Em vídeo, senador chama Raquel Dodge de Procuradora-Geral da República antes mesmo de sabatina

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Do Congresso em Foco

Em um curto vídeo, publicado em sua página em rede social, o senador Hélio José (PMDB-DF) aparece ao lado de Raquel Dodge e já a chama de procuradora-geral da República. Raquel Dodge, segunda colocada na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), foi nomeada pelo presidente Michel Temer para substituir Rodrigo Janot, que deixa o cargo em 17 de setembro. Contudo, antes de assumir o cargo, Raquel deve ser sabatinada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e aprovada pela maioria absoluta dos senadores.

O vídeo, com pouco mais 40 segundos, foi divulgado na página do senador no último dia 6 de julho, pouco menos de uma semana antes da data da sabatina de Raquel Dodge, que está marcada para a próxima quarta-feira (12).

No vídeo, Raquel aparece ao lado de Hélio José enquanto o peemedebista a parabeniza por ser a primeira mulher a ocupar o posto de procuradora-geral da República. Isso, entretanto, só deve acontecer após a aprovação da procuradora pelos pares do peemedebista na reunião da CCJ e em votação no plenário. No vídeo, ela apenas se manifesta para agradecer as palavras do senador.

Hélio José aproveita a oportunidade para mencionar que foi relator de um projeto de lei no Senado pelo empoderamento da mulher na política e no esporte. O projeto mencionado pelo senador é de teor honorífico, que instituiu 2016 como Ano do Empoderamento da Mulher na Política e no Esporte. A lei 13.272 foi sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 15 de abril de 2016.

Raquel Dodge é procuradora do Ministério Público Federal desde 1987 e deverá ser a primeira mulher a chefiar a PGR. Ela é mestre em Direito pela Universidade de Harvard (EUA) e, da lista tríplice que incluiu também Nicolao Dino e Mário Bonsaglia, é a mais distante do atual procurador-geral, com quem Temer se encontra em guerra aberta. Com longa atuação em matéria criminal, Dodge atuou na equipe que obteve a condenação dos membros da quadrilha liderada pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal, no Acre, e na Operação Caixa de Pandora, que levou ao afastamento do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

A sabatina

O relator da indicação é o senador Roberto Rocha (PSB-MA), que já apresentou parecer favorável para que a procuradora assuma o posto. O próximo passo é a sabatina pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para o dia 12, quarta-feira.

A expectativa é de uma sabatina longa, a exemplo das últimas realizadas pela CCJ. No início deste ano, Alexandre de Moraes, passou por uma sabatina de 11 horas após ser nomeado para assumir a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) após a morte de Teori Zavascki. A de Rodrigo Janot, em 2015, durou cerca de 10 horas.

Raquel deve fazer uma exposição em tempo determinado pelo presidente da CCJ, o senador Edison Lobão (PMDB-MA). Em seguida, cada senador tem dez minutos para fazer uma pergunta para a sabatinada. Raquel tem o mesmo tempo para responder. Réplicas e tréplicas têm limite de 5 minutos. Todos os senadores podem fazer perguntas, mas os membros da CCJ (27 titulares e 27 suplentes) têm prioridade.

O público também poderá fazer perguntas pelo portal e-Cidadania ou pelo telefone do Alô Senado. A sabatina de Alexandre de Moraes registrou recorde de participação popular, com cerca de 1600 perguntas e manifestações.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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