Todo início de ano há gastos extras para o bolso do brasileiro, como o pagamento de compras de Natal, gastos com férias, impostos como IPTU e IPVA, matrícula da escola dos filhos e os materiais escolares. Com a crise econômica, poucos brasileiros conseguiram fazer uma reserva financeira ao longo de 2015 para pagar suas contas (19%) e três em cada dez (29%) planejam usar ao menos parte do 13º salário para quitar as pendências e evitar ficar com o nome sujo, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal de educação financeira Meu Bolso Feliz.
Para os especialistas do SPC Brasil, o início de um novo ano é sempre um momento propício para colocar as contas no azul. “A palavra de ordem para 2016 é planejamento”, diz José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. “Passada a época das festas de fim de ano, o consumidor se depara com uma série de obrigações financeiras que, se não são bem administradas, podem atrapalhar o controle do orçamento para o restante do ano”, explica.
Confira três dicas importantes para um bom planejamento para o pagamento das contas de início de ano e que também valem ao longo dos meses seguintes:
– Pagar à vista
“A preferência dos consumidores deve ser o pagamento das contas à vista, aproveitando os descontos oferecidos na maioria das vezes”, afirma Vignoli. “Já quem não tem dinheiro guardado acabará tendo que pagar as obrigações de início de ano a prazo. Entretanto, vale iniciar um planejamento para quitar essas despesas no próximo ano sem passar por sufoco.”
A sugestão do educador financeiro é que o consumidor vá separando todo mês um determinado valor para quitar os compromissos sazonais.
– Cortar compras supérfluas
Dica válida para todos os brasileiros e principalmente para os que já estão inadimplentes é cortar os gastos desnecessários e evitar compras impulsivas. Uma pesquisa recente do SPC Brasil mostrou que 41% dos brasileiros que compram por impulso estão inadimplentes.
Entre os principais gastos feitos por impulso e que podem ser cortados ou substituídos por alternativas mais baratas estão os relacionados com lazer, como bares, restaurantes e cinema. Os especialistas do SPC Brasil também alertam: promoções e possíveis preços atrativos comuns nesta época do ano são os fatores que mais influenciam nas compras.
– Renegociar ou substituir as dívidas
Casos as dívidas já estejam prejudicando o orçamento, o educador financeiro recomenda uma renegociação da dívida com o credor, contratando novas condições e formas de pagamento que melhor se encaixem no orçamento. Outra dica é fazer a substituição de uma dívida mais cara por outra mais barata, como trocar uma pendência no cartão de crédito ou cheque especial por um empréstimo pessoal ou consignado, que possui taxas de juros menores. “A substituição da dívida pode evitar com que ela se transforme em uma bola de neve – principalmente as de cartão de crédito e cheque especial”, conclui Vignoli.