Pedro Augusto
De acordo com a pesquisa da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, feita esta semana com exclusividade para o VANGUARDA, de janeiro de 2015 até junho de 2018, exatamente 7.381 trabalhadores com carteira assinada acabaram perdendo os seus respectivos empregos nos setores econômicos de Caruaru. O intervalo específico corresponde ao do agravamento, estagnação e certo declínio da crise política e financeira nacional, que, entre tantos efeitos negativos provocados para a população, também permanece sendo um dos principais responsáveis pela continuidade dos índices de desemprego em alta nas cinco regiões que formam o país.
Levando ainda em consideração o cenário local, segundo o levantamento do MTE, em 2015 – ano em que o Brasil vivenciou o seu maior período de crise -, ao todo foram desativados 3.666 postos de trabalho formais contra 3.256 no ano seguinte e 311 em 2017. De acordo com o auditor fiscal da Agência Regional de Caruaru, Francisco Reginaldo, tal queda no volume de demissões se deveu a alguns aspectos destacados por ele, em entrevista concedida na manhã da última segunda-feira (20) ao VANGUARDA.
“Algumas medidas adotadas ao longo destes anos acabaram influenciando na certa recuperação econômica, conforme temos observado no Brasil. Poderíamos destacar a liberação por parte do governo em relação ao saldos das contas do FGTS para quem havia pedido demissão, à redução de algumas taxas de juros, bem como ao aumento dos índices de confiança em relação às empresas. Tudo isso, somado a outros fatores, possibilitaram um melhor desempenho por parte da nossa economia, que acabou resultando na redução dos postos de trabalho desativados na Capital do Agreste”, avaliou Francisco.
De acordo ainda com o estudo da unidade do Ministério do Trabalho e Emprego, durante este intervalo, de pouco mais de três anos, os setores econômicos locais que foram mais afetados com a crise em relação às demissões corresponderam ao comércio, com 2.454 postos de trabalho fechados; à construção civil, com 1.620 reduções de quadro; à indústria, com 1.578 desativações, e ao serviço, com 1.123 demissões.
A notícia boa é que este ano, para surpresa de alguns, o volume de exonerações no cenário local se encontra quase quatro vezes menor em relação a 2017. Se até o primeiro semestre do ano passado, 500 postos haviam sido fechados, no mesmo período de 2018, apenas 148 desativações ocorreram no mercado de Caruaru. “É claro que o desemprego ainda continua em alta na Capital do Agreste, assim como vem acontecendo em todo o país, porém ele se encontra menor em comparação com os outros anos de crise. Exemplo disso é a construção civil, setor este que foi o segundo a mais demitir durante a época de crise e já vem apresentando números positivos”, acrescentou Francisco Reginaldo.
Tomando como parâmetro os dados colhidos pelo MTE, a expectativa é de que, até o término de 2018, o quantitativo de demissões contabilizadas tenha diminuído na cidade. “Isso mesmo. A tendência é de que, ao fim deste ano, o nível de desativações sofra um decréscimo significativo em relação aos anos anteriores. Reiteramos que o desemprego permanece em alta no município, porém, aos poucos, a situação vem melhorando no âmbito local”, finalizou Francisco Reginaldo.