A Delegacia de Carpina, a 52 quilômetros do Recife, foi arrombada na noite da última quarta-feira (10) por bandidos que, provavelmente, levaram um celular e drogas que estavam apreendidas no Cartório da unidade. Há quase dois meses a Delegacia de Carpina espera por reformas, que estão sendo feitas a passos de tartaruga. O local onde funciona a polícia judiciária de Pernambuco no município é uma casa alugada. No final de junho, uma árvore caiu sobre o imóvel que foi parcialmente destruído.
Segundo o delegado titular no município, Diego Pinheiro de Souza, o setor de Engenharia da Polícia Civil atestou que o imóvel não tem condições de comportar a delegacia e que uma provável reforma iria demandar muito gasto. Ele não entende porque a SDS continua investimento no imóvel. “Por causa disso, estamos funcionando em três salas exteriores ao prédio, de forma precária. Eu tive que comprar lâmpadas, comprar uma porta e estava esperando verbas da polícia para gradear essas portas, que ficam na parte exterior do prédio. Como houve arrombamentos anteriores nessas salas, eu solicitei as verbas para aumentar a segurança dos documentos e equipamentos. Não saiu a verba e aconteceu outro arrombamento”, denunciou.
Depois dessa ocorrência, todo o material da delegacia será trancado em uma sala no interior do imóvel e o atendimento será interrompido até que a verba para o incremento na segurança chegue.
Segundo policiais da cidade, A SDS (Secretaria de Defesa Social) enviou um ônibus (unidade móvel) da Polícia para a cidade, mas este não comporta o trabalho de lavratura de Boletins de Ocorrência, fazendo com que a população faça filas para receber atendimento da Polícia Civil.
A Adeppe (Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco) apurou que os bandidos atentaram contra a delegacia pelo telhado, para depois forçarem a porta de alumínio e entrar no cartório. O Instituto de Criminalística vai fazer a perícia do local.
A Adeppe vai exigir a responsabilização criminal pela situação precária em da Delegacia de Carpina. “Indignação é a palavra que vem à cabeça dos delegados de polícia, não temos mais o que dizer”, resume Francisco Rodrigues, presidente da Adeppe.