Em passagem por São Paulo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), esteve, neste domingo, com o ex-presidente Lula (PT). De acordo com informações do jornal O Globo, durante o encontro, Campos informou ao líder petista que não será “empecilho” em uma possível aliança entre as duas legendas. Nas redes sociais, o socialista disse que a conversa abordou o fortalecimento de “forças democráticas” e a construção de uma frente ampla para “derrotar Bolsonaro, nas eleições do ano que vem”.
O encontro entre João Campos e o ex-presidente Lula chama atenção, porque o prefeito do Recife, até então, era um dos nomes dentro do PSB que se posicionava contra uma aliança entre petistas e socialistas em Pernambuco nas eleições de 2022, postura adotada após desentendimentos com a deputada federal Marília Arraes (PT) durante as eleições municipais de 2020, onde os dois disputavam a prefeitura da capital pernambucana.
Em agosto, durante visita de Lula a Recife, João Campos chegou a participar de um jantar de “boas-vindas” ao ex-presidente realizado no Palácio do Campo das Princesas, mas fez questão de enfatizar que era a favor de candidatura própria do PSB no estado, não abrindo mão do protagonismo da legenda socialista em prol do PT.
De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, João Campos, em mais um encontro com o líder petista, dessa vez em São Paulo, João Campos disse que não seria “empecilho” para uma possível aliança entre PT e PSB. Nas redes sociais, Campos publicou uma foto ao lado de Lula, durante o encontro realizado hoje, e disse que o diálogo foi em torno de estratégias para a construção de uma frente ampla que impossibilite a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.
“Conversei em São Paulo com o ex-presidente Lula sobre como as forças democráticas podem atuar para derrotar Bolsonaro, nas eleições do ano que vem”, escreveu o prefeito. “Defendi novamente a composição de uma frente ampla, que apresente um projeto com ideias bem estruturadas para o país”.
Apesar de reforçar apoio para 2022, em outro momento da publicação, Campos disse que alianças são assuntos do ano que vem. “O importante, na fase atual, é pensar caminhos para a educação, construir alternativas para o desenvolvimento regional, maneiras de combater a desigualdade (…) Alianças eleitorais devem ser discutidas só em 2022”.
Aliança
Após o rompimento entre PT e PSB no estado pernambucano com as eleições municipais de 2020, uma possível aliança entre as duas partes no pleito do próximo ano virou uma incógnita. Mas os últimos movimentos no tabuleiro político em Pernambuco tem sinalizado um retorno de apoio entre as legendas, o que seria importante para viabilizar a candidatura do ex-presidente Lula à presidência e de um nome socialista – ainda indefinido – para suceder o governador Paulo Câmara (PSB).
A soma da influência que a figura de Lula possui no interior do estado com a força que o PSB também desfruta em Pernambuco é uma equação importante para viabilizar candidaturas ano que vem. Com isso, a um ano das eleições, o diálogo tem sido peça fundamental entre as legendas com o intuito de aparar arestas e, assim, pavimentar caminhos que conduzam a resultados positivos em 2022.
Diario de Pernambuco