Nesta sexta-feira (26) é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. A data é importante para lembrar o quanto a prevenção é fundamental. A doença ocular é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, pois 80% dos portadores não apresentam sintomas na fase inicial. O glaucoma é uma enfermidade crônica que não tem cura, mas na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma, cerca de um milhão de brasileiros têm a doença.
“Por afetar a qualidade de vida do paciente, quanto antes for identificada, maiores serão as chances de tratamento, que pode ser clínico ou cirúrgico. Com isso, é possível retardar o avanço da doença e evitar complicações, que podem chegar à cegueira irreversível”, explica a oftalmologista Ana Cláudia Ávila, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).
A doença é decorrente do dano às fibras do nervo óptico e comumente associada ao aumento da pressão ocular. O caso mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, que na maioria das vezes tem fator hereditário e é responsável por 80% dos casos no mundo. Esse tipo se desenvolve lentamente e é assintomático. Com o tempo, compromete a visão periférica e causa diminuição do campo visual, além de afetar a sensibilidade às cores e, por fim, cegueira irreversível, quando não for tratado.
Já o glaucoma de ângulo fechado ocorre de forma súbita, podendo provocar a baixa visual em intervalo menor de tempo e chegar até a cegueira. Ele atinge pessoas portadoras de ângulo estreito, ou seja, que apresentam o espaço que existe entre a córnea e a íris menor. Em situações que ocorrem um aumento da pupila, a drenagem do fluido é bloqueada e a pressão intraocular aumenta. O paciente apresenta dor ocular, cefaleia, visão turva, halos coloridos, náuseas e vômitos. Além deles, há também o glaucoma congênito – que ocorre em bebês, apresentando globo ocular aumentado e córnea opaca – e o glaucoma secundário, derivado de complicações de outras doenças.
O glaucoma possui maior incidência em pessoas diabéticas, da raça negra ou com histórico familiar. A doença pode atinge pacientes de todas as idades, porém é mais comum após os 40 anos. “O tratamento é definido após avaliação de uma série de fatores e geralmente é feito com o uso contínuo de colírios, podendo-se recorrer ao laser ou cirurgia, conforme o estágio da doença. É importante lembrar que a avaliação periódica com o oftalmologista é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento adequado”, finaliza.