Dia Nacional da Tontura: o problema pode ser indicador de doenças sérias

A tontura é um problema bastante comum. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 30% da população do planeta é afetada pelo mal e, na maioria das vezes, é ocasionado por doenças no labirinto. Para alertar a população sobre a importância de se obter diagnóstico correto para a condição e de se procurar um especialista logo aos primeiros sintomas, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), criou o Dia Nacional da Tontura, celebrado no dia 22 de abril.

Para a edição deste ano, a associação escolheu o tema “Tontura é coisa séria: precisa de um diagnóstico médico”. A temática é uma homenagem aos 10 anos do Ato Médico no Brasil. De acordo com a médica otorrinolaringologista Lívia Noleto, especialista em zumbido e otoneurologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em otorrinolaringologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e membro do departamento de otoneurologia da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORLCCF), o problema afeta principalmente as mulheres, por causa dos ciclos hormonais. “Mas a tontura também pode ser um indicador de problemas mais graves, como um Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, alerta.

Ainda segundo Noleto, a tontura também pode estar relacionada à ansiedade, problema que se agravou durante a pandemia da Covid-19. Dados da OMS apontam que, no primeiro ano da pandemia, a ansiedade e a depressão cresceram 25% em todo mundo. “Não podemos descartar nada, já que os problemas podem ser os mais diversos. Ansiedade é só um deles, mas também temos as questões hormonais, metabólicos e a soltura dos cristais de carbonato de cálcio (otólitos) que normalmente ficam localizados em uma parte da orelha interna (utrículo) e se movem para outra parte da orelha interna (canal semicircular)”, explica a médica.

A otorrinolaringologista ainda defende que o manejo da tontura deve ser multidisciplinar, com cada profissional de saúde atuando dentro das suas atribuições. Desta forma, o diagnóstico médico torna-se fundamental e é através dele que afecções cardiovasculares, neurológicas, metabólicas, entre outras, podem ser identificadas ou afastadas e o melhor tratamento proposto para cada paciente.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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