Dados de viagens de Flávio Bolsonaro estão sob investigação no MP do Rio

O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o gabinete de transição de governo.

Em fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que a agência de viagens Decolar.com entregasse ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) informações disponíveis sobre viagens realizadas por Flávio Bolsonaro e sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro. O período corresponde aos mandatos do filho do presidente da República como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio – 1º de janeiro de 2007 e 17 de dezembro de 2018.

A agência de viagens chegou a recorrer duas vezes ao Tribunal de Justiça do estado do Rio, levantando que a entrega de dados violariam o direito à intimidade dos investigados, mas não obteve ganho de causa. De acordo com informações do portal UOL, as informações foram repassadas e o inquérito no MP está em andamento sob sigilo.

Para o Ministério Público, Flávio participou do esquema de rachadinha na Alerj e chegou a lavar mais de R$ 2 milhões utilizando uma loja de chocolates e negociações imobiliárias. Outra suspeita apontada pelo órgão é que Queiroz, preso nessa quinta-feira, pagou com dinheiro vivo uma mensalidade das filhas do senador Flávio.

Os investigadores afirmam que o dinheiro vivo usado por Queiroz nessa e em outras transações é fruto da “rachadinha” investigada no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. A suspeita é que os funcionários do senador repassavam parte do salário ao PM aposentado, apontado como operador financeiro do esquema.

Prisão de Queiroz
Alvo da Operação Anjo, Fabrício Queiroz está preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele foi encontrado no escritório de advocacia de Frederick Wassef, em Atibaia, interior paulista. Segundo informações do caseiro, Queiroz estava há mais de um ano na casa.

Frederick Wassef é advogado de Flávio Bolsonaro e atua em várias causas da família, incluindo o presidente Jair Bolsonaro. Apesar de Queiroz não ser foragido da polícia, o Tribunal de Ética da OAB de São Paulo vai investigar se Wassef violou a ética profissional, o que pode lhe custar o registro de advogado.

O advogado Paulo Catta Preta, que assumiu o caso, informou à imprensa que a prioridade é revogar a prisão preventiva de Queiroz. Segundo ele, o ex-assessor o procurou há cerca de 15 dias. “A gente ainda não tinha prosseguido de forma definitiva, mas com o ato que hoje ocorreu, antecipou-se a necessidade da minha atuação”, disse.

Diario de Pernambuco

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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