Um dos nomes cotados para encabeçar uma chapa do PSB na corrida pelo Governo do Estado, o deputado federal Tadeu Alencar avalia que o governador Paulo Câmara “foi pautando o assunto” da definição do candidato do partido à sua sucessão “de maneira muito suave e competente”, e sem deixar de reconhecer o componente e o prestígio da política nesse processo.
“Tem que ter política necessariamente”, argumenta, à coluna, o parlamentar, registrando haver, no PSB, “bons quadros”.
Tadeu faz a observação após o governador, em conversas reservadas com partidos aliados ao longo desta semana, avisar, como a coluna cantara a pedra, que fica na cadeira até o final do mandato e, na esteira, ratificar que o candidato ao Palácio das Princesas será mesmo do PSB, a despeito do pleito, visto com respeito por ele, do senador Humberto Costa de assumir tal missão.
Indagado sobre esse passo à frente dado por Paulo no sentido de desenhar, a aliados, um cenário mais nítido do horizonte que se avizinha, Tadeu avalia que “faz toda a diferença” demarcar essas posições agora. E se mostra ciente de que a definição de um nome não encerra os esforços. Ao contrário, abre ainda o portal de um desafio maior: “Será preciso o PSB mostrar a capacidade de gerar esperança na vida das pessoas e de mostrar por que é bom escolher um candidato do PSB”.
Ele traduz ainda o mesmo raciocínio da seguinte forma: “Escolher o candidato não é escolher governador. É preciso ter a capacidade de mobilizar a esperança das pessoas”.
Tadeu, à coluna, diz estar claro, ao seu partido, que isso “não será uma decisão de gabinete”, o que exige um volume denso de esforços ao conjunto no sentido “de transmitir a expectativa de que Pernambuco continuar sendo governado pelo PSB é coisa boa”.
Tadeu tem nome ventilado para concorrer a governador, assim como o deputado Danilo Cabral, opções enquadradas na condição de alternativas mais políticas, se comparadas com o secretário da Casa Civil, José Neto.
Não é sem ouvir os partidos aliados, como destaca Tadeu, que Paulo Câmara se dirige para uma decisão. Só nesta semana, como a coluna antecipara, foi à mesa com PCdoB, PSD, Republicanos, PP e tem siglas como MDB e Solidariedade no radar. Só fechando esse ciclo, tratará de nomes e ainda do Senado. A conferir.
Senado x cabeça de chapa
“Tem que ter liga”, devolve Tadeu Alencar quando questionado pela coluna sobre em que medida a escolha do candidato ao Senado é função da definição da cabeça de chapa. Ele acrescenta sobre as alternativas consideradas na Frente Popular para ambas as missões: “E tem toda condição de ter liga!”. Bem-humorado sem minimizar a densidade do tema, Tadeu adverte: “Não pode, na foto, um estar olhando para um lado e o outro para o outro!”
Passaporte > Deputados que procuraram Geraldo Julio, esses dias, ouviram, de auxiliares seus, que ele se encontra “em período de férias”. Concluíram que, dessa forma, a despeito das movimentações recentes, com adesivos e vídeos incensando a postulação dele, a possibilidade está mesmo dissolvida.
Pacto antinupcial > O fato de Paulo Câmara ter repisado, à Folha de S. Paulo, fatos já externados por ele sobre Geraldo Julio e chance zero de briga com o PT, dizem fontes palacianas, tem a ver com ruídos sobre a federação e suposto azedume na relação com PT. Recado: ninguém larga a mão de ninguém, apesar dos pesares.
fOLHAPE