Ricardo Noblat
No debate da Record entre os candidatos a presidente da República, o mais interessante aconteceu durante os intervalos: um comercial da campanha de Aécio onde se ouve a voz de Dilma, em entrevista antiga à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, elogiando seu atual adversário.
O comercial foi ao ar mais de uma vez, pegando os espectadores de surpresa. Dilma diz que Aécio era um dos melhores governadores de Estados. Comercial matador, como gostam de dizer publicitários em geral e marqueteiros em particular.
No mais, foi um debate sem graça, morno quase frio. Os dois candidatos maneiraram depois de um debate sanguinolento como foi o do SBT na última quinta-feira. Aécio, claramente, não queria dar motivos para que o acusassem de desrespeitar uma mulher. Mediu cada palavra que disse.
Dilma foi mais afoita. Deveu-se ao seu temperamento. Sempre que pode, deu estocadas em Aécio. Mas nada capaz de esquentar os ânimos – nem os de Aécio nem os dela mesma.
Os dois se enfrentaram pelo empate.
Certamente estocaram munição para disparar no debate da próxima sexta-feira, a ser promovido pela Rede Globo de Televisão. Será o último e decisivo debate desta eleição.
Por que decisivo?
Porque tudo indica que os candidatos chegarão empatados às vésperas da eleição. Hoje, conheceremos mais um resultado de pesquisa Datafolha. A da semana passada deixou claro que a eleição será decidida pelos eleitores indecisos – algo como 6% do total.
No primeiro turno, segundo o Datafolha, 8% dos eleitores disseram ter escolhido em quem votar quando faltava uma semana para isso. No sábado, véspera do dia da eleição, 6% escolheram seu candidato. E no domingo, 9%.
Portanto, salvo se o acaso fizer uma surpresa, somente no domingo à noite, pouco depois das 20h, horário de Brasília, saberemos quem se elegeu presidente. Até lá, haja coração!