Informação divulgada, na última semana, pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que apenas 14% dos brasileiros entre 24 e 64 anos concluíram o ensino superior em 2015. A pesquisa está na edição 2016 do relatório “Education at a Glance”, segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico.
Atuante na área da Educação, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) afirma que este dado já foi mais baixo, mas que ainda está muito aquém até mesmo dos países vizinhos. De acordo com a publicação do OCDE, o percentual de brasileiros com ensino superior é mais baixo que a média de países latinos. A exemplo do Chile com 21% e Colômbia com 22%. “Temos um enorme desafio de garantir à população brasileira uma educação de qualidade e, consequentemente, maior acesso ao ensino superior”, disse o socialista.
Para Danilo Cabral, o estímulo do egresso à universidade deve começar nos ensinos fundamental e médio. O parlamentar afirma que, enquanto a Educação não for pauta prioritária, os avanços serão pequenos.
Nesse sentido, Cabral chama atenção para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 241/16, em tramitação na Câmara, que limita gastos da União, estados e municípios por 20 anos. “Entendo que o ajuste fiscal deve ser feito neste momento de crise econômica que o Brasil enfrenta, mas áreas prioritárias como educação e saúde não podem perder investimentos sob pena de prejudicar o desenvolvimento do País.”
O consenso entre a adequação do equilíbrio fiscal e a possibilidade de execução do planejamento estratégico previsto no Plano Nacional de Educação (PNE) é essencial neste momento, segundo o deputado. Danilo Cabral dá o exemplo de Pernambuco que, com investimento em políticas públicas no governo de Eduardo Campos, conseguiu passar da 21ª posição em 2007 para 1ª posição em 2015 em qualidade de ensino, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), liberado pelo Ministério da Educação no início deste mês.
Danilo Cabral foi secretário de Educação na gestão de Eduardo Campos e teve essencial papel nesta mudança das escolas públicas. “Pernambuco mostrou esse caminho quando, a partir de um consenso, construiu o que a gente chamou do Pacto pela Educação. Priorizamos o orçamento dentro do governo para colocarmos de pé um conjunto de políticas que fez com que Pernambuco tivesse hoje a escola pública mais atrativa do Brasil”, explica. Para o socialista, este é o momento de avançar em investimentos para que índices como o divulgado pelo OCDE não sejam mais a realidade da educação brasileira.