo “com todo respeito e por orientação do meu advogado vou permanecer em silêncio.”
Nessa quinta-feira era prevista a presença do ex-secretário de saúde do DF, Francisco de Araújo. Mas por um pedido, às pressas do vice-presidente Randolfe Rodrigues (REDE-PE), houve a substituição por José Ricardo Santana, citado no depoimento de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
De acordo com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a justificativa para trazerem o empresário ao inquérito é de que Santana também teria ligação direta com Francisco Emerson Maximiano, seus sócios e empresas — entre elas, a Precisa Medicamentos – descoberta por meio de outros depoimentos.
Correio Braziliense