Em celebração pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado na próxima quarta-feira (25), a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) realizará a Semana da Mulher Negra em Caruaru. O evento inicia na data comemorativa com a palestra da coordenadora de Igualdade Racial do Recife, Marta Almeida, e o lançamento da Campanha Xô Racismo e Violência, Avante Resistência, às 14h, no auditório da SPM.
A programação segue até o dia 29 com diversas atividades e foi elaborada com o objetivo de reforçar a importância da mulher negra para a sociedade e visibilizar por meio de palestras, lançamento de campanha, rodas de diálogo e incentivo ao afro-empreendedorismo, a necessidade de mais políticas públicas para melhoria da realidade social dessa população.
O Dia Internacional da Mulher Negra e Caribenha, comemorado em 25 de julho, é reconhecido pela ONU, e surgiu quando em 1992, mulheres negras militantes organizaram o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana. Nesse evento foram discutidos temas como machismo, racismo e as formas de enfrenta-los.
No Brasil, a data é celebrada desde 25 de julho de 2014, através da Lei N° 12.987, que dispõe sobre a criação do Dia Nacional de Tereza de Benguela, em alusão ao Dia Internacional da Mulher negra e Caribenha, para reverenciar nacionalmente essa heroína que foi líder quilombola do século XVIII. Conhecida também como “Rainha Tereza”, Tereza de Benguela lutou por mais de 20 anos contra a escravidão no Brasil à frente do Quilombo do Piolho, localizado na Chapada e no vale do Guaporé, onde atualmente se localiza o estado do Mato Grosso.
Violência machista
Além do enfrentamento ao racismo, as mulheres negras precisam lidar diariamente com as violências machistas também. São as maiores vítimas da violência obstétrica, abuso sexual e feminicídio. De acordo com o Mapa da Violência 2016, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013, enquanto os casos com vítimas brancas caíram 10%.
As mulheres negras são as que menos tem visibilidade nos meios de comunicação, que estão em menor número nos cargos de chefia e da política, e nas universidades. A desigualdade entre mulheres brancas e negras no Brasil, é enorme. Mulheres brancas recebem 70% a mais do que negras, segundo a pesquisa Mulheres e Trabalho, do IPEA, publicada em 2016.