A economia brasileira começa a dar sinais de recuperação e alguns mercados já estão sentindo essa melhora. O mercado náutico, por exemplo, confirma esse cenário positivo por conta do aumento da produção e de vendas de embarcações, de acordo com informações de estaleiros nacionais e internacionais. Dados divulgados pela organização do São Paulo Boat Show, realizado no segundo semestre de 2017, apontam que foram comercializadas 300 embarcações durante o evento, considerado um dos principais do setor.
“Hoje, o Brasil já conta com mais de 80 mil embarcações de lazer, sendo o estado de São Paulo responsável por mais de 30% desta frota. Essa expansão do setor exige que proprietários ou responsáveis pela condução dessas embarcações tenham cada vez mais conhecimento e domínio técnico de seus barcos”, diz o professor Nicola Getschko, coordenador do curso Tecnologia para Embarcações de Lazer, do Programa de Educação Continuada (PECE) da Escola Politécnica da USP.
Getschko diz que a habilitação obrigatória para condução dessas embarcações está focada, principalmente, na legislação, condução e salvaguarda da vida, não exigindo conhecimentos mais aprofundados em tecnologias. “O curso tem como objetivo complementar a formação do condutor, permitindo aos nossos alunos o entendimento das inovações cada vez mais sofisticadas do setor náutico, para utilizá-las de maneira correta, com mais eficiência e segurança”, diz o coordenador.
Com duração de 36 horas, o curso é dividido em cinco disciplinas (Cascos; Materiais para Construção Naval; Motores Marítimos; Combustíveis e Propulsores; e Eletrônica Embarcada) e o seu certificado de conclusão é emitido oficialmente pela Universidade de São Paulo (USP). As aulas têm previsão de início para o final de maio e os interessados em participar do processo de seleção podem se inscrever por meio do site www.pecepoli.com.br– o prazo para a inscrição vai até o dia 8 de maio.
Acidentes – Dados divulgados pela Marinha indicam que, em 2016, 72% dos acidentes e irregularidades que colocaram em risco embarcações e passageiros na costa brasileira foram provocados por negligência, imperícia e imprudência dos navegadores. Até meados de 2017, foram registrados cerca de 470 acidentes com embarcações, resultando em mais de 100 mortes, sendo 26 delas envolvendo atividades de esporte ou recreio.