A CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) realiza em Brasília, de 28 a 30 de março, o 1º Encontro Nacional dos Profissionais de Segurança Pública. A Central reunirá especialistas estrangeiros, que apresentarão aos profissionais brasileiros suas experiências de sucesso no combate à violência e à criminalidade. Ao final do encontro, um documento com propostas para a segurança pública brasileira será elaborado e posteriormente enviado ao governo e ao Congresso Nacional.
O encontro terá a participação de profissionais de segurança de todo o País, das mais diversas áreas, como policiais federais, civis, militares, rodoviários, ferroviários, guardas municipais, agentes penitenciários e socioeducativos.
“De forma inovadora, a CSB traz para a discussão todos os profissionais que compõem o ciclo da segurança pública, que começa na prevenção, passa pela investigação, pela parte processual judicial e termina na execução penal. Todos são muito importantes, queremos ouvir as suas propostas e debatê-las de forma aprofundada”, diz Flávio Werneck, vice-presidente da CSB e presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (SINDIPOL/DF).
O dirigente ressalta que o modelo de segurança pública existente hoje no Brasil está “falido”. Ele lembra que tanto o estágio inicial (que envolve o trabalho preventivo de segurança) quanto a última ponta (a execução penal) são ineficientes. Por isso, o objetivo do evento da CSB é o de oferecer sugestões que ajudem a aprimorar o setor.
Experiências internacionais
Para apresentar modelos exitosos de segurança empregados em outros países, participarão dos debates Jason Smith, adido de segurança regional da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, e Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia de Portugal.
De acordo com Werneck, os dois convidados apresentarão formatos distintos de segurança pública: o anglo-saxão, que, guardadas as especificidades de cada país, é empregado em locais como Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Chile, Austrália e Nova Zelândia; e o modelo da Europa continental, utilizado por Portugal, Espanha e Alemanha, entre outras nações.
“A CSB, de forma propositiva, vai trazer esses profissionais com a expertise norte-americana e portuguesa. São dois países que têm acima de 65% de eficiência na segurança pública, enquanto o Brasil tem apenas 8%, em média. Vamos debater, visualizar e propor a aplicabilidade de um ou de outro modelo aqui no Brasil, ou talvez até mesmo de um modelo misto”, explicou o vice-presidente da CSB.
Participação do Ministério Público
Outra participação importante no encontro será a do Ministério Público, que será representado por José Robalinho Cavalcanti, procurador da República e presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.
“Desde 1988 até hoje, a gente vê que a Procuradoria da República, os procuradores e promotores se sentem dissociados da segurança pública, como se fossem só responsáveis pela parte jurídica, de propositura de ações contra eventuais criminosos”, diz Flávio Werneck. “Isso não é o que ocorre em modelos de sucesso em outros países. Vamos trazer o Ministério Público para que ele possa se inserir e para que seja uma das figuras importantes neste debate sobre a segurança”, completa o dirigente.