Cristiane Brasil coagiu funcionários a elegê-la, mostram áudios

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A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) coagiu funcionários da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida da prefeitura do Rio, da qual era titular, a votarem nela quando era candidata à Câmara em 2014. A petebista cobrou de cada assessor que arrumasse outros 30 votos para ela e para o então candidato a deputado estadual Marcus Vinicius (PTB) sob o risco de perderem o emprego.

Áudio divulgado pelo Fantástico, nesse domingo (4), mostra a cobrança feita pela deputada, nomeada ministra do Trabalho, em uma reunião com cerca de 50 pessoas feita na própria sede da secretaria.

“Se eu perder a eleição de deputada federal… Eu preciso de setenta mil votos. Eu fiz quase trinta (mil votos, em 2012, quando foi eleita vereadora no Rio). Agora são setenta mil. No dia seguinte, eu perco a secretaria (se não for eleita deputada). No outro dia, vocês perdem o emprego”, disse Cristiane.

Ela afirmou que só havia um jeito de os funcionários manterem os seus empregos: ajudando-a se eleger. “Se amanhã vocês ficarem desempregados, como é que vai ser a vida de vocês? Vai ficar um pouquinho mais complicada, não é? Eu só tenho um jeito de manter o emprego de vocês: me elegendo.”

Fidelizados

A então secretária sugeriu como deveria ser feita a abordagem: “Se cada um no âmbito familiar me trouxer 30 fidelizados… “Pô, tu é minha mãe. Se tu não votar nela (Cristiane), eu perco o emprego”. Olha que poder de convencimento essa frase tem. Para o marido: “Meu querido, vai querer pagar minhas calcinhas? Então me ajude.” Em outro trecho da gravação, Marcus Vinícius, ex-cunhado de Cristiane Brasil, é chamado por ela e reforça o pedido da então secretária. Ele se elegeu deputado estadual naquele ano.

Em resposta ao Fantástico, Cristiane disse que “nunca pediu votos a servidores públicos durante o expediente ou dentro da repartição”. Marcus Vinícius não se manifestou alegando “desconhecer a gravação”.

Essa é a mais nova denúncia contra a petebista, impedida de assumir o ministério por força de liminar na Justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai examinar se a deputada pode assumir a pasta mesmo tendo condenação na Justiça trabalhista. No fim de semana, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Cristiane e Marcus são alvos de inquérito policial que apura se eles cometeram o crime de associação ao tráfico por terem pagado a traficantes para fazer campanhas em morros. Em vídeo gravado em um barco, na semana passada, ao lado de amigos, a deputada minimizou o papel da Justiça trabalhista ao alegar que não devia nada aos funcionários que a processaram.

Fonte: Congresso em Foco

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