Dois projetos de Pernambuco são selecionados no edital ‘Elas nas Exatas’

Fundo ELAS, Instituto Unibanco, Fundação Carlos Chagas e ONU Mulheres anunciaram os dez projetos selecionados pelo II Edital Gestão Escolar para Equidade: Elas nas Exatas, lançado em novembro de 2017, e que serão desenvolvidos ao longo de 2018 em escolas públicas de Ensino Médio. As propostas selecionadas visam atuar para incentivar a inserção das meninas nas áreas de ciências tecnológicas e exatas, por meio da promoção da equidade de gênero e do reconhecimento da escola como um espaço estratégico e importante na promoção dessa transformação.

As iniciativas selecionadas são provenientes de oito estados brasileiros – Rio Grande do Sul (três projetos), Pernambuco (dois), São Paulo, Goiás, Pará, Mato Grosso e Paraíba – e envolvem diversas áreas e capacitações, tais como: robótica, programação e desenvolvimento de games e aplicativos, construção de protótipos de geração de energia elétrica, aulas e debates sobre história de mulheres cientistas, observações astronômicas, oficinas de mídias digitais e software livre, experimentos com plantas medicinais, entre outros (ver resumo dos projetos abaixo).

De Pernambuco foram selecionados três projetos. Da cidade de Tacaratu foi escolhido o projeto LabElas: mídias digitais e software livre na Escola Estadual Indígena Pankararu Ezequiel, da Associação das Mulheres Indígenas Guerreiras de Pankararu (AMIGP), que irá desenvolver oficinas de mídias digitais e software livre para meninas indígenas com capacitação na produção de rádio-documentários, podcasts, fanzines. Outro projeto selecionado, Sou mulher, sou negra, serei exatas!!!, do Conselho Escolar Professor Severino Pessoa de Luna, município de Chão de Alegria, pretende despertar o gosto pelas ciências por meio de histórias de mulheres negras cientistas.

Entre os escolhidos também há um projeto que será conduzido em uma escola quilombola: Akotirene Kilombo Ciência, desenvolvido em escola da comunidade quilombola de Triunfo (RS).

No total, foram inscritos no edital 113 propostas de escolas e organizações de 18 estados brasileiros, além do Distrito Federal (Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe).

“Estamos muito satisfeitas de poder viabilizar oportunidades em escolas públicas para que meninas das cinco regiões do Brasil se aproximem e se apaixonem pelas ciências exatas”, diz KK Verdade, coordenadora executiva do Fundo ELAS.

“Este edital busca fomentar práticas de gestão escolar e pedagógicas que, ao reconhecer a existência de uma cultura que reflete as discriminações da nossa sociedade, quebra estigmas e promove equidade em favor das jovens, ampliando suas possibilidades de realizar quaisquer escolhas – neste caso, no campo das exatas. A sólida capacidade técnica das pareceristas decidiu por dez projetos que representam todo o país, privilegiando uma diversidade de contextos para além de regiões metropolitanas. Estamos satisfeitos com o resultado pois permitiu aliar a agenda de equidade de gênero à étnico-racial”, afirma Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco.

“A busca por editais como o ELAS nas Exatas mostra a importância de trabalharmos com gênero nas escolas. Colaborar com as escolas para a equidade na educação, desconstruir preconceitos de gênero contribui para a autonomia das jovens mulheres em suas escolhas profissionais. As mulheres têm muito o que contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia brasileiras”, argumenta Sandra Unbehaum, da Fundação Carlos Chagas.

Participaram do comitê de seleção conselheiras do Fundo ELAS e especialistas das áreas de direitos das mulheres, da educação e das ciências exatas. Os projetos foram avaliados segundo critérios como: pertinência em relação à proposta definida pelo edital, adequação da metodologia e da aplicação dos recursos, viabilidade técnica, amplitude dos efeitos na comunidade escolar, inovação, ações comunicativas, impacto social local, promoção de diálogos com a sociedade e potencial de replicabilidade.

Confira os projetos selecionados:

Akotirene Kilombo Ciência

Organização: Instituto COMPaz

Triunfo/RS

· Projeto vai promover oficinas e palestras nos campos da Astronomia, Biologia e Química, com experimentos com plantas medicinais e observação do céu noturno, além de rodas de conversa sobre mulheres nas ciências, envolvendo alunas da escola parceira e da comunidade quilombola local.

Energéticas

Organização: Cientistas do Pampa

Uruguaiana/RS

· Projeto vai promover rodas de conversa sobre mulheres nas ciências exatas, visitas a laboratórios científicos, capacitação de grupos de meninas para construção de protótipos de geração de energia elétrica a partir do aproveitamento da energia solar e participação na feira de ciências da cidade.

LabElas: mídias digitais e software livre na Escola Estadual Indígena Pankararu Ezequiel

Organização: AMIGP – Associação das Mulheres Indígenas Guerreiras de Pankararu

Tacaratu/PE

· Projeto visa oferecer oficinas em mídias digitais e software livre para meninas indígenas, capacitando-as na produção de rádio-documentários, podcasts, fanzines, etc, para que, empoderadas no uso de tecnologias, reconheçam seus talentos e oportunidades nas áreas de produção digital, tecnologia e comunicação, livres de estereótipos de gênero e raça.

GTE – Grêmio Tecnológico d’Elas

Organização: Associação REDECA

Franco da Rocha/SP

· Projeto visa articular a gestão escolar e o grêmio estudantil em atividades como palestras de mulheres que atuam profissionalmente nas áreas de exatas e tecnologias, oficinas práticas focadas em programação de microcontroladores e robótica e oficinas de desenvolvimento de games e aplicativos.

Investiga Menina!

Organização: Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado

Goiânia/GO

· Projeto vai promover ações coletivas para o benefício da comunidade escolar, visando proporcionar experiências e informações sobre as contribuições das mulheres para a criação de recursos científicos e tecnológicos. Serão desenvolvidos Objetos Virtuais de Aprendizagem (OVAs) sobre história de mulheres cientistas contemporâneas, intervenções pedagógicas com rodas de conversa e vivências interculturais em que as estudantes terão contato com cientistas e pesquisadoras.

Projeto ProgrAmazonas

Organização: Associação Fab Lab Belém

Belém/PA

· Projeto vai oferecer cursos teóricos e práticos de programação (Python, Arduino e Programação web – HTML, CSS e JavaScript) ministrados por mulheres para mulheres, discussões sobre o papel da mulher na tecnologia e palestras sobre a atuação feminina no desenvolvimento de tecnologias na região amazônica.

Sou mulher, sou negra, serei exatas!!!

Organização: Conselho Escolar Professor Severino Pessoa de Luna

Chã de Alegria/PE

· Projeto pretende, através da divulgação de histórias de mulheres negras cientistas, despertar o gosto pelas ciências exatas, oferecendo também aulas de Matemática, Química, Física, oficinas de Robótica, visitas técnicas a laboratórios de universidades locais para as meninas e um seminário.

Gurias nas exatas

Organização: Meninas na ciência

Porto Alegre/RS

· Projeto vai promover oficinas de robótica, observações astronômicas, visitas à universidade com debates, palestras sobre ciências abertas à comunidade, exposições itinerantes, formações para professores/as sobre estereótipos de gênero, além de produção de material informativo sobre ciência e gênero.

Lugar de Mulher

Organização: Associação de Pais e Mestres da Escola Estadual Lino Villachá

Campo Grande/MT

· Projeto vai realizar oficina de fotografia, técnica conectada com conhecimentos de física, ótica, mecânica, matemática, proporcionalidade, geometria. A fotografia também será usada como uma ferramenta para abordar questões como autoestima e representação. Serão realizados ainda um grupo de estudos de ciências e matemática preparatório para Olimpíadas de exatas, formação de professores e visitas a universidades.

Engenheiras da Borborema

Organização: Mulheres na Engenharia: IEEE/UFCG

Campina Grande/PB

· Projeto visa promover oficinas práticas de eletrônica, informática, energias renováveis e programação, cine debate e rodadas de palestras sobre mulheres nas ciências, visitas técnicas e capacitação de professores/as sobre novas didáticas para as exatas.

Saiba mais sobre o ELAS nas Exatas e conheça os projetos apoiados na primeira edição do edital: http://www.fundosocialelas.org/elasnasexatas/. Acompanhe as atividades dos projetos apoiados no Facebook e no Twitter do ELAS nas Exatas.

Sobre os Parceiros

Instituto Unibanco – O Instituto Unibanco, fundado há 35 anos, é uma das instituições responsáveis pelo investimento social privado do Itaú-Unibanco. É uma organização sem fins lucrativos que atua com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública no Brasil. Com foco na melhoria dos resultados de aprendizagem e na produção de conhecimento sobre o Ensino Médio, dedica-se a elaborar e implementar, gratuitamente, soluções de gestão – na rede de ensino, na escola e na sala de aula – comprometidas com a capacidade efetiva das escolas públicas de garantir o direito à aprendizagem de todos os estudantes.

ELAS Fundo de Investimento Social – O ELAS Fundo de Investimento Social (Fundo ELAS) investe na promoção dos direitos humanos e no protagonismo das mulheres por meio de concursos de projetos e do desenvolvimento de habilidades de organizações sociais. Desde 2000, o Fundo ELAS apoiou mais de 380 grupos de mulheres jovens e adultas em todas as partes do Brasil, por meio de 22 concursos de projetos. Apoia grupos que trabalham para promover a independência econômica, o empreendedorismo econômico, o acesso à educação, a prevenção da violência contra mulheres e meninas, a defesa de direitos, o acesso à saúde, a inclusão às novas tecnologias de informação e comunicação, a arte e cultura, a preservação do meio ambiente e da biodiversidade, o respeito à diversidade étnica, racial, sexual, geracional e o acesso das meninas e mulheres aos esportes.

Fundação Carlos Chagas – A Fundação Carlos Chagas (FCC) há 50 anos é dedicada à pesquisa na área de educação e à avaliação de competências cognitivas e profissionais. Seu Departamento de Pesquisas Educacionais desenvolve um amplo espectro de investigações interdisciplinares, voltadas para a relação da educação com os problemas e perspectivas sociais do país. Além dos estudos em avaliação educacional foram constituídos outros eixos de pesquisa: “Educação Infantil: políticas e práticas”; “Políticas e Práticas da Educação Básica e Formação de Professores e Representações Sociais, Subjetividade e Educação”; “Gênero, Raça/Etnia e Direitos Humanos”. A FCC destaca-se pelo desenvolvimento de Programas pioneiros no enfrentamento das desigualdades de gênero e raciais com incentivo para pesquisa.

ONU Mulheres – Criada em 2010, pela fusão de quatro organizações da ONU com um sólido histórico de experiência em pesquisa, programas e ativismo, a ONU Mulheres é a liderança global em prol das mulheres e meninas. A sua criação, fruto do esforço conjunto dos Estados membros e de ativistas dos direitos das mulheres, foi aplaudida no mundo todo e proporciona a oportunidade histórica de um rápido progresso para as mulheres e as sociedades. A ONU Mulheres trabalha com as premissas fundamentais de que as mulheres e meninas ao redor do mundo têm o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza, e de que a igualdade de gênero é um requisito central para se alcançar o desenvolvimento. Para isso, enfoca sua estratégia em cinco áreas prioritárias: (1)Aumentar a liderança e a participação das mulheres; (2) Eliminar a violência contra as mulheres e meninas; (3) Engajar as mulheres em todos os aspectos dos processos de paz e segurança; (4) Aprimorar o empoderamento econômico das mulheres; (5) Colocar a igualdade de gênero no centro do planejamento e dos orçamentos de desenvolvimento nacional.

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