Com o aumento de gastos em razão da pandemia do novo coronavírus, a dívida pública bateu novo recorde em agosto e alcançou 88,8% do PIB (Produto Interno Bruto), alta de 2,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central, nesta quarta-feira (30).
O aumento da dívida bruta se deu principalmente pelo aumento nas emissões de títulos públicos para financiar os gastos, que representou aumento de 1,8 ponto percentual, da incorporação de juros ao montante (0,4 ponto) e do efeito da alta do dólar no período (0,3 ponto).
A dívida líquida, que desconta os ativos do governo, também foi impactada pela pandemia e fechou em 60,7% do PIB em agosto, aumento de 0,6 ponto percentual em relação a julho. O aumento é resultado do crescimento do rombo nas contas públicas, que representou 1,2 ponto percentual e pela incorporação de juros ao montante (0,5 ponto).
A alta do dólar de 5,2% no período, no entanto, puxou a dívida em 1 ponto percentual para baixo. Quando há valorização da moeda norte-americana, há redução do valor da dívida líquida em reais por conta das reservas internacionais.
As contas públicas tiveram rombo de R$ 571,4 bilhões no acumulado do ano, até agosto. Nos últimos 12 meses, o governo registrou déficit primário de R$ 611,3 bilhões, o equivalente a 8,50% do PIB. O rombo é o maior da série histórica compilada pelo BC, que teve início em 2002.
Desde o início da crise sanitária, o governo tem gastado mais com medidas de enfrentamento à pandemia e arrecadado menos em razão da queda da atividade e das medidas de restrição. O resultado primário indica a capacidade do governo de pagar as contas, exceto os encargos da dívida pública. Se as receitas são maiores que as despesas, há superávit. Caso contrário, há déficit.
Folhapress