No dia em que se completou um ano da prisão do ex-presidente Lula, militantes saíram às ruas em várias partes do país para, de um lado, protestar e, por outro, comemorar a data. O domingo (7) também foi marcado por manifestações a favor da Operação Lava Jato e contra o Supremo Tribunal Federal, além da defesa da instalação chamada CPI da Lava Toga, voltada à investigação de tribunais superiores, mas que tem sido barrada no Senado. Ainda não se sabe o número de cidades onde ocorreram os atos nem quantas pessoas participaram.
Em Curitiba, onde o ex-presidente cumpre pena a 12 anos de prisão, lideranças petistas, militantes e simpatizantes se concentraram em frente à Superintendência da Polícia Federal no Paraná. Candidato que substituiu Lula depois que ele foi barrado pela Lei da Ficha Limpa, Fernando Haddad discursou. A ex-presidente Dilma Rousseff cancelou a participação por estar com pneumonia e enviou uma carta, lida pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ).
Haddad disse que a prisão do ex-presidente fez parte de uma série de fatos articulados pela “elite” contra o interesse nacional desde as manifestações de junho de 2013, passando pela contestação da vitória de Dilma na eleição de 2014 e pelo processo de impeachment da petista. Ele classificou o presidente Jair Bolsonaro, que o derrotou no segundo turno, como o pior presidente do país desde a redemocratização. Os participantes também criticaram o juiz Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), leu uma carta assinada pelo ex-presidente. “Meus adversários procuram motivos para comemorar e não encontram. Estão cada vez mais ricos, mas sua fortuna obtida à custa do sofrimento de milhões de brasileiros não lhes traz felicidade”, escreveu Lula. “Eles estão cada vez mais raivosos, infelizes e envenenados pelo próprio veneno que destilam”, emendou. O ex-presidente também divulgou um artigo, publicado pela Folha de S.Paulo e reproduzido pelo Congresso em Foco. Veja o vídeo gravado em Curitiba:
Ainda na capital paranaense, manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente e da Operação Lava Jato fizeram um ato na Boca Maldita, no centro da cidade. O protesto tinha inicialmente o objetivo de pressionar o Supremo a manter o entendimento favorável ao cumprimento da pena após condenação em segunda instância. Como o Supremo adiou por tempo indeterminado a decisão, a manifestação passou a ter como foco a “limpeza” da própria corte.
O protesto “Vem pra Rua Salvar a Lava Jato” teve como principais alvos a defesa da prisão em segunda instância e o impeachment do ministro Gilmar Mendes, do STF. Gilmar é um dos principais críticos da operação e já soltou diversos presos. No mês passado ele chegou a falar que parte dos procuradores da força-tarefa age com “canalhice” e “patifaria”. O ato foi organizado pelo movimento Vem pra Rua, que se destacou na campanha pelo impeachment de Dilma e usa o verde e amarelo como identidade visual.
Em São Paulo os militantes do Vem pra Rua se concentraram na Avenida Paulista e em Brasília em frente ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três Poderes. Houve bate-boca e empurra-empurra entre militantes pró e contra Lula na capital paulista.
Congresso em Foco