Pedro Augusto
Se antes da crise econômica, a concorrência por um espaço no mercado de trabalho já era considerada alta, depois dela, a disputa por uma vaga ficou ainda mais acirrada. De acordo com especialistas da área de Recursos Humanos, atualmente, as empresas com atuação não só em Caruaru, mas também em todo o Brasil, se encontram cada vez mais exigentes na hora da contratação. Isso porque, elas têm sido obrigadas a aumentar a procura por profissionais diferenciados que habitualmente costumam demonstrar no dia a dia alguns fatores que são essenciais para o bom andamento das atividades, mesmo com a redução de funcionários.
Foi o que ressaltou a professora de RH do Unifavip, Marcella Mignac. “Hoje, com essa onda de desemprego que vem afetando todo o Brasil, só tem permanecido no mercado de trabalho, os melhores profissionais. Ou seja, aqueles que têm apresentado melhores resultados, que têm demonstrado comprometimento e buscado se qualificar. O chamado profissional ‘feijão com arroz’ que não procura demonstrar suas habilidades e disposição para superar a crise juntamente com as empregadoras está sumindo do mercado. Diante da redução de ofertas, as empresas têm concentrado ainda mais as suas procuras por profissionais que atinjam todos esses requisitos”.
De acordo com o levantamento da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, somente no ano passado 3.666 postos de trabalho foram desativados em Caruaru. No comparativo entre janeiro deste ano com o mesmo intervalo de 2015, o número de demissões realizadas na cidade ficou na casa dos 46%. Os crescentes índices de desemprego na Capital do Agreste têm obrigado a milhares de profissionais a migrarem para funções menos qualificadas. Foi o que confirmou o coordenador da Agência de Trabalho de Caruaru, Tássio Patrese.
“Atualmente, as empresas têm aumentado o nível de exigência para a contratação. Ou seja, vem buscando por trabalhadores com mais experiência, que exerçam mais de uma função e possuam qualificação através, por exemplo, da conclusão de cursos. Aqueles que se encontram estagnados, que para eles qualquer vaga está boa, estão perdendo cada vez mais espaço para aqueles trabalhadores que possuem uma qualificação maior, mas que, por conta do desemprego, estão se submetendo a participar de seleções que possuem um nível de exigência menor em relação aos seus currículos”.
Para quem está desempregado e pretende retornar ao mercado, a principal dica, segundo Marcela Mignac, é se preparar. “Não adianta preencher duas ou três páginas de currículo. Para largar na frente, o candidato precisa montá-lo enxuto e direcioná-lo para aquela vaga que pretende concorrer. Também é interessante que ele demonstre uma boa aparência na hora da entrevista e que apresente um boa oratória durante a sua apresentação. Além disso, de nada vai adiantar mentir tanto no currículo como na apresentação, porque no dia a dia, a empregadora irá perceber as qualidades do candidato. Outro ponto importante e que costuma ser um diferencial diz respeito à participação em cursos”.
Desempregado há três meses, Evandro da Silva, se mostrou atento as dicas da especialista. Durante o período em que se encontra parado, ele tem concentrado as suas atenções para se capacitar. “Acabei de concluir os cursos de segurança de trabalho e de operador de empilhadeira, porque se não tentar se qualificar, a situação fica ainda mais difícil”, analisou.