Um pedido de impeachment contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi protocolado nesta quinta-feira (7), no Supremo Tribunal Federal (STF). O parecer é assinado por mais de 200 entidades mobilizadas por meio da Coalizão Direitos Valem Mais.
Apesar da coincidência de datas, o pedido não está relacionado à offshore que Guedes mantém no Caribe. O documento afirma que o ministro teria cometido crimes de responsabilidade diante da pandemia da Covid-19. Segundo as entidades, Paulo Guedes teria falhado ao não incluir no Orçamento deste ano recursos para o combate ao novo coronavírus.
Para a coalizão, as ações de Guedes refletem a aposta do governo federal na chamada “imunidade de rebanho” — quando há uma quantidade significativa de pessoas imunes ao vírus, de forma a interromper a transmissão comunitária.
No documento, as entidades também consideraram “discriminatórias” as declarações do ministro de que o dólar alto seria bom porque “até empregadas domésticas estavam indo para a Disneylândia, nos Estados Unidos”.
“O pedido de impeachment chama a atenção para a condução do Ministério da Economia dada por Paulo Guedes desde que assumiu o cargo como ‘superministro’ em janeiro de 2019 e seus impactos nas políticas sociais e ambientais”, diz o grupo.
Desigualdade
O aumento da desigualdade social é outro motivo para pedir a saída de Guedes, segundo as entidades. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, o Brasil ocupava o nono lugar entre os países mais desiguais do mundo.
“No entendimento da Coalizão, o Ministro atua na perspectiva de fomentar a pobreza, o que contraria os preceitos da Constituição. Segundo dados do Cadastro Único para programas sociais (CadÚnico), a pandemia aprofundou a desigualdade social, aumentando o número de pessoas em situação de extrema pobreza no país”, afirmam.
A questão do auxílio emergencial ainda é tratada como um problema na gestão do chefe da Economia. Isso porque o plano inicial era de que o benefício fosse de R$ 200, além da suspensão temporária do pagamento em outubro do ano passado.
Correio Braziliense