A nova gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) deve ser anunciada nesta quinta-feira (9), após dois dias de votação em todo o estado. Duas chapas disputam o pleito para o quinquênio 2018-2023. Até o fim da tarde dessa quarta-feira, mais de 10 mil dos 18 mil profissionais aptos no colégio eleitoral já tinham computado seus votos. A apuração deve ser encerrada no fim da tarde desta quinta (9), quando deverão ser anunciados os 40 novos escolhidos para membros da diretoria do Cremepe.
O pleito aconteceu na terça e quarta, com urnas distribuídas por todo o estado, em diversos hospitais e entidades ligadas à profissão. As eleições foram realizadas por voto direto e secreto. Segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), o voto é obrigatório para todos os médicos, que devem estar adimplentes no respectivo conselho regional. Os votos por correspondência chegaram a 1,4 mil cartas recebidas.
De acordo com o neurologista Gilson Edmar, presidente da Comissão Eleitoral, quem não participou do pleito tem 60 dias para justificar a ausência. O ato pode ser feito de forma presencial, na sede do Cremepe, localizada na Rua Conselheiro Portela, 203, no Espinheiro, ou através do site www.cremepe.org.br. Quem não justificar pagará multa.
“Nas primeiras horas de votação, na terça-feira de manhã, e ontem à tarde, o movimento foi muito grande. Acreditamos que no máximo no fim da tarde estaremos com os resultados em mãos. Apesar de o voto ser no papel, a apuração é feita de forma eletrônica através de leitura ótica”, afirmou Gilson Edmar. Além dele, participam como secretários da Comissão Eleitoral os médicos Carlos Alberto Sá Marques e Fernando Verçosa.
“Um dos problemas que vejo é a quantidade de cursos de medicina. São 13 em todo o estado. Proporcionalmente, essas faculdades colocam mais médicos no mercado do que ele tem capacidade para absorver. Porém há cidades do interior nas quais faltam profissionais”, opina o médico do trabalho Gustavo Rosas, no seor há 17 anos. Para ele, a atuação do conselho é hoje “inerte”. O profissional também espera mais transparência das contas da entidade.
O pediatra Sérgio Denizard já ocupou uma cadeira do conselho entre os anos de 1998 e 2003 e acredita que nem sempre é possível fazer uma gestão que agrade a todos. Ele votou na terça de manhã, na urna instalada no Hospital Agamenon Magalhães.
“Não acho que o Cremepe seja inerte. É uma autarquia federal sustentada pelos médicos, cujas contas são fiscalizadas pelo Tribunal de Contas. Como já fiz parte da entidade, sei como é difícil às vezes. E eu espero que essa nova gestão seja capaz de cumprir as propostas pautadas nas campanhas”, disse Denizard. A chapa 1 é da situação e concorreu com o lema “Ética em Respeito ao Médico”. A chapa 2 é oposição e participou da disputa com o lema “Mudar e Agir”. Após a eleição do novo conselho, a chapa vitoriosa se reunirá para escolher os novos presidente e vice-presidente da entidade.