Mesmo com o cenário desafiador, em decorrência da incerteza associada com o momento político-econômico, as empresas brasileiras de médio porte continuam mostrando otimismo e apostam na melhoria de seu desempenho para este ano. Isso é o que mostra o Growth Barometer, estudo realizado pela consultoria EY (Ernst & Young) com executivos de mais de uma centena de empresas brasileiras. Globalmente, foram ouvidos 2.766 executivos em 21 países.
De acordo com o conteúdo, 57% das empresas que participaram da pesquisa esperam um crescimento entre 6-10% em 2018, dois pontos percentuais abaixo do mesmo levantamento realizado globalmente. Enquanto 38% das empresas brasileiras planejam crescer entre 0-5%, apenas 3% preveem aumento entre 11-25%.
O levantamento aponta que as forças disruptivas, elencadas pelos entrevistados brasileiros, exercem impacto importante em seus negócios. O impacto da convergência da indústria está no topo da lista para 33% dos participantes, seguido pela implementação da digitalização (24%), enquanto 23% destacam as mudanças demográficas.
Ainda que com maior cautela, as empresas não deixaram de investir em pessoas e inovações tecnológicas buscando crescimento de mercado local. “Os executivos brasileiros estão concentrando seus esforços principalmente no território nacional e não estão de braços cruzados diante das incertezas. Essa movimentação reflete a leve recuperação do cenário econômico no Brasil e a expectativa de um futuro mais promissor.”, afirma Leonardo Donato, líder de mercados emergentes da EY no Brasil e América Latina.
O estudo ainda ressalta que entre as principais preocupações dos entrevistados brasileiros são o fluxo de caixa insuficiente (29%) e a disponibilidade de crédito (20%). A situação também se repete nos demais países participantes do estudo. Mesmo neste ambiente de incertezas, mais de um terço (35%) das empresas brasileiras planejam fazer novas contratações, enquanto 60% devem manter seu nível de funcionários nos próximos 12 meses, e apenas 4% preveem reduzir suas contratações.
Outro dado muito importante é que para 94% dos participantes, no Brasil, o uso de processos de automatização robótica (RPA) estará implementada nos próximos cinco anos, porcentagem bem acima da expectativa registrada no levantamento anterior, em 2017, quando apenas 10% dos participantes planejavam a adoção desse tipo de tecnologia nos próximos dois-cinco anos. A pesquisa também indica que o RPA é visto como um ganho de eficiência em certos processos e como complemento das competências humanas, não como um substituto.