Dia do Consumidor pode ser mais uma data para incentivar o consumo

O Dia do Consumidor comemorado em 15 de março ainda não tem o apelo das tradicionais datas comemorativas que movimentam o comércio, mas pode se tornar uma data com esta finalidade se houver incentivos para chamar a atenção do consumidor. É o que constatou a Boa Vista em uma pesquisa feita nacionalmente sobre o Dia do Consumidor, realizada entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020, com cerca de mil entrevistados.

Especificamente sobre a relevância da data como incentivo ao consumo, 56% acreditam que o Dia do Consumidor não deve ser uma ocasião para ir às compras. Por outro lado, 44% sentem-se incentivados a fazer compras na data. Em 2019, 76% dos entrevistados não consideravam a data uma ocasião para o consumo, contra 24% que consideravam.

Já quando questionados se vão aproveitar a data para ir às compras, apenas 29% disseram que sim, e 71% que não. O ticket médio previsto pelos que irão às compras na data é de R$ 347. Entre os que devem ir às compras, 52% dizem que pagarão à vista e 48% parcelado.

Canais utilizados para compras
Lojas físicas ainda são preferidas. Mas o celular ganha espaço em comparação ao computador quando o assunto é fazer a compra em lojas online, também conhecidas como e-commerce.

Segundo a pesquisa da Boa Vista, as lojas físicas mais procuradas são as que vendem alimentos e bebidas. Nas lojas online acessadas via celular os itens mais procurados são os eletrônicos e, nas com acesso via computador, são os de informática (computadores e videogames) e também os eletrônicos.

Dos que não associam a data ao consumo
40% deles acreditam que a data deve ser voltada à conscientização do consumidor quanto a seus direitos, ao invés de incentivá-los a comprar mais, uma vez que já há diversas datas comemorativas que incentivam às vendas.

30% associam a data ao apelo comercial e 20% acreditam que esta demanda por compras já ocorre em outras datas como Páscoa, Dia das mães, Natal e outras.

Para aqueles que não farão compras, o principal motivo é o atual endividamento com outras contas, registrando 21% das menções. 18% porque não veem vantagens; 16% porque estão na contenção de despesas. O desemprego é o fator principal para 8% dos entrevistados.

Sobre os direitos enquanto consumidor
Na data em que se comemora o Dia do Consumidor, um outro assunto vem logo à tona. O Código de Defesa do Consumidor que em setembro de 2020 completa 30 anos de efetividade.

Dos cerca de mil entrevistados pela Boa Vista, 67% dizem conhecer o Código de Defesa do Consumidor. 64% alegam que já consultaram a referida legislação.

49% se sentem informados sobre os direitos e deveres enquanto consumidor. 27% se sentem indiferentes e 24% pouco informados.

53% dizem que costumam reclamar sempre, quando ocorre algum problema com algum produto ou serviço que tenha adquirido. 22% dizem que reclamam na maior parte das vezes e 17% apenas em algumas situações. 8%, entretanto, não têm o hábito de reclamar.

Padrão de consumo
Em sua pesquisa sobre o Dia dos Consumidores, a Boa Vista também buscou saber como estes consumidores entrevistados se sentem quando vão às compras.

50% se dizem organizados e que costumam planejar a maior parte das compras (evitam compras por impulso). 40% fazem compras de acordo com a ocasião, aproveitando oportunidades como promoções ou descontos. E 5% afirmam que compram por impulso.

A Boa Vista também procurou saber dos entrevistados como se comportam diante das marcas que consomem. Com respostas de múltipla escolha, 57% deles se consideram fiéis às marcas que consomem e, simultaneamente, bons negociadores na hora de fechar uma compra. 60% pensam nas práticas de sustentabilidade da marca/produto que costumam comprar e 68% se consideram práticos, ou seja, costumam ir às compras de forma planejada, já sabendo o que e onde irão comprar, qual a marca e o preço.

Metodologia
A Pesquisa do Dia do Consumidor da Boa Vista foi feita de forma quantitativa entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020, por meio de coleta online, feita com aproximadamente mil respondentes. Seu universo é representado por consumidores de todas as regiões do país, cadastrados na base Boa Vista e com os quais também se relaciona no mercado. A leitura dos dados deve considerar margem de erro de três pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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