Em tempos de Enem, o socioemocional dos alunos é peça-chave para o sucesso

Nas semanas que antecedem o vestibular, é natural que o clima entre os alunos fique ainda mais tenso devido à proximidade das provas. Com isso, é fundamental que questões que envolvam o emocional deles estejam bem trabalhadas e elaboradas, junto com a parte cognitiva, de forma harmônica. Isso porque o aluno vai se sentir preparado para além de questões do seu aprendizado do conteúdo que foi dado durante os anos, mas vai saber lidar com questões emocionais que poderiam ser barreiras para ele no dia da realização das provas. E, nesse quesito, a escola é uma ferramenta ainda mais essencial.

“A escola entra com um papel importante nesse ciclo dos alunos, pois é necessário preparar um ambiente leve e motivador para eles. Durante todo o ano, os professores já devem realizar esse movimento de incentivar seus alunos, em relação à confiança que sentem neles e ao desmistificar a ideia da prova como algo superdifícil”, avalia a psicóloga do Colégio GGE Manuela Monte. Para ela, atividades como abrir diálogos além do conteúdo, mostrar maneiras de enfrentamento para esses momentos que antecedem as provas em que os alunos tendem a ficar mais nervosos, estressados e angustiados são formas de tentar minimizar essa ansiedade causada pela chegada dos exames. “Escutar esses incentivos dos seus mestres, que eles admiram e em quem se espelham, é uma peça-chave para a confiança pré-prova”.

Outro ponto primordial nesse processo de caminhada para as provas para Manuela é o apoio da família. Ter conversas tranquilizadoras, se fazerem presentes, terem momentos relaxantes em família e oferecer terapia, caso seja desejo dos filhos, são pontos que servem como suporte nesse processo de preparação para as provas, mas ela alerta que é preciso ter atenção nesse momento. “Ter uma cobrança por parte dos pais é importante, mas os pais precisam ter cuidado para que ela não aconteça de maneira excessiva e, assim, os filhos se sintam ainda mais pressionados para a realização dos testes”, adverte.

E, embora a escola e a família sejam fundamentais para que o estudante se sinta confiante e tranquilo, ele mesmo pode se ajudar nesse processo. “O aluno pode trabalhar sua autoconfiança ao procurar ter uma rotina de estudo saudável e realizar atividades em prol da sua saúde mental visando gerar um bem-estar, não somente no período próximo às provas, mas principalmente durante todo o ano. Se sentir acolhido, ouvido e olhado é fundamental para que os estudantes estejam, na medida do possível, confiantes para o vestibular”, pontua Manuela.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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