Espanha supera 20.000 mortes por coronavírus

A Espanha superou neste sábado a marca de 20.000 mortes provocadas pela pandemia de coronavírus, com 565 vítimas fatais nas últimas 24 horas, 20 a menos que o número registrado na sexta-feira, anunciou o governo.

Em seu balanço diário, o ministério da Saúde informou um total de 20.043 mortes até o momento no país, o terceiro mais afetado do mundo em número de vítimas fatais, atrás dos Estados Unidos e da Itália.

Os casos confirmados subiram para 191.726, após uma desaceleração do avanço da doença nos últimos dias, e os curados a 74.662, quase 1.700 a mais que na sexta-feira.

“O nível de transmissão atual é muito menor”, disse Fernando Simón, diretor do Centro de Emergências Sanitárias.

A Espanha completa neste sábado cinco semanas de confinamento da população, determinado pelo governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez para impedir o avanço da pandemia.

O confinamento deve prosseguir pelo menos até 25 de abril, mas o governo já advertiu que pode anunciar uma nova prorrogação da medida.

Simón destacou que o comitê científico que assessora o governo “entende que as medidas de controle devem ser prorrogadas”.

Porém, em meio a uma crescente pressão social para, por exemplo, permitir a prática de esportes por um período do dia ou sair às ruas com as crianças, o especialista admitiu que as medidas “podem ser adaptadas”.

O ministério da Saúde anunciou na sexta-feira uma mudança na metodologia de seu balanço, que agora também passa a incluir os testes sorológicos, ou seja, exames que permitem detectar se uma pessoa superou a doença e desenvolveu anticorpos.

Estes exames estão apenas começando no país (até o momento 1.194 pessoas apresentaram resultado positivo no teste de anticorpos, segundo o governo) e serão fundamentais para saber, mais à frente, qual o percentual da população que desenvolveu defesas contra o coronavírus.

Os dados servirão para organizar a saída do confinamento e a retomada das atividades sociais e econômicas, segundo um plano que o governo prevê que será escalonado e que pode ser organizado até o fim do ano.

Várias administrações regionais passaram a questionar o dado oficial de mortos divulgado pelo governo central, já que milhares de pessoas faleceram vítimas do coronavírus sem ter acesso a um teste que confirme a presença da doença no organismo.

O governo da Catalunha, que citou informações divulgadas por funerárias, afirmou que até o momento morreram 7.881 pessoas por coronavírus, enquanto o balanço oficial do ministério da Saúde neste sábado para a região cita 3.879 óbitos.

A região de Madri, a mais afetada com 7.132 mortos, oficialmente, também afirmou que o número real pode ser consideravelmente maior.

AFP

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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